Capitulo 2

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Domingo 4:18 AM

Voltamos para o quartel onde o resto da noite foi muito calma, calma demais para eu não deixar de pensar naquela rapariga. Ela era muito linda, linda demais para uma rapariga que parecia ter 16, 17 anos. Caramba, porque estou pensando nisto agora? Não a conheço e talvez nunca mais a veja.

Domingo 9:24 AM

Levantei-me, fui à cozinha tomar o pequeno almoço com o resto do pessoal que estava na mesma escala que eu. Estivemos a falar, como sempre, demos umas risadas e limpamos a mesa. Ao voltar para a sala de pique o Comandante pediu-me para ir ao escritório dele.

Vicente- Diga chefe.

Comandante- Acabou de me ligar a neta do Bombeiro 144.

Vicente- Quem é essa?

Comandante- Como que quem é? É a rapariga do acidente, a Paty.

Vicente- Então tu es um dos amigos do avô dela que lhe chama Paty?

Comandante- Ah? Acho que devias descansar um bocado, já não dizes coisa com coisa.- Ele começou a rir e continuou. Bom indo ao que importa Vicente, por hoje vou deixar te o dia livre para ires ao hospital visita-la, ela pediu que queria ver o bombeiro que a atendeu ontem e a Susana disse que se referia a ti.

Eu não sei o que pensar ela lembrou-se de mim?

Vicente- A sério que não importa que vá?

Comandante- Claro que não, vai lá. Eu digo ao teu irmão.

Vicente- Obrigado chefe, até logo.

Eu sai a correr do quartel, não sabia mesmo o que me esperava ao chegar lá, mas queria mesmo saber como estava aquela rapariga que me deixou preocupado toda a noite.

Domingo 12:40 AM

Cheguei ao hospital, estou bastante nervoso não posso negar, mas não sei a razão de estar assim. Apenas venho ver alguém que me pediu para vir.

Patricia- Podes entrar e vir para junto de mim que eu não mordo, nem nada do género.- Riu com dificuldade.

Vicente- Então Patricia estás bem?

Patricia- Como podes ver estou num hospital, claramente muito bem não estou.- Sorriu e continuou. Sempre gostava mais do Paty.

Vicente- Desculpe senhora Paty. - Disse com um sorriso no canto e com voz algo nervosa. O Comandante disse...

Ela não me deixou acabar de falar.

Patricia- Sim eu pedi para vires cá, sempre compriste com a tua promessa e quero agradecer-te pessoalmente,  obrigado a sério. Mas acho que estou em desventagem,  eu apresentei-me tu não.

Vicente- Vicente, muito prazer.

Patricia- O prazer é todo meu.- Voltou a sorrir e eu sorri de volta.

O sorriso dela é contagiante, apega-se tão rápido que é impossível não olhar para ele.

Domingo 17:35 PM

Passámos a tarde toda a falar, eu nem dei pelo tempo voar como um foguetão.

Falámos das coisas que gostávamos de fazer no dia a dia, de certas coisas que "contribuíam para a nossa felicidade"...

Enfermeira- Vicente, acho que devias deixar a Patricia descansar e tu fazer o mesmo.

Patricia- Vocês conhecem-se?

Vicente- Sim ela é minha "tia".-Fiz as aspas com os dedos.

Patricia- Porquê sua "tia"- Imitou-me sorrindo.

Vicente- Uma longa história mas nada, ela tem razão. É melhor eu ir para casa os meus padrinhos devem de estar nos arames já.

Patricia- Teus padrinhos?

Eu neste momento não sei onde me meter, ela vai acabar por insistir com esta história e eu não quero falar com ela disto, ninguém sabe do sucedido e não vou fazer exceção com ela, acabamos de nos conhecer.

Vicente- Bom eu vou indo.

Enfermeira- Se houver algum problema em casa diz que eu falo com a tua madrinha e digo que estavas comigo.

Vicente- Obrigada, sem stress.

Notei que a Patricia estava um bocado confusa, normal, qualquer um ficaria.

Patricia- Não queres ficar mais um bocadinho?

Claro que quero, mas...

Vicente- Não dá,  desculpa mas tenho mesmo que ir, já está tarde. Se quiseres podemos tentar combinar alguma coisa para amanhã se quiseres.

Patricia- Claro, mas...- Ficou pensativa por uns segundos e depois seguiu com dificuldade. Sabes Vicente?  Às vezes nem tudo o que parece é mas as coisas acontecem sempre por uma razão e não por acontecer. Tudo tem um significado talvez.

Vicente- Sempre podemos fazer uma coisa, dás-me o teu número e amanhã ligo-te.

Patricia- Não! - Ela falou com o tom um bocado mais elevado.- Melhor ao contrário e quando poder ligo-te tá?

Vicente- Tudo bem.

Claramente algo se passava, ela escondia alguma coisa e a forma que falou só por pedir o número não é normal.

Despedi-me dela e fui para casa.

"Love or Die"Where stories live. Discover now