— Agora me diga o que o Taehyung anda planejando — tirou o copo de minhas mãos.

   Meu corpo parecia quente por causa do álcool, minha mente começava a ficar nublada mas eu me esforcei para não soltar a verdade.

    — Eu não sei — minha voz saiu lenta.

     — Claro que sabe, eu vi vocês por aí, pombinhos apaixonados — riu amargo — o que ele planeja?

     — Taehyung não me conta essas coisas — minha mente aérea queria dizer a verdade mas eu me forçava a não perder o controle.

   O medo preenchia cada pedaço de mim, no entanto eu não iria trair Taehyung daquela forma. Não quando ele estava dando tudo de si para sair daquela vida maldita.

     Yoobum fez um aceno e Donghan puxou meu cabelo fazendo minha cabeça inclinar para trás.

      — Acho bom você colaborar — lágrimas escorreram de meus olhos devido a força com que ele me segurava — se o chefe ficar impaciente tudo pode ser pior.

    — Eu não sei — solucei sentindo a mão de Donghan atingir meu rosto.

    — Claro que sabe — Donghan disse numa voz assustadora e baixa — Você não é só o depósito de porra do Taehyung. Se fosse ele não te carregaria igual um chaveiro por aí.

     Meu coração se apertou e mais lágrimas caíram, me sentia humilhada, indefesa e só conseguia esperar pelo pior.

   — Pelo visto ela precisa de mais bebida — Yoobum concluiu.

    — Por favor, não! — eu implorei.

    — Vai falar sobre o Taehyung? — eu neguei — façam com que ela beba mais.

    Por mais bêbada que eu ficasse, não iria perder o controle sobre o que dizia, esse era meu medo, assim que Yoobum notasdr que bebida não funcionava, tentaria outros métodos.

      Eu fui obrigada a beber mais e minha mente parecia cada vez mais distante. Em algum momento em meio ao meu choro desesperado, eu senti Donghan me acertar mais uma vez e o gosto metálico de sangue encheu minha boca.

    — Não sei de nada — repeti com a voz começando a ficar embolada.

    — Mentirosa — ele me empurrou e eu estava bêbada demais para me segurar, então caí no chão.

   Meu choro silencioso continuo, meu quadril doía devido a queda mas não parecia sério. Eu precisava me manter consciente, se me rendesse seria bem pior.

     — Por que não fala? — Donghan apertou meu rosto segurando-o com sua mão — por acaso quer morrer?

     Apesar de todo medo, se eu moresse naquele momento, partiria com a consciência limpa.

    — Pelo visto ela vai bancar a durona — Yoobum suspirou — você me força a tomar medidas drásticas.

   Donghan me arrastou e me pôs sentada na cadeira novamente. Eu só conseguia chorar e tremer, mas me recusava a falar.

   E então o tempo foi passando, Yoobum ficava cada vez mais irritado, mais álcool era forçado em minha boca e Donghan se tornava mais agressivo.

    Eu não conseguia responder, ouvia Yoobum falar mas minha garganta doía e a voz parecia se recusar a sair.

    Estava tão bêbada que sabia que logo iria apagar mas estava fazendo meu melhor para não sucumbir.

     — É mesmo resistente — Donghan debochou — mas acho bom falar, porque se desmaiar pode ser que não acorde mais.

   Eu me sentia quebrada como nunca antes, a imagem deles tocando meu corpo me dava vontade de vomitar e eu apertei os olhos fechados me concentrando em não por tudo para fora.

    — Vamos usar outro método — Yoobum anunciou e Donghan sorriu satisfeito.

    Ele tirou algemas do bolso mas então sirenes de polícia soaram, pareciam várias e eu vi seus olhares se tornarem surpresos.

     — Quem chamou a polícia? Eu garanti que o celular dela tivesse o rastreador desligado! — Donghan bufou.

    — Agora não importa, precisamos fugir — Yoobum passou as mãos pelo rosto — deixem a garota aqui, iremos nos atrasar se a levarmos.

   Eles assentiram e eu senti Donghan me batendo uma última vez, fazendo com que o ar dos meus pulmões parecesse sumir, mas então ele se afastou.

    Todo meu corpo doía e me manter consciente parecia desgastante demais. Eu mal conseguia chorar naquele momento.

  Deixei que minha cabeça caísse contra a mesa enquanto os ouvia correr pelos fundos. Quando a porta da frente foi aberta, eu nem mesmo consegui me erguer para olhar, mas assim que senti a mão em meu braço, eu soube quem era.

   — Hana! — ouvi Taehyung gritar desesperado antes de apagar.

   -----------
A Hana não entregou o Tae.

O próximo capítulo é mais leve

Vi que a fic chegou a 80k, muito obrigada ♡♡

In the dark 《 Taehyung 》Onde histórias criam vida. Descubra agora