Está pronta? - A porta do quarto é aberta e Felipe entra pela mesma.

— Sim. - Peguei minha bolsa e me olhei uma última vez no espelho.

— Tudo bem, vou descendo, te espero no carro. - Falou por fim e saiu.

Eu e Felipe estamos estranhos um com o outro a semana inteira, quando ele disse terça que estava tudo bem entre nós ele mentiu, o resto da semana só falamos o básico e praticamente nem nos olhavamos.

Saí do quarto e me despedi de Miguel que estava na sala jogando, apertei o botão do elevador e em um minuto estava no estacionamento.

Felipe estava fora do carro e encostado no mesmo, assim que ele me vê destrava seu carro e entra no banco do motorista, abro a porta e entrando logo em seguida.

O caminho até a casa de Ramalho foi silencioso e com um clima pesado no carro, o mesmo clima que foi a semana toda entre nós.

Em menos de trinta minutos chegamos na mansão do pai dele, Sérgio nos recepcionou e nos levou até a sala de estar.

Conversamos um pouco e Ramalho decidiu ir direto ao ponto.

— Como vocês sabem, hoje ou amanhã, depende de quando a noticia se espalhará, vocês estarão namorando aos olhos de todos. - Nos olhou sério — E bom, vocês não vão poder ficar com ninguém, a não ser que vocês dois fiquem.

— Isso não vai acontecer! - Falei rapidamente e Felipe me olhou.

— Como assim pai, não vou poder ficar com ninguém? - Perguntou.

— Claro que pode, você pode ficar com a Hannah! - Sorriu.

— Como ela disse, isso não vai acontecer. - Me olhou — Faço das palavras dela as minhas...

Engulo em seco.

Idiota.

Idiota.

Idiota.

Eu sou uma idiota.

— Bom vocês que sabem! - Falou por fim — Querem almoçar aqui? - Perguntou olhando as horas no seu relógio.

— Não, nós vamos almoçar fora depois que fomos embora do hospital.

— Vamos? - Perguntei.

— Se você quiser é claro. - Me olhou.

— Não, está tudo bem para mim...

— Bom chega de papo furado, é melhor vocês irem, vai que peguem trânsito. - Sorriu se levantando — A van com os brinquedos já está por lá!

— Já?

— Sim, eles estão desde cedo.

— Então melhor nos irmos. - Se levantou.

— E os repórteres também. - Sorriu.

— Meu deus mais já? - Foi minha vez de perguntar, eu estava assustada.

— Sim. Melhor vocês irem...

****

Estávamos em frente ao hospital, eu estava nervosa. Havia vários repórteres e fotógrafos na porta do mesmo.

— Quero que saiba que tudo o que acontecer agora não vai passar de uma encenação, tudo bem? - Chamou minha atenção Felipe e eu assenti.

Ele sai do carro dando meia volta e abrindo a porta do meu lado.

Respiro fundo.

Saio do carro e Felipe me abraça colocando um de seus braços na minha cintura e me levando para dentro do hospital.

Vários flashes em direção a nós e alguns repórteres tentando nos parar, mas não conseguiram graças ao segurança.

— Eu não vou me acostumar nem tão cedo com isso. - Me soltei dele e o olhei.

— Também não...

Fomos atendidos pela secretaria do hospital e ela fez nós nos trocarmos e colocarmos uma roupa com proteção para entrar na sala aonde estavam as crianças.

Os briquedos foram retirados da van e colocados para dentro do hospital, uma fotógrafa entrou no mesmo e tirou uma foto minha e do Felipe com os brinquedos.

Assim que entramos no corredor aonde estavam as crianças meu peito se encheu de alegria.

Entramos em vários quartos e distribuímos os brinquedos, conversamos um pouco com cada criança e com o responsável que estava com ela.

Mas uma criança em especial me chamou atenção, na verdade todos eram especiais ali, mas uma me conquistou apenas com um sorriso.

— Tia nana? - Mateus chama minha atenção, eu estava distraída olhando os traços da criança maravilhosa a minha frente.

— Oi meu anjo?

Mateus tinha dois anos, era incrível com tão pouca idade passando por tantas coisas mas mesmo assim permanecia com um sorriso de encantar qualquer um.

A doença dele ainda estava no início, mas a mãe dele estava fazendo de tudo para tentar curar seu filho.

Ela tinha ido dar um volta com Felipe, todos os brinquedos já haviam sido distribuídos, eu estava a quase duas horas aqui com Mateus.

— Você pomete que vai vim mi ver mais vezes com o titiu Lipe? - Perguntou com seus olhos brilhando de esperança.

— Eu prometo meu amor. - Abaixei minha máscara e o dei um beijo na testa.

A porta do quarto se abre e Felipe entra com Fernanda, a mãe de Mateus.

— Desculpa a demora, estava conversando com Felipe, você tem sorte por ter ele como seu namorado viu Hannah. - Colocou aos mãos no meu ombro e senti meu rosto ferver.

— Falei alguma coisa de errado? - Perguntou ao ver meu estado.

— N-não, não falou nada. - Ri, mas de nervoso.

— Você vai casar com a Nana titiu? - Perguntou Felipe e era agora mesmo que eu queria um buraco para enfiar minha cabeça.

Felipe riu.

— Quem sabe mais para frente né Hannah? - Perguntou e eu assenti rapidamente.

Eu estava nervosa.

Eu odeio mentir.

E eu odeio essa história.

Isso não daria certo...

No Mesmo Quarto [Concluído]Where stories live. Discover now