Capítulo 10

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Acordo com uma brisa suave acariciando minha pele. Levanto e de pressa pego meu uniforme e vou para o banho.

Já vestida, pego meus livros que estavam numa pequena estante de madeira que fica ao lado da minha cama.

Prendo o cabelo fazendo um rabo de cavalo, e deixo duas mechas finas soltas na frente do meu rosto. Calço os sapatos, desço as escadas e vejo minha mãe deitada no sofá, me aproximo e vejo que ela dorme.

Fico a admirar seu rosto de pele branca como a minha, seus lábios finos e rosados, seus cílios longos, que marcam seus olhos grandes e castanhos, que estão fechados. Seus cabelos ondulados e longos que faz o molde de seus rosto oval. Dou-lhe um beijo no rosto e ela desperta.

- Filha?

- Oi mãe, perdão. Não quis te acordar.

- Mas ainda bem que você me acordou - sorriu – tenho que ir agorinha mesmo.

- Por que veio para casa?

- Não tivemos muito trabalho pela manhã, então resolvi voltar para casa e descansar um pouco. Mas hoje iremos ajudar a construir uma casa para uma família que perdeu tudo numa enchente que ocorreu no vilarejo vizinho.

- Nossa, que lástima!

- É mesmo. Bom, já que você me acordou, vamos?

- Vamos sim.

Ela levanta e nós saímos. Enquanto descemos as escadas da varanda, minha mãe pergunta:

- Querida, posso te perguntar uma coisa?

- Mas você já está perguntando.

- Muito engraçado da sua parte - riu também - mas eu realmente quero te fazer uma pergunta.

- Pode fazer, mãe.

- Você está apaixonada por alguém?

Sinto como se um vento gelado batesse no meu coração, fico pasma, eu poderia imaginar qualquer pergunta, menos essa. Fico olhando-a meio confusa, sem saber o que responder. Milhares de respostas vieram à minha cabeça, e em todas elas o Galardriel estava, nada conseguia sair da minha boca, até que minha mãe fala tocando no meu ombro esquerdo:

- Tamânda? Tá tudo bem?

- Sim? ... Sim está tudo bem!

- Então me responda.

- Me responda o quê?

- Se você está apaixonada por alguém.

- Eu? Claro que não, mãe! - rio tentando disfarçar o nervosismo.

- Tamânda, não minta pra mim.

- Não estou mentindo, é verdade o que digo.

- Está certo.

Ela me olha por alguns segundos, na tentativa de captar alguma e qualquer reação que eu expressasse, mas logo torna a falar:

- Sabe quem seria um ótimo partido?

- Não. Quem?

- O senhor Pitter.

No mesmo instante que ela fala, eu me engasgo com o próprio ar que respirava. Meu corpo trava, e pasma eu a olho. Como se ela tivesse dito a coisa mais normal do mundo, ela me olha e pergunta:

- Filha? Você está tudo bem? O que houve?

- "O que houve?" Você não se dá conta do que acabou de perguntar?

- Sim, e não é nada demais?

- Ah! Não é nada demais?

- Ah vamos! Concorde comigo e diga que o senhor Pitter é um homem maravilhoso.

Entre Céus E TerraWhere stories live. Discover now