- Já estás preparada? - a minha tia de trinta anos perguntou-me com um sotaque um pouco Americano. Já devia estar habituada ao Inglês. Para não falar sobre a frase dela que devia ter sido "Já estás pronta?"
- Sim! - berrei, enquanto estava na casa de banho, colocando o meu batom hidratante de Portugal. Tinha chegado á muito pouco tempo, ainda me tinha de habituar com os produtos daqui.
Logo peguei na minha mala meia azul-aqua e preto, indo para a cozinha visto que ela me tinha feito bacon e ovos. E se tivesse comida no estômago, vomitaria quando vi a lata de Coca-Cola.
- Não vou comer isso - disse eu, em Inglês, para ter a certeza que ela me entendia, de seguida buscando o leite ao frigorífico, uma colher, uma tigela e os cereais Corn Flakes.
- Não comes tu, como eu - a voz grossa masculina da casa falou, e virei-me para estar cara-a-cara com o Will. Ouvi um estalo e bolinhas também a estalar, e aí soube que ele vai beber ao pequeno-almoço uma bebida gaseificada.
- Não acredito que vais beber isso em plena manhã. - Ao ouvir-me, deu-me uma cara neutra e engoliu o primeiro gole da bebida. - Não! - Fiz questão de fazer um som enojado, e este sorriu para mim, depois de inclinar a cabeça de novo para mim, num olhar de orgulho.
- Bem-vinda à América. - Ele fez troça da minha nacionalidade Europeia e eu mostrei-lhe a minha língua imaturamente.
- Eu pensava que era isto que comiam na Europa. a minha tia murmurou, olhando para os ovos mechidos e bacon grelhado, mechendo no cabelo loiro falso. Eu espero que ela não se esteja a referir à Coca-Cola.
Eu fiquei a pensar sobre no que ela tinha dito. Já não se lembrava como trabalhava Portugal, creio que passou aqui tanto tempo, que já se tinha esquecido de como era a vida de volta lá. Tinha medo de me esquecer das minhas origens, por vezes, pronunciava mal palavras em Português.
- Pareço-te de descendencia Britânica, tia Susana? - O Will riu-se quando eu disse isto, e não vou mentir, não sei se foi da descendência da Grã-Bretanha, ou quando referi o nome verdadeiro da minha tia. Creio que ele a tratava por Susan, ou Su. Não tenho a certeza.
- Susana - fez troça da minha pronúncia de como eu disse o nome dela, a minha tia limitou-se a sorrir indo na minha direção beijando o topo da minha cabeça, vendo-me a mandar olhares mortíferos ao Will.
- Despacha-te. E não lhe ligues. - Piscou-me o olho ao falar em Português, para ter a certeza que o Will não a entendia. E foi um sucesso pela questão seguinte dele.
- O que ela disse, intérprete? - Eu sorri arrogantemente para ele, num olhar de desprezo e superioridade.
- Não é da tua conta. - Pisquei o meu olho e ele bufou frustrado, rolando os olhos também, como se não lhe interessasse muito, no entanto, era notável que não saber o que a namorada tinha dito, preocupava-o mentalmente.
- Come. - Cruzou os braços e retirou uma pedaço de pão, partindo ao meio, e abrindo para pôr o bacon. Ele comeu aquilo com o refrigerante da Coca-Cola. - Nada de açucar? - perguntou, apontando para os cereais sem qualquer adição de açucar, enquanto eu o olhava chocada.
- Não. - Abanei a cabeça ainda um pouco baralhada, e pus outra colher cheia de leite e cereais, naquele momento moles, na boca.
* * *
- Nem penses que eu vou ouvir música Country! (1) - gritei no carro, tentando ligar o rádio, claramente falhando. Já estavamos no carro a caminho da minha escola.
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JE LEEST
European & Charming (Séries 'Foreign' #1)
RomantiekQuando Carolina, a inteligente e sarcástica adolescente, muda de continente, a vida desta dá uma volta de 180°. Num novo país cuja cultura é estranha, esta vê-se na exaustão na cultura Americana. Principalmente com a entrada de um certo rapaz Charmo...