Uma vez quando eu era criança, peguei a caixa de papelão do freezer novo da minha avó e coloquei do lado da piscina.
Peguei um cabo de vassoura e um pano e fingi ser uma vela. Em algumas horas... eu tinha um "barco". Fiquei bastante satisfeita com o resultado, sentei lá dentro e comecei a digitar numa máquina de escrever velha que ficava jogada na varanda.
Me lembro que alguém me perguntou pra que a máquina de escrever, e eu não soube responder.
Na minha cabeça, simplesmente fazia bastante sentido ficar apertando as teclas aleatóriamente dentro de um barco.
O engraçado, é que até hoje não lembro por que fazia sentido. Acho que nunca fez.
Sempre que me perguntam por que quero trabalhar com isso lembro dessa história.
Nunca fez sentido, talvez naquela época eu sequer soubesse escrever.
É por que eu não escrevo, a história é quem se escreve, sinto que o personagem é um velho amigo que veio pra tomar um café. Ele se senta do meu lado e conta uma história, e eu? Eu sou só quem está digitando.
Por que eu escrevo?
Pelo mesmo motivo que qualquer um faz qualquer coisa. Pelo mesmo motivo que as pessoas piscam, respiram ou cometem assassinatos.
Por que estão vivas.
Por que eu estou viva.
Escrevo por que eu preciso
preciso por que estou viva
Escrever é uma necessidade, está no meu sangue, nas minhas veias, nos meus pulmões. É criar vida com a própria vida, desvanecer nas próprias palavras e se perder na consciência de um mundo que nasceu dentro de você.
Escrever é autoconhecimento, glória e talvez até mesmo minha destruição.
É o mais próximo que tenho de fé.
Por que eu escrevo?
Por que não tenho escolha.
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As Coisas Que Falo Com o Espelho
कविताJovem, confusa e meio maluca. Esse livro é um desabafo das coisas que gostaria de falar mas por falta de coragem, falo com o espelho. Ps: Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência. Obs: pode conter gatilhos para ansiedade. Para ap...
