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Eu me fodi.

Não tem outro jeito de falar sobre essa prova além de que me fodi. E não gostoso do jeito que eu gostaria. Tenho quase certeza de que Rodrigo busca essas provas lá no inferno diretamente com o capeta. Não têm condições. Tudo bem que não estudei muito, mas quando vi a nerd da classe chorando porque não tinha conseguido responder a prova percebi que talvez, só talvez, o problema não tenha sido apenas falta de estudo.

Saio da sala já pensando nas madrugadas que terei que ficar acordada para tentar recuperar essa nota, se é que isso será possível. Não posso reprovar essa matéria. Seria tortura demais fazê-la de novo, porque só esse professor dos infernos que ministra ela. Vai para festa, Larissa. Fica quicando no pau alheio enquanto devia estar gravando a matéria. Se não tivesse ficado de ressaca talvez eu teria conseguido acertar pelo menos uma questão, mas não.

Espero Carina no corredor enquanto todos os alunos saem parecendo querer morrer. Eu, particularmente, quero matar o professor mesmo. Espero cerca de vinte minutos e estranho a demora da minha amiga. Tento ver através do vidro da porta da sala e vejo Cá finalmente vindo, ela sorri e anda em direção à saída. Por que ela está sendo simpática com o professor do capeta?

— Coisa feia ficar espiando. — Ouço mais uma vez aquela voz grossa e me viro com um sorriso falso para o pau de todos.

— Não estou espiando nada. Estou esperando a minha amiga.

— Se você diz... — fala com aquele sorriso bonito que ele tem. Muito errado. Extremamente errado. — Como foi a prova?

Paulo coloca a mochila em um ombro e espera uma resposta. Eu poderia mentir dizendo que arrasei, que foi um sucesso, mas apenas respiro e conto a verdade. O convencido abre um sorriso para mim do tipo "eu te avisei" e passa a língua formando aquele biquinho em seguida. Isso devia ser extremamente não-sensual, mas acho que qualquer coisa que ele faz o deixa bonito. Pena que é muito fácil.

— Vai aceitar a minha ajuda agora? — pergunta, mordendo o lábio.

Carina aparece na porta franzindo a testa ao me ver conversando com Paulo e sorri de leve para ele. Minha amiga foi uma das muitas mulheres que passou pela mão do pau de todos, não só pela mão, por sinal. Nem sei se ele se lembra disso, mas ela ainda fica sem graça toda vez que o vê passando pelo corredor. Ainda bem que Carina não foi uma das alucinadas que se apaixonaram pelo mauricinho durante o percurso. Não consigo entender o que acontece com essas garotas.

— Olá novamente, Paulo — Cá diz, abrindo um sorriso fraco.

— Oi, Carina — fala e eu franzo a testa. Olha quem se lembra das peguetes. Será que ele faz uma lista para decorar os nomes? — Sua avó está melhor?

Vejo Carina franzindo a testa e eu também estou bem chocada. Como assim ele sabe da avó dela?

— É... Está sim — Carina responde. — Obrigada por perguntar.

Não se envolva [AMOSTRA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora