Acordo com uma brisa suave acariciando minha pele. Levanto e de pressa pego meu uniforme e vou para o banho.
Já vestida, pego meus livros que estavam numa pequena estante de madeira que fica ao lado da minha cama.
Prendo o cabelo fazendo um rabo de cavalo, e deixo duas mechas finas soltas na frente do meu rosto. Calço os sapatos, desço as escadas e vejo minha mãe deitada no sofá, me aproximo e vejo que ela dorme.
Fico a admirar seu rosto de pele branca como a minha, seus lábios finos e rosados, seus cílios longos, que marcam seus olhos grandes e castanhos, que estão fechados. Seus cabelos ondulados e longos que faz o molde de seus rosto oval. Dou-lhe um beijo no rosto e ela desperta.
- Filha?
- Oi mãe, perdão. Não quis te acordar.
- Mas ainda bem que você me acordou - sorriu – tenho que ir agorinha mesmo.
- Por que veio para casa?
- Não tivemos muito trabalho pela manhã, então resolvi voltar para casa e descansar um pouco. Mas hoje iremos ajudar a construir uma casa para uma família que perdeu tudo numa enchente que ocorreu no vilarejo vizinho.
- Nossa, que lástima!
- É mesmo. Bom, já que você me acordou, vamos?
- Vamos sim.
Ela levanta e nós saímos. Enquanto descemos as escadas da varanda, minha mãe pergunta:
- Querida, posso te perguntar uma coisa?
- Mas você já está perguntando.
- Muito engraçado da sua parte - riu também - mas eu realmente quero te fazer uma pergunta.
- Pode fazer, mãe.
- Você está apaixonada por alguém?
Sinto como se um vento gelado batesse no meu coração, fico pasma, eu poderia imaginar qualquer pergunta, menos essa. Fico olhando-a meio confusa, sem saber o que responder. Milhares de respostas vieram à minha cabeça, e em todas elas o Galardriel estava, nada conseguia sair da minha boca, até que minha mãe fala tocando no meu ombro esquerdo:
- Tamânda? Tá tudo bem?
- Sim? ... Sim está tudo bem!
- Então me responda.
- Me responda o quê?
- Se você está apaixonada por alguém.
- Eu? Claro que não, mãe! - rio tentando disfarçar o nervosismo.
- Tamânda, não minta pra mim.
- Não estou mentindo, é verdade o que digo.
- Está certo.
Ela me olha por alguns segundos, na tentativa de captar alguma e qualquer reação que eu expressasse, mas logo torna a falar:
- Sabe quem seria um ótimo partido?
- Não. Quem?
- O senhor Pitter.
No mesmo instante que ela fala, eu me engasgo com o próprio ar que respirava. Meu corpo trava, e pasma eu a olho. Como se ela tivesse dito a coisa mais normal do mundo, ela me olha e pergunta:
- Filha? Você está tudo bem? O que houve?
- "O que houve?" Você não se dá conta do que acabou de perguntar?
- Sim, e não é nada demais?
- Ah! Não é nada demais?
- Ah vamos! Concorde comigo e diga que o senhor Pitter é um homem maravilhoso.
YOU ARE READING
Entre Céus E Terra
Romance1º Livro Reinos distintos, separados por uma grande e antiga guerra. Guerra esta que mesmo tendo acontecido há milênios, guarda segredos e traz consequências até os dias atuais e, no meio de tudo isso dois jovens que se amam. Um anjo e uma feiticeir...