Capítulo 2

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Rupert não parou de encarar o mendigo nem mesmo por um segundo

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Rupert não parou de encarar o mendigo nem mesmo por um segundo. Sentia-se ameaçado por ele, mas não conseguia entender como Apogeon não parecia se sentir do mesmo jeito. Seu pai estava com ele da mesma forma que estava com o outro. Teriam se tornado amigos?

— Mantenham a calma, garotos. Ele não veio roubar nada hoje — acalmou-os Apogeon com um leve sorriso, sua voz grossa e tranquila rompendo o clima tenso que ali se formara. — Ora, vejam só. Pintou os cabelos, Iara?

— Pintei. Tem muitas cabeças marrons neste quarto — respondeu ela sem tirar os olhos do trio, finalmente revelando o rosto triangular e muito branco.

O loiro do topete ridículo, cujo nome Rupert esqueceu, olhou maravilhado para os garotos, mas não pareceu muito fascinado em conhecer Rupert, e aquilo não o decepcionou de forma alguma. Ninguém criava expectativas quando ia conhecer o infante sem poderes, então os olhares de decepção que eram voltados para ele não passavam de rotina. Era só mais uma noite comum de visitas.

— É uma honra conhecê-lo, Rupert Brant! — cumprimentou com as bochechas rosadas. Gentilmente, ele estendeu a mão direita para o rapaz imensamente confuso. — Sou Paulo.

Rupert considerou aquele comportamento bizarro e forçado. Não dava para acreditar que alguém finalmente estava o cumprimentando antes dos outros. Apogeon provavelmente pediu para que Paulo o cumprimentasse primeiro por pena.

— Honra? Digo o mesmo... eu... eu acho — retribuiu seriamente ao levantar da cama e sacudir fracamente a mão quente de Paulo.

— Boa noite, Paulo — cumprimentou Lúcio antes de levantar-se da cama e aproximar-se de Iara, tampando propositalmente Matheus. — Como já deve saber, nós somos os príncipes. Ele é só um infante.

Rupert já estava acostumado com aquele tratamento. Foram várias as visitas em que ele se sentiu rebaixado por não ser o príncipe, mas preferiu passar a ver o lado positivo de ser um infante, como não ser tão cobrado como Lúcio e Iara seriam quando adultos. Além disso, eles tornavam-se cada vez mais desagradáveis a cada ano. O poder e as responsabilidades que os aguardavam estavam mudando-os.

— Que príncipe humilde — rosnou Ramsés num tom de deboche.

A voz do mendigo era rouca e carregada de sarcasmo. Seu semblante dava a impressão de que não passava de um patife cujo cérebro não guardava nada além de insultos e palavras de baixo calão — muitos deles usados contra Apogeon nas invasões ao castelo.

— Na verdade, é uma honra conhecer a todos... — tentou consertar Paulo um tanto encabulado.

— Acha mesmo? E o que você está fazendo aqui, mendigo? Não cansou de ser expulso? — rosnou Lúcio, tentando sair vitorioso e sem dar atenção a Paulo.

— Que bom que já estão se entrosando — disse Apogeon a Ramsés e Paulo ao tomar à esquerda e ajoelhar-se lentamente perto da cama onde Rupert estava antes do trio chegar. — Vocês dois são ótimos espadachins. Podem ensinar a Rupert os seus truques de combate.

Rupert Brant e os ElementaisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora