XXXIV

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Coruja


Observo as coisas como um pescador observa o mar

Farejo sentimentos, e escuto acontecimentos.

Vejo pessoas desesperadas em amar, e outras querendo somente relaxar.

São que nem tigres selvagens com fome e cede

Em busca de uma carne para se trancar entre quatro paredes.

O direito é um só, que é poder sonhar.

Virou a lei da selva e da cadeia alimentar.

De longe percebo o rancor e desprezo,

Todos fingem que não vê, e sou o único que percebo.

De baixo de mim estão as cobras, que cospem venenos de intrigas,

Falando mal das outras que se chamam de amigas.

É uma colmeia ou um formigueiro.

Todos estão livres, mas se sentem presos.

Por dentro todos são iguais, e para mim tanto faz.

Sempre irei observar, sem olhar para trás.

Sou como um ladrão silencioso que usa luvas,

Como uma miragem que todos se assustam,

Sou o dono da opinião que quase ninguém recusa,

Sou o observador, eu sou a coruja.


Autor: brendobaker

Poesia RabiscadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora