- A Madelaine estava tirando uma coisa do meu olho. – Sério que a Vanessa disse aquilo mesmo?

- Sei... estava tirando com a língua e ela acidentalmente escorregou para dentro da sua boca, não é? – Vero sorriu para Vanessa que só havia piorado tudo com aquela desculpa ridícula. – Podem se comer à vontade, eu só quis avisá-las porque vocês estavam apresentando um show grátis sem saber. Boa noite! –Ela virou e voltou para sua barraca e eu tentei não rir quando vi que seu pijama tinha uma abertura traseira que mostrava toda a sua bunda.

- Alguém deveria avisar a ela sobre aquilo. – Eu murmurei sentindo as lágrimas de riso contido encher os meus olhos, mas Vanessa não se preocupou em não rir da amiga.

- Ela não usa calcinha quando dorme com esses pijamas e provavelmente se esqueceu de fechar aquela “portinha” ridícula. – Vanessa murmurou entre gargalhadas e eu não me contive quando Veronica se ajoelhou e ficou de quatro parar entrar na barraca fazendo com que a visão de seu traseiro nu se expandisse.

- Ari vai ter uma grande surpresa. – Eu tentava conter o som das minhas risadas, mas eu não conseguia, ainda mais com o som da risada de Vanessa preenchendo os meus ouvidos. Nós rimos por momentos intermináveis e o olhar risonho de Vanessa impedia que eu parasse de sorrir.

- Seu sorriso é perfeito. – Ela murmurou com um sorriso mais fraco e eu senti aquela frase aquecer algo dentro de mim ao mesmo tempo em que me desconcertava.

- Obrigada! – Eu não conseguia fitá-la.

- Hum... sobre o que aconteceu agora pouco... – Ela começou a falar, mas eu a interrompi.

- Vamos entrar. – Eu disse querendo ganhar tempo para pensar sobre o que eu iria falar durante nossa conversa inevitável. Ela assentiu e nós enfiamos nossas cabeças dentro da barraca, fechando-a logo em seguida antes de deitarmos de frente uma para a outra sobre os sacos de dormir.

- Eu não quero fazer nenhum tipo de cobrança, mas... – Eu pus meus dedos sobre seus lábios macios, silenciando-a.

- A única coisa que eu peço para você é tempo. – Tentei explicar. – Todos esses sentimentos novos em relação a você me deixam assustada e eu ainda não sei o que fazer com eles. – Eu resolvi ser sincera. – Não é como se eu estivesse apaixonada por você, mas eu me sinto incomodada quando outra garota chega perto, querendo você e descobri que você é uma garota super agradável quando não está sendo idiota. Descobri também que gosto muito mais dos seus beijos do que gostei quando Travis me beijou antes de me atacar, mas eu estou assustada... – Eu confessei e senti seus dedos percorrerem a mecha de meus cabelos.

- É pelo fato de eu ser uma garota? – Ela perguntou com cuidado.

- Não, é por você ser você. –Tentei explicar. – Você me assusta, mas não chega a ser incômodo, entende?

- Pelo menos você gosta de mim. – Ela murmurou com um dar de ombros.

- Talvez sim... – Eu retruquei com um dar de ombros.

- Isso quer dizer que eu posso te beijar quando eu quiser? – Aquilo não era má ideia.

- Acho que sim. – Ela se aproximou e beijou meus lábios brevemente.

- E te abraçar? – Eu afastei nossas cabeças e olhei em seus olhos.

- Essa pergunta é idiota, porque no ranking das ousadias o abraço vem bem antes do beijo. Então se eu disse que você pode me beijar, isso quer dizer que todos os itens inferiores ao beijo no ranking da ousadia também são permitidos. – Ela revirou os olhos.

- Para de estragar tudo.

- Você que está estragando tudo com essa pergunta idiota.

- Cala a boca, Petsch! – Ela murmurou abraçando meu corpo prendendo-o de encontro ao dela enquanto eu tentava me desvencilhar.

- Me solta, Morgan! – A idiota não me soltava.

- Não vou te soltar! Você disse que eu podia te abraçar a hora que eu quiser e eu quero agora. – Ela apertou ainda mais o braço ao meu redor.

- Mas eu não quero te abraçar agora, na verdade, eu quero socar a sua cara.

- Não quer não. – Ela prendeu minha cabeça contra seu peito e eu me contive para não dar uma mordida lá.

- Eu quero sim. – Eu murmurei, mas minha voz saiu abafada pelo seu corpo idiota. – Eu vou morrer sufocada, sua palhaça!

- Vamos dormir, Mads! – Ela afrouxou seus braços, mas sua perna direita pousou em cima do meu quadril, ainda me prendendo a ela.

- Te odeio, Morgan! – Ela beijou minha testa.

- Não odeia não. – Ela esticou o braço, desligando o lampião que estava atrás de mim e descansou-o em minha cintura enquanto ou outro servia me como travesseiro. Eu me aconcheguei contra seu corpo e a abracei da melhor forma que pude.

Talvez ela tivesse razão, eu não a odiava.

𝐲𝐨𝐮 𝐡𝐚𝐭𝐞 𝐦𝐞 𝐰𝐡𝐢𝐥𝐞 𝐢 𝐥𝐨𝐯𝐞 𝐲𝐨𝐮 • 𝐦𝐚𝐝𝐧𝐞𝐬𝐬𝐚 Where stories live. Discover now