• Capítulo 4 •

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Dois dias foram o suficiente para que Beatrice Morgan percebesse que não era do seu feitio ficar deitada vendo o tempo passar

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Dois dias foram o suficiente para que Beatrice Morgan percebesse que não era do seu feitio ficar deitada vendo o tempo passar.

Ela queria sair daquela cama, voltar para Roseville e para o seu trabalho, não perder um segundo. Cinco dias era tempo demais para se recuperar de uma batidinha qualquer.

Seu pai, para mantê-la minimamente ocupada, havia mandado quatro diferentes livros para ela, além do seu celular repleto de boas músicas.

As músicas? Já tinha ouvido todas as playlists três vezes. Já os livros, Beatrice só estava em seu terceiro dia naquele lugar e já tinha lido dois volumes e meio.

Quanto mais desejava que o tempo passasse, menos ele parecia querer obedecer.

Era certo que sua cabeça estava inquestionavelmente fraca e a visão só tinha voltado ao normal algumas horas antes, mas, com os analgésicos, as dores intensas na cabeça estavam diminuindo e Beatrice quase se sentia bem de novo.

Aquele parecia um ótimo momento para chamar Dr. Davey até ali. Talvez, quando a visse tão disposta, daria seu consentimento para que ela voltasse para a casa.

Infelizmente, Samantha Sandoval não quis nem mesmo saber do assunto.

"Chamar o Dr. Davey? Já?", ela perguntou sem entender naquele dia mais cedo, quando trouxe o café da manhã de Beatrice. "Querida, dá para ver nitidamente o quanto você ainda está fraca. Lembra que se queixou de fortes dores de cabeça ontem à noite?"

"Acordei muito melhor hoje", Beatrice garantiu com o sorriso mais radiante que conseguiu formar. "Já consigo andar muito bem sem ajuda. Olhe."

Mas bastou que ela colocasse os dois pés no chão para que o ambiente ao seu redor vacilasse e seu corpo perdesse a firmeza. Beatrice sentiu as vistas escurecerem e mãos rápidas seguraram seus braços.

"Acho que a moça ainda não está bem, mamãe", uma vozinha hesitante disse.

Beatrice, de volta à cama, olhou para o garotinho louro que estava em pé junto à sua cabeceira.

"Zion, pensei que estivesse do meu lado", disse Beatrice com um meio sorriso, erguendo o braço e fazendo cócegas na barriga do garoto. Ele riu e se esquivou, escondendo-se atrás da mãe.

"Assim como eu, Zion quer o melhor para a senhorita", disse Samantha, erguendo a criança do chão e a segurando junto ao peito. "Ele pode ter apenas cinco anos, mas é bem mais esperto do que muitas pessoas por aí."

"Não duvido nada", comentou Beatrice.

Tinha conhecido o garotinho no dia anterior, quando Samantha veio lhe trazer o jantar e ele a seguiu. Beatrice soube então que todos os empregados da casa – uma equipe que, surpreendentemente, contava com 60 pessoas – moravam ali em tempo integral.

Apesar de Samantha mostrar ser bem discreta e levar muito a sério seu trabalho ali, ela e Beatrice se tornaram amigas na velocidade da luz. A mulher bem podia ter o dobro da idade dela, mas tinha histórias tão engraçadas e era tão amável e gentil que era impossível não se sentir bem perto dela. Samantha contara que era mãe solteira e que havia trazido o filho até ali quando foi transferida por seu patrão, dois anos antes. Zion era esperto e começaria a estudar em Roseville no ano seguinte, algo que a mãe havia contado já aguardar ansiosa.

A Rosa Mais BelaWhere stories live. Discover now