Capítulo II

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Eu, Park Jimin, não estava apenas nervoso. Eu estava aterrorizado, em pânico, com a cabeça na guilhotina... A viagem de carro até à empresa tinha sido um absurdo constrangimento, porque o motorista sem me cumprimentar ou sequer olhar, apenas abriu a porta dos passageiros para mim e seguiu para o seu lugar, totalmente concentrado na estrada e trânsito. Nem um pouco de música... O que é que o universo andava a conspirar contra mim? O pior era ter de mentir para o Jin hyung, sentia uma culpa enorme por lhe ter mentido na noite anterior e dito que estava tudo bem. Ainda assim, eu não queria deixá-lo preocupado.

Tal como combinado no dia anterior, na simpática reunião que tivera com o meu adorável e fofinho chefe, subi até ao seu andar pelo elevador exclusivo a Jeon Jungkook. Fiquei surpreendido ao ver que em cima da minha secretária estava já um monte de papéis ou para que ele assinasse ou revisse. Talvez fosse mesmo mau ter um cargo daqueles... Mas o mais importante no momento não era isso. Claro que queria saber quem tinha sido a alminha que levara tanta papelada para o meu local de trabalho, contudo a minha prioridade era tratar do café preto para o senhor Jeon. Não perguntem como, mas tinha arranjado forma de ter o meu contacto de telemóvel e de me mandar uma mensagem toda ela bastante encorajadora e educada a informar-me que tinha enviado um mail com a sua agenda digital e as minhas funções e horários.

E antes que o senhor Jeon aparecesse, corri em direção ao seu escritório para colocar o café fumegante em cima da sua secretária. Não era como se merecesse mas tinha-me preocupado em comprar algo que conseguisse manter o seu café sempre quente. Tambem aproveitei para ir buscar a papelada na sua mesa. Só então regressei ao meu local de trabalho. A primeira coisa que fiz foi abrir a agenda e confirmar todas as reuniões e certificar-me que todas as exigências e confortos estavam assegurados. Eu tinha estudado os parceiros de negócios do senhor Jeon o suficiente para saber como falar e agir com cada um deles, afinal de contas seria eu quem os receberia e seria eu a registar tudo o que acontecesse.

Ainda tive tempo para ligar para o Jin hyung. Depois de pensar e pensar num restaurante que tratasse do almoço do magnata mais esquisito, decidi recorrer à minha última esperança.

- Mochi, espero que estejas a ligar para me dizeres que vais passar por aqui depois do teu trabalho. Eu quero que experimentes a minha nova receita de cupcakes. - Ai! Eu adorava cupcakes! Só de imaginar já me crescia água na boca. - Mas não me ligaste para isso. Diz lá o que se passa ao teu hyung preferido.

- Como é que sabes?

- Simples, nunca me ligas durante as horas de trabalho a menos que seja importante. - Bom ponto de vista - Além disso, continuo a achar que me estás a esconder alguma coisa.

- Hyung! Não estou a esconder nada. Será que conseguias preparar duas daquelas caixas que fazes de almoço?

- O quê? - Não podia falar mais baixinho? Os meus ouvidos... - Santo Deus! Eu esperei que este dia chegasse por anos. Eu vou arranjar... Espera aí, Park Jimin, duas?

- Hyung... Uma é para o meu chefe.

- Ele que levante a bunda e vá buscar o próprio almoço. Estou farto de te ver a correr por um bando de preguiçosos. Nem penses.

- Por favor... Não estás a perceber, não é para o meu chefe de departamento, é para o presidente Jeon. - Sussurrei a última parte como se fosse um grande segredo. Um segredo que estava a revelar. - Não quero ser despedido hoje.

- Jiminie, podias ter dito logo que era para esse Deus Grego. Eu vou preparar as melhores caixas de almoço e vou pedir para o Hoseok entregar. E quero as minhas explicações depois do trabalho, em casa. Vou guardar um tabuleiro de cupcakes. Até logo.

- Obrigada, Omma Jin!

- De nada. Vai logo ter com esse pedaço de mau caminho...

Antes que pudesse responder à sua provocação, desligou a chamada. Repirei fundo de alívio, pelo menos não seria despedido por causa de um almoço.

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