Conto de Luz e Trevas

Capítulo 1: Romeo and Juliet

Música do episodio: Pillow talk - Zayn MaliK

 "...Após o ocorrido do fruto proibido, Lúcifer, o anjo mais belo do paraiso, se recusou a se curvar diante Deus, não concordava com suas regras, sentia que tinha tanto poder quanto ele e poderia criar sua propria legião. Então, Deus, com a ajuda do anjo Gabriel, baniu Lúcifer para o abismo mais profundo da terra, por sua rebeldia e sua insubmissão, junto a Lilith e toda sua criação de demônios".
Diziam as antigas escrituras, mas ninguém ao menos imaginava o que ocorria por trás dos bastidores, a batalha entre o bem e o maior era muito mais complexa.

Romeu

As arpas tocavam, uma brisa suave eterna e entediante rebatia o rosto de Romeu, que habitava sentado a beira de um buraco nas nuvens, observando a vida lá em baixo, imaginando como seria ser amado e como devia ser poder dar todo aquele sentimento que doia em seu peito, paixão. Uma voz familiar tirou Romeu de seus devaneios, era Gabriel, seu pai.
-Romeu, finalmente a garota perfeita esta subindo aos céus- Disse seu Gabriel, abrindo suas asas e seus braços, esperando um abraço de felicidade.
Romeu, ao inves disso, se cobriu com as suas, dando as costas para seu pai -Finalmente... Como da última vez-
Gabriel baixou as asas, e olhou para o chão de nuvens: -Dessa vez é diferente, eu prometo- Se encheu de esperança, e voou até o filho, sentando ao seu lado -O nome dela é Lily, morreu jovem, foi batizada cedo, cantava no coro da igreja, nunca foi beijada-.
-Uma santa- Romeu sorriu de canto e revirou os olhos, era rir de cansaço, -porque eu não posso deixar na terra e me apaixonar, como os homens mortais?-
-E se casar com uma pecadora, como Eva, Lilith, Maria Madalena? As mulheres não são confiaveis Romeu, e eu não vou deixar minha benção na mão de uma promíscua e rebelde- Disse Gabriel, dando tapinhas nas costas do filho, como se aquilo o convencesse.

Julieta

Os gritos de dor não a entretiam mais, e o calor do inferno nem se quer dava um bronzeado, não havia nenhuma fresta entre as rochas pra enxergar a superfície, a não ser quanto um mortal ou dois a invocava em uma brincadeira de adolescentes, essa era sua unica oportunidade de ver os humanos, e os melhores vislumbres eram de casais que se atreviam a conhecer o prazer do perigo. Julieta estava dentada em um trono tod feito de aço queimado, ela chicoteava com o olhar qualquer pobre alma que se arrastava até perto dela, até que isso ainda era divertido.
-Julieta, saia do meu trono agora- uma voz feminina dominante surgiu por entre chamas que se abriam como portas.
-Sim senhora mãe- Julieta saltou do trono como se nada nunca tivesse acontecido, e se ajoelhou fazendo reverencia, queimando seus joelhos na brasa quente. Julieta não se parecia nada com sua mãe Lilith, uma mulher alta, loura, de olhos vermelhos, toda adornada de joias. A unica jóia que Julieta possuía, era sua coroa de folha de louro banhada a ouro, que combinava com o estilo grego de seu vestido preto, Julieta era apaixonada pelas tragedias romanas gregas.
-Pare de sofrer minha cria, vem ai um homem maravilhoso pra você- Lilith levantou o queixo de Julieta -presente de Satanás, um virgem que se sacrificou em nome do Senhor, diretamente vindo do sul da América, um filho de todas as cores... Deve ser um mistério advinhar o tamanho- Lilith mordeu o mindinho provocando a filha, gargalhando.
Julieta não achou graça, limpou o suor da testa e disse -Porque um virgem? Isso nunca da certo, eu tambem nunca fui tocada, eu não sei como se faz-.
Lilith parou de sorrir, abriu os portões do salão vermelho, e fez com que todas as almas perdidas dali fossem arrastadas pra fora. -O que sugere? Que seja dominada? Tem que ser um virgem. Um homem depois que experimenta da carne, acha que tem poder, se acha muito maior que as mulheres, e nos duas sabemos que isso é impossivel. Filha minha nunca vai ser submissa, é isso ou nunca será tocada, para toda a eternidade-
-Você não pode fazer isso comigo- Julieta perdeu o controle
-Querida, eu sou a mãe dos demônios, eu posso tudo- Lilith falou se levantando e
encerrando o assunto
Julieta puxou com suas energias um cranio pra sua mão -Então não vou conseguir homem nenhum estando aqui em baixo-, o crânio estourou em pedaços