“Não me meta nas suas desavenças, mamãe. Caroline é a melhor sogra que eu poderia querer.” Acaricio o local no qual Diana empurra seus pezinhos, na tentativa de fazê-la se aquietar, no entanto, o efeito é exatamente contrário; ela chuta com mais força ainda, novamente na costela e preciso respirar fundo algumas vezes em busca de ar.

“Ela está inquieta, hoje?” Forço um sorriso para o meu pai, quando ele se abaixa ao meu lado e coloca a mão sobre a minha. "Dá um desconto para sua mãe, princesinha do vovô. Vai dormir um pouquinho." Como se por mágica, Diana para de chutar e fica quietinha; mostrando assim, a sua obediência não a mim que sou sua mãe e carrego seu peso no ventre, mas ao avô que tem um sorriso convencido enquanto se curva para beijar minha testa. "Nem acredito que a minha menina já vai se casar. Chegou tão de repente na minha vida e se tornou o meu mundo, a razão da minha existência em um piscar de olhos. Ensinou-me o verdadeiro significado do amor, a vencer meus medos e a lutar pela minha felicidade ao lado da mulher da minha vida."

"Ah, papai! Desse jeito eu vou desidratar e o meu noivo vai fugir do altar quando ver a noiva mais feia que um zumbi apocalíptico." Aceito o lenço que mamãe me estende e passo no rosto. "Eu também amo o senhor. É o melhor pai do universo; o homem mais confiável do mundo inteiro. Agradeço por toda a paciência que sempre teve comigo mesmo quando eu nos metia nas confusões mais absurdas." Seguro a mão dos meus pais; dos meus alicerces para ser quem sou hoje. "Obrigada pelas noites em claro que passaram cuidando de mim quando estava doente; obrigada por todas às vezes que me incentivaram a correr atrás dos meus sonhos; por acreditarem em meu potencial; mesmo quando o mundo tentava me derrubar vocês estavam lá me ajudando a continuar de pé, a correr atrás dos meus sonhos. Vocês são os melhores pais de todos e me deram a família mais incrível que eu criança poderia possuir."

Embargados pela emoção, pelo amor que nos une, sou envolvida pelo melhor e mais seguro abraço do mundo. O abraço dos meus pais. O lugar que sempre estará aberto para me receber independente de qualquer coisa. Quando nos separamos, vejo Ethan ao lado de Alicia; ele segura Biel a uma distância segura de seu terno escuro. O bichano mia, balançando as patinhas traseiras, pedindo para ser colocado no chão.

"Esse gato safado mijou no tapete do meu quarto e as essas lágrimas nos meus olhos com certeza é alergia." É a sua desculpa para não admitir que também está emocionado.

"Não se preocupe que amanhã o Biel se muda pra nova casa dele." O bichano cai elegantemente sobre as quatro patas quando é solto por Ethan.

"É bom mesmo ou farei espetinho de gato." Sai pisando duro.

"Não aguento a aborrecência do seu filho, Stefan. Vai ajudá-lo a amarrar direito aquela gravata e a pentear aquele ninho de passarinho, por favor. Vou refazer a maquiagem da Mel e daqui a pouco descemos."

Em vinte minutos estou impecavelmente maquiada, novamente. Meu buquê de rosas claras e lilases é tão encantador que será até um pecado atirá-lo para mulheres loucas por um matrimônio. Quando abrimos a porta de casa, tem uma enorme e extravagante limousine branca com um motorista uniformizado nos esperando. Obra do tio Damon com toda a certeza do mundo; ele é a única pessoa da família a gostar de chamar a atenção por onde passa.

"Quando eu crescer vou construir carros." Ethan informa quando estamos todos muito bem acomodados nos confortáveis assentos de couro.

"Ontem você disse que seria astronauta e hoje cedo que seria um agente do FBI." Alicia implica com nosso irmão, que todos os dias arruma uma profissão diferente para exercer no futuro.

"Posso ser os três se eu quiser." Os dois começam a se alfinetar, mas param assim que recebem uma advertência de mamãe.

Enquanto eles mudam de assunto, passando a falar sobre um amigo secreto, que farão para animar o jantar de natal, conto os segundos para chegar a igreja e ver os dois homens da minha vida. Estou sentindo tanta falta de Ethan e Barry; 20 horas sem vê-los e o coração já está morrendo de saudades, o subconsciente entoando o cântico da depressão: Near, far, wherever you are / I believe that the heart does go on / Once more you open the door / And you're here in my heart
And my heart will go on and on. A música que Gabriel tanto detesta e eu tanto amo quando estou na bad.

Série Corações Feridos: Não me esqueça (Vol. 4) ✔Where stories live. Discover now