cap. 22

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Mason.



Respiro fundo de olhos fechados e sinto o cheiro de um perfume doce no meu nariz, já fazia algum tempo que alguém havia se sentado ao meu lado, mas eu não tive vontade de espiar para ver quem era.
Pelo menos não até o celular da suposta garota começar a tocar.
O som era de um solo de guitarra, uma Sinfonia escandalosa da qual eu me lembraria até depois do Alzheimer.
Minha música favorita da banda Black Sabbath.
Não pude me conter e abri um dos olhos procurando pela dona do aparelho de som ensurdecedor, ela estava de cabeça baixa e revirava a bolsa a procura do celular enquanto metade do avião já reclamava que ela deveria tê-lo desligado antes mesmo do piloto decolar.

Por fim ela o encontrou e atendeu tentando sussurrar para não prolongar o incômodo, falou meia duzia de palavras com a pessoa do outro lado da linha e então desligou o celular finalmente.

Tento espiar se há uma aliança em alguma de suas mãos, mas infelizmente ela ainda revirava a bolsa e não parava quieta.

Desisti de fingir que ainda estava dormindo e tossi arrumando minha posição no assento, trazendo a atenção dela pra mim finalmente.

Nossos olhos se encontraram pela primeira vez e ela sorriu pra mim parecendo sem graça por ter me acordado, ela se desculpou pelo barulho e eu logo a tranquilizei.

- ah não se preocupa, eu já estava acordado.. E além do mais eu adoro Iron Man, ouviria a viagem toda se não fosse chatear os outros.- eu ri.

Ela riu também, mas para meu descontentamento falou algo que estragou tudo.

- nossa, eu nem me lembrava mais do toque, troco tantas mensagens que quando alguém me liga, eu até estranho. Foi meu namorado quem escolheu pra mim.- ela da de ombros enquanto desdenha revirando os olhos.

Assenti com o sorriso um tanto mais fraco e voltei para a minha posição de antes, ela percebeu que havia quebrado o clima com a revelação, então falou mais se explicando.

- ah mas não foi ele quem ligou.. Na verdade foi a minha mãe, é que ela morre de medo sempre que eu viajo de avião sozinha e...você sabe, família maluca.- ela gira os olhos e faz uma careta engraçada na tentativa de manter a conversa.

Sorri sem dizer nada para ela mais uma vez, e para encerrar o assunto de vez, eu coloco meus fones e decido voltar a dormir pelo resto do vôo.

Ainda restavam algumas horas até eu chegar em casa para a ação de graças, então tudo o que eu pretendia era me manter descansado para a grande comemoração de família.
Eu vim de uma família não muito tradicional, meus pais são de países e origens diferentes, então eu e meus irmãos fomos criados de maneira bem aberta.

Tenho dois irmãos mais velhos e uma irmã, ela é mais velha que eu, e talvez seja por isso que eu seja tão apegado a Lisa desde que a conheci, ela me lembra um pouco a super proteção da minha irmã, e talvez por isso também, eu seja tão cuidadoso com ela.

Tirando é claro o fato da gente se agarrar sempre que pode, porque a Lisa é muito gata e eu não resisto ao abraço dela.

Qual é? Eu sou homem!

Dentre os quatro filhos, eu sou o que mais deu trabalho desde criança. Minha mãe é a segunda esposa do meu pai, e por isso meus irmãos e eu não somos tão parecidos assim, eles vieram do primeiro casamento.
Darwin e Theodor são gêmeos não parecidos, e Marlise foi adotada num lar de crianças na Índia.
Ela tem os traços bem indianos e por ter a pele mais morena como eu e minha mãe, as pessoas acham que somos parecidos.
Eu não sou de me comparar com nenhum deles, mas para ser sincero se eu não tivesse certeza de que vim mesmo da minha mãe, eu duvidaria se não sou Eu o adotado.

Quando em AspenWhere stories live. Discover now