48.COMO?

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Mell

Os dias seriam perfeitos se eu como sempre não estragasse nosso último dia aqui em Búzios. Ao em vez de estarmos fazendo alguma coisa realmente interessante, estávamos em uma sala de hospital.

― Eu só estou enjoada Lucas, não precisa me tratar como um bebê. ― revirei os olhos. Às vezes aquele seu jeito protetor me irritava. ― Você sabe que tenho estomago fraco e passo mal por qualquer coisinha.

Á medica que nos atendia olhava para mim enquanto eu falava. Ela era bem jovem e bonita por sinal e eu tinha amado seus sapatos, não pude deixar de notar isso.

― Esses enjoos começaram ontem, e hoje você quase desmaiou no restaurante na hora do almoço. ― havia tensão e preocupação na voz de Lucas.

A médica virou o pescoço lentamente e olhou para Lucas. Estávamos em um debate. Isso tudo porque eu não queria ser furada com uma agulha. Bruna já segurava a seringa na mão e aquilo me agoniava ainda mais. Bruna era no nome da medica, esse era o nome escrito em seu jaleco. Eu não sabia ao certo se ela era médica ou enfermeira.

― Para de ser infantil Melyssa, é só um pouco de sangue.

― Então tira o seu. ― fiz bico cruzando os braços.

― Não sou eu quem está doente aqui. ― disse duramente e sua voz meio que se alterou. ― Você está pálida. Ontem chegou a dizer que estava enjoada até de mim. ― concluiu pasmo.

― Não enjoada de você, só do seu perfume. ― revirei os olhos. Não que eu ainda não estivesse, mas o cheiro forte de álcool naquele lugar mascarava um pouco seu cheiro.

― Você não vai sair daqui enquanto não fizer o exame.

― Vou. ― o desafiei.

― Não vai. ― cruzou os braços semicerrando os olhos.

Ele estava tentando me intimidar? Sério!

― Eu não estou aqui para isso. ― olhamos juntos para a moça vestida de branco a nossa frente. ― Tenho que fazer o meu trabalho. Tem muitas pessoas lá fora para serem atendidas. Eu não posso te furar com essa agulha sem seu consentimento estando consciente. Você vai ou não fazer o exame?

Ela me olhava séria. Olhei para a agulha em sua mão novamente e senti meu corpo se arrepiar todo como se uma corrente de ar frio entrasse por alguma daquelas janelas e me golpeasse em cheio

― Vai ser rapidinho. ― não sei se disse para me encorajar ou se queria me ver livre dali logo. Talvez fossem os dois.

"É só uma picada de mosquito e mais nada". Lembrei-me do que minha mãe me dizia quando eu era pequena. Mas as picadas de mosquitos não doíam tanto quanto. Eu não tinha para onde correr não é?

― Que seja rápido. ― disse entre dentes estendendo o braço para ela.

O elástico amarrado em meu braço prendeu o sangue em minha corrente sanguínea, via a medica como um carrasco. Fechei meus olhos fortemente, trincando meus dentes um contra o outro quando senti a agulha perfurar minha pele.

― Prontinho. ― Sorriu para mim e eu vi cinismo naquele sorriso. ― Volto em alguns minutos com o exame. ― Saiu nos deixando a sua espera.

Meu braço dobrado prendendo o algodão que ela tinha posto assim que tirou a agulha.

― Não foi tão ruim assim. ― Lucas disse com um sorriso temeroso em seus lábios se aproximando trazendo seu perfume consigo e fazendo meu estomago se revirar mesmo que ele não estivesse tão perto me olhando. Não que eu estivesse realmente brava com ele. Só um pouquinho na verdade. Ele não falou mais nada e eu também não, na verdade eu estava controlando a minha respiração para que a ânsia se vomito não me atingisse novamente.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ