12/ devaneios na realidade

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...

Josh estava tranquilo, mais do que em qualquer outro momento desde que eu o conheci, o que era bem estranho.
Daniel estava transtornado, mas já caindo em si.

-Alguém pode me contar o que aconteceu aqui? –Claire chegou assustada, ela não estava no quarto, veio por um caminho que concluí ser o do refeitório.

-Fui checar se estava em segurança, e o seu professor achou que eu estava invadindo seu quarto. –Josh falou direcionado a Claire.

-Por que eu não estaria em segurança? –Claire perguntou.

Droga, Hastings. Ele só me olhou.

-Eu talvez tenha mandado o assassino do Adam para o nosso quarto, mas ele não estava mais lá, eu acho. –falei admitindo toda a culpa.

-Não, ele não estava. –Josh complementou. -Aqui as suas chaves, estavam ao lado da porta. –ele tirou do bolso me entregando.

-Assassino do Adam? mas o que está acontecendo aqui? Genna, você realmente confia nesse cara? –Daniel falou pela primeira vez naquele momento.

-Bom, você quem bateu nele, então talvez seja em você que eu não devesse confiar. –disse.

-E você vai comigo até a delegacia. –Josh se direcionou a ele.

-Podemos falar bem rápido? –eu não queria que ninguém fosse preso. -Você pode deixar passar isso? Eu sei que é pedir demais, só que..

-É pedir demais mesmo. Eu levei um soco na cara, não revidei porque sabia que ia levar ele preso.

-Por favor, eu não quero envolver mais ninguém. A culpa foi toda minha. –falei enquanto sentia as lágrimas no rosto.

-Sabe que ele fez isso não só por conta do mal entendido do quarto, não é? Esse maluco tá me testando faz tempo, Genna.

-Eu só estou te pedindo pra deixar isso pra lá, você tem outras coisas com que se preocupar, tipo o Peter?

Ele me olhou, fechou os olhos e respirou fundo.
Engolindo todo o ódio por um segundo.
-Daniel, você vai a delegacia por isso, só não hoje. E seja eternamente grato a esta garota por, 1-eu não te prender agora e 2-não te bater.
Ele entrou no carro, e eu também.
Antes que eu fechasse a porta alguém segurou minha mão.

-Me desculpe, Genna. Eu vou arrumar tudo isso, eu prometo. –Daniel disse me olhando nos olhos.
Meu coração derreteu, eu sei que ele é a última pessoa a quem eu deveria dar ouvidos agora. Ou não.
-Tudo bem. Eu, eu confio em você. –falei e ele sorriu em resposta.
Ele então fechou a porta do carro.
Talvez tenha percebido que com o Josh eu tinha mais chances de pegar quem fez e quem mandou, e estava mais segura também.
Era só uma questão de tempo, até que tudo voltasse ao normal entre mim e o Daniel, ele voltasse a ser meu melhor amigo.

-Vamos fazer o que agora? –perguntei ainda assustada.
-Iremos para o hotel, estou exausto e você também precisa dormir. –ele me respondeu ríspido.
-Você está bem com tudo isso? –claro que ele não estava.
-Estou em um caso que mais parece jogo de gato e rato, e ainda tenho uma criança pra cuidar de brinde, o que acha?
-Você pode parar o carro, por favor.
-Por que?
-A criança quer descer. –falei séria, mas ele parecia se divertir muito.
-Eu não posso. Sabe que eu preciso de você.
-Precisa de mim para? Não consegue pegar um assassino? Está no emprego errado.
-Aparentemente este eu não consigo. Você quem descobriu tudo, é por isso que preciso de você.
-Está me usando?
-E você não está também me usando? Pra que eu pegue quem fez isso com seu namorado. –eu nem tenho o que dizer agora, eu odeio isso. -Admita logo, você reclama de mim, mas é igual.
-Cala essa boca.
-Olha o desacato, eu só estou contando as vezes, hein.
-Se você vai sempre me ameaçar, então isso pode acabar aqui.
-Essa criança é muito birrenta. –ele disse rindo, mas eu não estava nada feliz. -Está bem, chegamos ao hotel.
-Mas eu não trouxe nada, nem roupas, nem cartão.
-Eu pago, as roupas eu te empresto algumas.
-Irá funcionar, com certeza. –respondi sarcástica ao descer do carro, e lembrar do meu pé, que torci, as lágrimas escorrem no rosto, a dor do pé tocando o chão é insuportável, mas me mantenho calada.
-O que foi? –Josh perguntou me olhando chorar.
-Meu pé. –falei quase gemendo de dor.
-Que droga, Genna. Por que não disse antes? Vamos ao hospital.
-Me desculpa se tem outras coisas mais importantes pra eu me preocupar.
-Volta pro carro. –ele disse caminhando de volta para o seu lado do carro.

Noite sem MemóriasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora