ALLIE MAIA/SCARLETT

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— Amiga... — Tina usou seu tom mais carinhoso possível e novamente tocou meu ombro. Mas, desta vez, ela não empurrou e sim o acariciou — Eu sei que você estava se sentindo atraída por ela. Sei que não são muitas mulheres que chamam verdadeiramente sua atenção. Infelizmente, você criou uma expectativa que deu errado. Joanna é uma mulher de poder, a gente consegue ver isso pelo jeito que age. Não foi culpa sua ser enganada por ela. Joanna te usou.

— Sim, e eu fui imbecil.

— Talvez ela estivesse entediada com o casamento e quisesse algo para reacender sua própria chama. Você apareceu e se entregou mais do que deveria.

— Eu nunca tinha feito isso antes. Nem a dança particular e muito menos transar na sala de uma cabine. E ela pagou por tudo isso. Não tinha pensado nisso antes.

A música começou a diminuir de ritmo, era uma deixa para que nós ajustássemos os últimos figurinos e maquiagens. Foi exatamente o que eu fiz, estiquei a mão e peguei um batom. O tirei da tampa e rodei. Logo a cor vermelha Scarlett. Minha cor preferida. Eu passei em meus lábios levemente, sentindo a cremosidade.

— Não fique chateada, Allie. Existem outras lindas mulheres em Rudápave. Você aprendeu, não irá ceder novamente uma dança.

— Eu sinceramente só não sei porque estou tão chateada. Não era para eu agir desta maneira. Sabia dos riscos...

— Mas, você criou expectativas. Você gostou de estar com ela, gostou de transar com ela. Isso é normal.

— Talvez.

Dei de ombros e guardei novamente o batom. Quando o coloquei em cima da mesinha do camarim, Lucy surgiu novamente.

— Vamos, garotas, é a nossa vez — ela anunciou, batendo palmas tentando espantar qualquer energia ruim do espaço.

— Vamos — acenei tentando parecer um pouco mais animada.

O brutamontes do segurança da boate abria a porta para mim. Eram quase duas da manhã e, depois de três apresentações e uma quantia agradável de dinheiro, resolvi por fim ir embora. A boate ficaria cheia até o sol nascer, mas estava cansada e sem humor. Precisava voltar para casa e ter uma boa noite de sono.

Ajustei a alça da minha bolsa no ombro e apoiei minhas duas mãos nela. Andei despreocupadamente pelo estacionamento, sentindo a brisa bater em minhas pernas e coxas. O tecido do meu vestido balançou um pouco e minha mão logo parou na saia, para mantê-la reta.

— Allie.

Ouvi a voz rouca chamar pelo meu nome. Virei a cabeça à procura da pessoa que havia me chamado. Meu nome pronunciado para a noite vazia. Meu coração disparou com o susto. Eu apertei mais a alça da minha bolsa e parei. Logo a reconheci. Estava no escuro, ao lado do que poderia ser seu carro. Ela deu um passo em direção da claridade e me fitou com aqueles olhos cor de petróleo.

— Joanna?!

Ela não estava vestida como normalmente vinha me ver. Usava uma calça preta apertada e uma blusa cinza solta, com decote que alcançava a metade de seus ombros. Seus cabelos, seus lindos fios prateados, estavam livremente soltos. Novamente, ela parecia jovial.

— Allie...

Joanna falou meu nome novamente e continuou parada no lugar. Era como se algo a fizesse parar. A sensação que eu tinha era que Joanna estava sem reação.

— O que está fazendo aqui? — perguntei, virando-me totalmente para ela. Ainda relativamente distante, conseguia sentir sua energia forte.

Ela levantou uma de suas sobrancelhas à pergunta feita. Pareceu analisá-la, era como se ela quisesse responder algo certo.

Entre elas #3 : Perfeita para mim (Romance Lésbico)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt