O Destino Agiu

19 3 3
                                    


   Um ônibus parou em um ponto no Centro, abriu a porta de desembarque e de lá desceu Hélio com seu megafone e uma bolsa carteiro pendurada em seu ombro. De longe já se podia avistar a pequena multidão se formando com cartazes escritos "ELE NÃO".

  Hélio foi ao encontro da multidão. Não conhecia ninguém ali, mas quem sabe podia fazer uma amizade.


*no restaurante de Omar...*


  O movimento já havia abaixado no restaurante Arabínguas, Omar estava sentado em uma mesa ao fundo. Usava um short azul largo, uma camisa branca de manga curta e chinelos.

   O ultimo freguês se levantou e foi até o balcão para pagar a conta. Omar virou o rosto na direção da entrada do restaurante. Havia um homem de óculos escuros do outro lado da rua, estava todo de preto. Era impressão ou ele olhava diretamente para Omar?

   Sim.

   Ele estava mesmo olhando.

   Como se o homem misterioso tivesse percebido que Omar o encarava de volta, saiu andando de onde estava até desaparecer.

-Senhor Dahab, o ultimo cliente já saiu, devo fechar o restaurante? -Era o balconista.

-Ah sim, por favor.

-O senhor vai querer alguma coisa?

-Não, obrigado. Melhor fechar antes que o protesto comece, já tem muita gente formada.


*16hrs, início do protesto contra Bolsonaro*


   Todos os protestantes caminhavam lentamente exibindo cartazes com escritas do tipo "Não ao fascismo" "Bolsolixo" "O Brasil não vai voltar à 1964" "Não à ditadura" e é claro, o famoso "ELE NÃO".

  A rua estava lotada. Havia todo tipo de manifestante, os que escreviam dizeres em seu rosto, os com placas e cartazes, alguns com apitos ou assim como Hélio, megafones.

  O Sol estava se pondo no meio dos enormes prédios que cercavam a rua.

   Hélio aproximou o megafone da boca e puxou um grito de guerra:

-Ô Bolsonaro! Seu vacilão! O povo unido vai gritar "ele não"!

   O amontoado de pessoas que havia ao redor começaram a aderir o grito de guerra de Hélio. Todos batiam palmas no ritmo e repetiam a cantiga.


*18:30...*


  O protesto seguia normalmente. Havia muito mais pessoas que antes. Alguns com bandeiras LGBT, outros com cartazes e etc..

   O céu estava alaranjado indicando o pôr do Sol entre os enormes edifícios da rua.

  Todos marchavam lentamente e em ordem na direção do final da rua onde se concentrava o protesto.

  No meio do caminho apareceram várias viaturas da PM e um caminhão com uma tropa de choque.

   Todos pararam.

   Um dos membros da tropa de choque desceu do compartimento aberto do enorme caminhão azul-escuro, puxou um megafone e ergueu até a altura de sua boca.

-Atenção, todos! Este protesto está encerrado!

   Todos os manifestantes vaiaram o membro, que, em resposta ás vaias anunciou um alerta no megafone com um sorrisinho sarcástico:

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Dec 07, 2018 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

A RESISTÊNCIA (EM ANDAMENTO)Where stories live. Discover now