O Recomeço

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À saída do hospital estavam os meus pais e a minha irmã à minha espera. A psiquiatra acompanhou-me até ao carro, onde ficou a falar com os meus pais acerca de mim e da minha recuperação. Talvez tenham falado acerca de outras coisas, mas não ouvi, uma vez que fui para o carro com a minha irmã.

Assim que chegámos a casa corri até ao meu quarto para pousar as minhas malas. Mal entrei, senti-me fraca e tudo o que já se havia passado ali dentro voltou-me à memória. Decidi que estava na altura de pôr um ponto final ás lembranças que tinha daquele maldito lugar. Desci para conversar com os meus pais sobre isso. Falei-lhes da hipótese de ir viver sozinha. Não de todo sozinha, claro, mas com Rose – a minha melhor amiga. Ao início a ideia parecia impensável e precipitada, já que tinha acabado de sair do hospital, e ainda não estava totalmente recuperada. No entanto, depois de alguma insistência acabaram por aceitar a minha decisão.

Peguei no telemóvel para ligar à Rose.

– Olá Rose! Podes passar pela casa dos meus pais hoje à noite?

– Claro! Estou cheia de saudades tuas, tenho que te contar imensas coisas! Não imaginas como é bom ouvir a tua voz animada de novo...

– Passa por cá ás 8. Aproveitas e jantas connosco.

– Aí estarei, até já!

– Até já, Rose!

Assim que desliguei o telemóvel, peguei nas chaves do carro e saí de casa com destino a uma loja da rua do lado, uma daquelas lojas que vende de tudo, desde roupa a ferramentas de jardinagem.

Agarrei em algumas caixas de papelão e fui até à caixa para pagar. Deparei-me com a Violet – uma das pessoas mais maldosas que alguma vez conheci – assim que me viu, engoliu em seco e fingiu que não me conhecia. Estava com ar de desgastada e infeliz. Trabalhar ao balcão de uma loja não era propriamente um dos seus objetivos de vida.

Já em casa, subi até ao meu quarto, onde pousei as caixas que havia comprado. Com um marcador preto, escrevi lixo em uma delas, aí iria colocar todas as coisas que me faziam relembrar o meu passado. Nas restantes, iria pôr tudo o que pretendia levar para a minha nova casa.

Estava a sair do quarto para ir ver televisão com a minha irmã, quando a campainha soou bem alto.

– É a Rose! – gritei entusiasmada.

Corri até à porta, quando abri, os meus olhos encheram-se de lágrimas, era a minha melhor amiga. Ela olhou-me também emocionada e deu-me um enorme abraço. Um abraço que me transmitiu não só alegria e felicidade, mas também paz interior. Ficámos abraçadas por algum tempo sem dizermos absolutamente nada, palavras não eram necessárias quando o silêncio gritava dentro das nossas cabeças.

...

Durante o jantar, fluiu a conversa de eu e a Rose irmos viver juntas, algo que já estava nos nossos planos desde a nossa adolescência.

– Então, Amy, tu e a Rose estão mesmo decididas e levar para a frente a ideia de irem viver juntas? – questionou o meu pai, arqueando a sobrancelha.

– Mas é claro que sim, senhor Evans! – proclamou Rose, sem sequer me deixar falar.

– Vocês autorizam mesmo, certo? – perguntei, lançando um olhar ao qual era impossível negar seja o que for.

– Estivemos a pensar nisso e, chegámos à conclusão que tens razão, está na hora de te deixarmos sair do ninho. E como conhecemos bem a Rose, não terá qualquer problema em irem viver juntas – respondeu a minha mãe, sorrindo.

Ao ouvir estas palavras, olhei para a Rose e esbocei um enorme sorriso, talvez o mais verdadeiro que alguma vez já havia dado na minha vida.

Os meus pais conhecem a Rose há tanto tempo quanto eu, eles eram muito chegados aos pais dela e, por isso, estávamos juntas muitas vezes quando éramos apenas crianças, o que fez com que criássemos uma amizade tão forte e pura.


 Gostaram do 1º capítulo? Ansiosos pelo próximo? Passei muito tempo sem escrever nada, acredito que algumas coisas não estejam o mais corretas possível, conto com a vossa ajuda para poder  melhorar. A propósito, este capítulo está publicado numa outra conta que criei anteriormente, no entanto, não consegui voltar a entrar nessa conta e continuar a publicar lá, decidi então recomeçar aqui. :)

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⏰ Last updated: Dec 26, 2018 ⏰

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O Recomeço De Uma Vida Perdida.Where stories live. Discover now