15 - Nova vida, novas fases

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— Sim, mas Martha e Sebastião me ajudaram muito, principalmente com várias dicas. 

— Então o senhor está criando uma feição pela cozinha? — sorri, o provocando.

— Digamos que sim. Comecei a me interessar desde que você cozinhou pra gente lá no prédio. — deu uma risada sutil e comeu uma uva.

— Obrigado, Chris. É muito bem preparado, gostei tanto e provavelmente nem vou conseguir comer tudo isso. — eu ri. 

— Se sobrar algo, pode deixar que eu como, não se preocupe com isso. Eu faço esse sacrifício. 

Rimos e continuamos a comer, o tempo foi passando e então, de repente, estava ali deitado com a cabeça no peito dele. 

— Eu te amo demais, Arthur. — ele soltou, do nada.

— Eu também te amo, pra caramba. — sorri ao olhar pra cima. 

Chris sorriu de lado e abaixou a cabeça pra me dar mais um selinho. 

— Preciso tomar um banho. — eu disse. 

— Tudo bem. — ele se levantou e foi me mostrar o banheiro, me entregando toalhas e a roupa.

Entrei na banheira e me dei o luxo de aproveitar esse momento pra relaxar. Fiquei lembrando dos últimos momentos que vivenciei, o quanto estava me sentindo feliz, o quanto eu esperava que o meu livro pudesse fazer algum sucesso naquela editora... Sonhos realizados. Nesse embalo de pensamentos, eu nem tinha me dado conta. Olhei meu celular e vi que passei uns cinquenta minutos na banheira! Me levantei depressa, me enxugando e vestindo minha roupa logo depois. Enquanto caminhava para o hall principal, ouvi Christopher conversando e parei de andar, me escondendo atrás de uma parede. Consegui observar que ele e todos os seus funcionários estavam ali, reunidos. Mas fiquei surpreso mesmo ao reparar que também estavam ali os funcionários da ViennaLife! Até Sun e Andrea...

— Eu chamei todos vocês aqui pra essa reunião porque precisava muito ter essa conversa com cada um de vocês. Embora seja dia primeiro e esteja na hora do almoço, achei que fosse de urgência, mas não é nenhum trabalho para nenhum de vocês fazer. — ele começou. — Como passaram de ano novo?

Todos eles iam respondendo.

— Bem, obrigado.

— Muito bem. 

— Foi tudo ótimo.

— Foi bem, e pro senhor?

Christopher sorriu e abaixou a cabeça, meio sem jeito. 

— Digamos que eu tive o melhor ano novo da minha vida e estou sentindo que minha vida vai começar a melhorar. Bom, na verdade, já estava começando a melhorar há alguns dias. 

Deixei um sorriso escapar. 

Sebastião riu. 

— O que eu quero dizer é algo que na verdade já transita nos assuntos entre vocês, provavelmente, mas eu quero deixar claro e sinto que preciso fazer esse discurso.

Sebastião suspirou.

— Vai em frente, garoto. — ele murmurou. 

— Desde criança eu tive sempre tudo aquilo que qualquer um poderia querer, não é mesmo? Um quarto só pra mim, comida da boa e da melhor, roupas caras, luxo, passeios de limousine, presentes e brinquedos caros... Só que não. Nada disso na verdade nunca importou pra mim. Eu vivia sozinho, isolado. Não tinha amigos, me achavam metido na escola, nos lugares... — Chris ergueu as sobrancelhas. — Talvez fosse verdade. Foi o modo de como fui criado. Não tive muita educação dos meus pais, afinal... eles quase nunca estavam presentes. 

Dois homens, um coração (Romance Gay)Where stories live. Discover now