06 | Halloween

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31 de Outubro, 2005

  Harry - 11 anos

  Cassie - 11 anos

Harry's POV ♂

          Pessoalmente, não havia dia que me passasse mais entusiasmo que o Dia de Halloween. Irmos mascarados terrificamente para o meio da rua sem ninguém dizer que parecemos uns idiotas, mas de facto, o meu preferido neste dia de celebração era o ganhar doces de graça.

          Há vários tipos de doces - como por exemplo os chupa-chupas, os rebuçados, bombons, e entre muitos outros - e igualmente diversos sabores - chocolate, caramelo, morango, menta, amendoim, aqueles que sabem a remédio, daqueles mesmos bons. Só de pensar fico com uma pura vontade de sair de casa e tocar às campainhas de todos os vizinhos e até de todas as casas que se situavam neste bairro.

          A minha melhor amiga estaria agora sentada ao meu lado a ver O Estranho Mundo de Jack. Este filme sempre me deu puros arrepios, mas nunca o demonstrei à Cassie, até que por um lado habituei-me por este ser o filme preferido dela e estarmos a ver vezes consecutivas.

          Devo até admitir que foi mesmo por causa deste filme que me inspirei para a minha máscara deste ano: há uma personagem no mesmo filme chamada de Boogeyman, o vilão do mesmo, que me chamou extremamente à atenção. Era demasiado simples para ser verdade. A minha mãe, com a ajuda da minha avó, fizeram-me um fato com saco de batatas todos cozidos, mas que atrás tinha um pequeno feicho para eu o puder vestir. O fato começava nos pés e acabava na cabeça. A minha progenitora decidiu fazer dois buracos no sítio da boca, no nariz e nos olhos para ser fácil para mim de respirar. Para completar o fato a minha avó havia cozido dois dados ao fato para nunca os perder.

          Já a Cassie decidiu vestir-se de uma personagem de um outro filme chamado A Noiva Cadáver. Achava piada os dentes dela ainda serem salientes mesmo com aquela maquilhagem toda. A minha mãe pintou-lhe o cabelo de azul com as latas que se vendem na loja do chinês muito baratas, e também com a ajuda da minha avó, fez-lhe o véu com flores pretas à volta do mesmo. Já a mãe dela havia-lhe comprado o vestido.

          Assim que acabássemos de ver o filme iamos finalmente pedir os doces, o problema é que eu estava demasiado ansioso para esperar.

          "Cassie?"

          "Sim?"

          A sua mão caminhava até ao saco das pipocas enquanto a outra segurava no mesmo pacote de papel.

          "Podemos ir já pedir os doces?"

          "Não, Harry."

          "Porque não? Já vimos este filme mais de mil vezes!"

          "Porque é o meu filme favorito."

          "Tu nunca viste o meu filme favorito."

          Bufei, aborrecido com o facto anunciado.

          "Tu sabes que não gosto dessas coisas de super heróis."

          "Se visses o filme mudavas de ideias."

          "Claro que não mudava."

          Para ser sincero, concordava com a última afirmação feita pela rapariga mascarada de cadáver. As suas ideias eram demasiado fixeis para serem alteradas. Se ela quiser uma coisa, ela concentra-se nisso e não desiste, por exemplo, ela nunca gostou de super heróis e não vai gostar, isto é, se diz que não vai ver o meu filme preferido, é porque não vai.

          Isso perturbava-me em demasia.

          "Para além do mais, quero doces."

          O meu maxilar apoiava-se no palmo da minha mão.

          Mais um musical no filme havia começado e a Cassie havia começado a cantar, enquanto fazia o mesmo, alegre, entregou-me o saco das pipocas enquanto dançava sentada, dizendo-me indiretamente, sem reproduzir uma única e inocente palavra:

          "Queres doces? Tens aí pipocas. Agora espera."

          Peguei no saco mas não comi nada. Eu queria doces, se eu quisesse pipocas posso sempre pedir à minha mãe que ela faz-mas.

          "Cassie, vá lá."

          Após algum tempo a implorar a pequena rapariga ao meu lado, finalmente a convenci a desligar a televisão. Chamámos a minha mãe e retirámo-nos de casa.

          "Doce ou travessura?"

          Perguntavam as nossas vozes em pura harmonia. Tal e qual como o coro da Igreja.

          "Não tenho doces."

          "Então, travessura."

          Após eu produzir o som da última sílaba, eu e a Cassie retirámos rapidamente as nossas pistolas e apontámos para o senhor. Antes de ele ter reação, premimos o gatilho e a pessoa que se encontrava exatamente à nossa frente estava neste momento encharcado.

          É assim que se passa o Halloween com a minha melhor amiga.

peço desculpa por este capítulo nada de jeito, mas sabia lá eu o que escrever e pronto, isto também foi escrito às 3 horas da manhã e vocês devem-me 3 horas de sono agora! *chateada*

jk, mas espero que gostem, a sério :)

                - kryp

Puzzle Pieces | h.sWhere stories live. Discover now