Seeing Blind • Ben Hardy ONESHOT

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Pelo espaço de janela que não estava coberto pela cortina entrava um feixe de luz, que iluminava o rosto da garota. A luminosidade a acordou, fazendo-a abrir os olhos e logo em seguida fechá-los, uma vez que o excesso de luz incomodava. Após uns instantes já era capaz de abrir os olhos tranquilamente e foi então que sua atenção se voltou para aquele que estava deitado ao seu lado.
O rapaz dormia tranquilamente, com um semblante sereno. A luz que adentrava o quarto refletia em seus cachos loiros, fazendo a garota pensar que mais pareciam fios de ouro. O braço direito do rapaz a abraçava e, por esse motivo, ela fazia o máximo que podia para não mexer seu tronco, com medo de que pudesse despertá-lo.

Ela ainda vestia a mesma camisa que ele havia usado na noite anterior. Ele, por sua vez, estava com o tronco desnudo, o que permitia que ela observasse as poucas pintinhas causadas por sol que haviam na pele extremamente branca de Ben. Próximo à clavícula dele, haviam marcas deixadas por ela, que começavam a manifestar uma cor ligeiramente roxa. Instantaneamente foi tomada pelas lembranças do que havia acontecido antes de ambos caírem no sono.

Tais lembranças, no entanto, não permaneceram sendo reproduzidas em sua mente por muito tempo, pois ao olhar mais uma vez para o rosto angelical do rapaz, inúmeros outros pensamentos a distraíram.

A garota não parava de repetir para si mesma o quão sortuda deveria ser, pois não acreditava merecer alguém tão incrível ao seu lado. Ele não era apenas alguém extremamente bonito e charmoso. Ele era o motivo de seus maiores sorrisos e da sua felicidade. Já havia perdido as contas de quantas vezes, em um dia difícil, ele havia feito tudo o que estivesse ao seu alcance para melhorar o dia da moça.

Por mais que não quisesse acordá-lo, quando percebeu, as mãos dela já se encontravam emaranhadas no cabelo claro dele. O vermelho do esmalte descascado das unhas da moça já não eram mais visíveis, enquanto a ponta dos dedos delicados dela faziam movimentos carinhosos no couro cabeludo dele. Ele sempre comentava o quanto gostava daquilo, ao mesmo tempo que ela se sentia extremamente feliz fazendo aquele simples gesto. Sentía-se conectada a ele sempre que o fazia e, dessa forma, era preenchida por uma sensação de pertencimento. Um fazia bem ao outro e, assim, pertenciam cada vez mais entre si.

O cotidiano do casal nem sempre era tão simples e comum, uma vez que ele começava a obter cada vez mais sucesso em sua carreira de ator. Ela, por sua vez possuia uma profissão "normal" na cidade em que eles dividiam um apartamento. Com a ascensão na carreira, ele viajava com mais frequência, para interpretar papeis com mais destaque em produções cada vez mais relevantes. Com isso, vinham juntos o reconhecimento e a fama. O rapaz não possuia grande interesse em ser famoso, mas não era algo que pudesse impedir de acontecer. Nos últimos meses, a jovem não sabia conter o orgulho que sentia de seu namorado, mas, no entanto, também não sabia evitar a insegurança que crescia dentro de si. O mundo é cheio de belas mulheres em busca de homens bonitos, simpáticos e bem sucedidos, assim como aquele ao seu lado e que detém seu coração, afinal.

"No que você tá pensando?" a voz rouca de quem havia acabado de acordar a tirou de seus devaneios.

"Eu nem percebi você acordando" ela respondeu sorrindo.

"Bom dia pra você também, flor do dia." ele brincou, dando um beijo no topo da cabeça da namorada.

"Fui eu quem te acordou? Desculpa." ela disse se sentindo culpada por ter mexido em seu cabelo.

"Quem me dera ser acordado assim todo dia."

Os olhos verdes dele carregavam uma extrema doçura. Era difícil para ela não se perder naquele olhar toda vez que ele a encarava. Sentía-se inundada pelo mar esmeralda que ele possui na íris, ao mesmo tempo que parecia que ele havia roubado as pedras preciosas mais bonitas e brilhantes daquela cor e guardado em seus olhos, como se fosse um porta jóias.