Provocando Amor - Série Endzone - Livro 4

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Você é o quem, o amor é o quê e este é o porquê.
(This Is Why I Need You - Jesse Ruben)

Peter

Não foi fácil superar o fim da Vivian, mas com o apoio da Noelle e do nosso terapeuta, que passou a me ligar todas as noites para uma conversa, dia após dia eu fui deixando tudo ir. A raiva, a mágoa, a dor, tudo ruim que ela me trouxe enquanto esteve aqui. Me explicaram que o problema dela não era só o vício, mas os estragos que a droga fez na cabeça pelo uso a longo prazo. Isso me fez ligar pra Anne durante a mudança. Minha meia-irmã disse que estava bem, passou por uma longa reabilitação, mas que se recuperava.

O agradecimento dela me fez sentir impotente, e ela percebeu isso. Eu contei por que e ela suspirou.

— Peter, a Vivian não tinha salvação, por mais que você tentasse. Ela fazia parte disso desde o início da adolescência, o que danificou o cérebro dela muito profundamente. Me escute, Bruder, eu vi ela fazendo coisas tão horríveis que você nem pode imaginar. Ela participava de outros tipos de ações ilegais e achava certo e incentivava jovens como eu a fazer parte disso. Não sei se o que aconteceu foi o melhor, não posso opinar quanto a isso, mas ela acabou com mais pessoas além do Anthony.

Isso me deixa curioso, mas realmente não quero saber mais.

— A Gwen está bem? E a sua namorada? Quero dizer, você tem uma namorada, não é?

— A Gwen está bem. Estamos indo no psicólogo com ela, mas ela é a que está melhor. A convivência com a Vivian causou traumas irreparáveis, segundo o doutor, mas que vão amenizar com o tempo. Sim, eu tenho uma namorada. Ela está bem, também, tem mais pesadelos que eu.

— Quem não teria, vendo a sua cara feia todos os dias?

Rio, me dando conta que talvez o temperamento da Heaven seja influência minha, já que a Anne é bem parecida e eu sou o único elo entre elas. Me despeço e levo a última caixa para o carro, trancando a porta de casa e parando no canto da varanda que dá para o jardim lateral.

— Liebe, está na hora, vamos.

Ela chama a Amigão para entrar na caixinha de transporte, e ela entra sem pensar duas vezes. Indignado, coloco a cachorra no banco de trás, reclamando sobre ela nunca me obedecer, mas bastar um gesto da Gwen e ela ficar quietinha.

— Pestinha dos infernos. — termino, e ela lambe minha mão pela grade.

Coloco a Gwyneth na cadeirinha dela, e beijo a testa dela.

— Tudo vai ficar melhor agora. Nós vamos conseguir.

— Você vai conseguir, papai. Eu só preciso escrever a mesma letra um monte de vezes.

Rindo disso, deslizo para o banco do motorista e dou a partida. Paro na casa da Noelle, que está parada na entrada com roupas e malas tão chiques que sinto que o meu Chevy é uma limusine.

— Não diga um A. A minha mãe trouxe a minha babá de infância para se despedir, e ela me obrigou a vestir isso.

— Você está linda, liebe.

— Você não viu o que está embaixo. — revira os olhos por trás dos óculos escuros — Onde já se viu, lingerie de luxo! É bonita, mas desconfortável a beça. Renda deveria ser proibida.

Limpo a garganta e ela sorri.

— Eu sabia que ia conseguir te fazer ficar vermelho. Caso você queira saber, meu carro descarregou, se quiser dar uma olhada quando a gente voltar...

— Não, eu acredito que você possa fazê-lo sozinha.

O sorriso infernal dela me faz sorrir quando estou sozinho atrás do carro. Ela vem me distraindo de muitas formas, e essas insinuações são o modo diurno. Sento no banco da frente, olhando para a Gwen já dormindo no banco de trás.