Seeing Blind • Ben Hardy ONESHOT

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"Você é linda quando tá concentrada, sabia?" ele falou retomando a atenção dela. "Não que você não seja linda sempre."

"Por que você tem que ser tão incrível?"

"Faço o que posso pelo amor da minha vida." ele deu de ombros.

"Você não facilita pra os outros caras do mundo."

"E porque deveria? Já tá pensando em me substituir?" ele perguntou rindo

"Quem disse que eu quero? Mas vai que você me substitui um dia? Eu vou precisar achar alguém, né?" ela retrucou tocando na ponta do nariz dele.

E foi então que o sorriso do loiro desapareceu, como num passe de mágica. Seu rosto fora dominado por uma expressão que misturava incômodo com preocupação.

"Por que eu faria isso, meu amor?" ele indagou rapidamente, quase que atropelando as palavras.

"Você é muito mais do que eu mereço."

"Quem te disse isso?" ele perguntou assustado.

Nesse momento, a jovem sentou na cama e assim que ela começou a falar, ele se sentou também, ficando ambos um de frente para o outro.

"Não precisa ninguém dizer, Ben. Você sempre foi muito mais do que eu poderia imaginar que teria ao meu lado e, quanto mais o tempo passa, mais perfeito você parece ser. Tem um defeitinho ou outro? Tem." ela riu pensando em todas as vezes que havia implicado, em vão, com os cigarros que ele consumia todo dia. "Mas mesmo assim, eu não consigo me ver mais feliz do que como eu sou com você. Não importa quanto tempo você possa passar fora, nem o tanto que a saudade me dilacera, porque a felicidade de quando eu te tenho por perto de volta faz tudo valer a pena."

O rapaz não sabia em que lugar ela pretendia chegar com todo aquele discurso, já que, na cabeça dele, ela era o membro mais incrível da relação.

"Eu sou tão grata pelo bem que você me faz, Ben. Eu fico cada vez mais encantada por você, mas eu sei que você tem conhecido muita gente e que todo esse novo mundo que você agora faz parte tem pessoas muito interessantes, e..."

"Espera." ele a interrompeu "Você realmente acha que eu poderia me interessar por outra pessoa do "meu novo mundo"?"

Antes mesmo que ela pudesse responder algo, ele prosseguiu falando.

"Você é meu mundo. Já olhou o sorriso lindo e encantador que você tem? Já parou pra notar seu olhar mágico, que me enfeitiça e hipnotiza cada vez que se encontra com o meu? Eu não sei se você reparou, mas nada tem mais a minha atenção do que sua voz. Acho que se você lesse uma receita de bolo em voz alta, eu provavelmente ia achar que era uma poesia, porque vindo de você, só poderia ser isso." ambos deram risada da comparação feita.

"Eu não queria soar, insegura. Desculpa."

"Você não tem que pedir desculpas. Talvez eu que tenha que te lembrar mais vezes o quão perfeita você é e o quanto eu te amo. Você por inteiro. Suas qualidades, seus defeitos, seu senso de humor, sua irritação quando tá com sono, sua risada escandalosa, sua animação quando seus artistas favoritos tocam no radio do carro... Você é muito mais do que qualquer pessoa poderia ser pra mim. Você é tudo que eu sempre quis." ao ouvir aquelas palavras, ela sentiu seus olhos marejarem.

"E se um dia eu não for mais suficiente?" ela questionou abaixando a cabeça, seus olhos voltados para suas próprias mãos, que repousavam em seu colo.

"Você sempre foi mais que suficiente. Não tem nada que eu queira mais do que estar aqui na cama com você fazendo carinho no meu cabelo e rindo de qualquer besteira que eu fale." ele respondeu levantando o queixo dela com o dedo indicador.

Ela sabia que era importante pra ele. Sempre soube, mas às vezes sentia sua insegurança falar mais forte e se sentia boba por isso quando se dava conta de que não havia nada para se preocupar. Ele nunca havia dado motivos para tal, aliás.

"Você parece até um anjo com esse cabelo, sabia?" ela disse sorrindo.

"Só pareço? Eu sou um anjo." ele brincou fazendo uma cara de convencido.

"Só nas horas vagas, né?"

"Como?" ele disse com falso espanto, fingindo ter se ofendido.

Antes que ela pudesse retrucar, Ben já havia começado a torturá-la ao fazer cócegas pelo corpo e, por causa disso, ela deitou de volta na cama. Quanto mais ela lhe pedia para parar, entre risos, mais cócegas ele fazia. Após uns instantes, ele decidiu que já havia sido o suficiente e parou de cutucá-la.

"Viu? Olha aí, você colocando as garrinhas pra fora e atentando contra mim." ela disse rindo, ainda retomando o fôlego.

Ben pegou as duas mãos da namorada e levou próximo ao seu rosto, dando um beijo em cada uma delas.

"Eu te amo, sabia?" ele disse com um sorriso de canto de boca.

"Eu também te amo, anjo. Muito."

"Quer dizer que eu voltei a ser anjo?" Ben perguntou com cara de menino travesso.

"Momentaneamente sim, anjo. Meu anjo." ela falou, dando ênfase no pronome.

Ao ouvir essas palavras, um alivio tomou conta do corpo dele, pois, pelo menos por enquanto, ela havia sido convencida de que ele é tão dela, como ela é sua. Isso trouxe uma alegria instantânea para ele, tornando-se evidente pelo sorriso que preencheu seu rosto.

"E como eu faço pra continuar sendo?"

"Anjo ou meu?" ela perguntou confusa.

"Seu eu sempre vou ser."

"Bom, então pra permanecer anjo é só continuar aqui, do jeitinho que a gente estava antes, até a gente cansar. E sem cócegas."

"Ah, então vai ser fácil."

Ele selou os lábios de ambos e, após isso, se deitou novamente ao lado dela, abraçando-a com o braço direito. Ela virou o corpo, ficando deitada de lado, para que pudesse ficar de frente pra ele. Com a ponta do dedo indicador, ele fazia desenhos nas costas dela. Não demorou para a mão da garota estar fazendo carinho no cabelo dele mais uma vez. Ele lhe deu mais um beijo e, então, apenas encostou sua testa na dela. Ambos sabiam que não era preciso dizer mais nada, pois o amor entre eles estava sendo dito através do toque.

Até com o mais simples dos gestos ele a fazia se sentir a mulher mais completa e amada do mundo.