SEGUNDO MOTIVO

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" Apesar de agir como um badboy, eu não conseguia te apagar da minha vida."

A ansiedade tomava conta de mim enquanto meu aniversário de quinze anos se aproximava rapidamente. Erick, que parecia ser meu príncipe encantado, mal se cruzava no meu caminho desde que mudou seu turno na escola para o cursinho de inglês. A incerteza pairava sobre a possibilidade de ele recusar meu pedido, e o medo de arruinar nossa amizade aumentava a tensão.

- Qual a cor do seu vestido? - indaga Laís, minha amiga substituta.

- Lilás.

- Já chamou o Erick para ser o seu príncipe? - minha nova, quase velha, amiga iniciava seu questionário.

- Faz uns dias que eu não o vejo - tiro o livro de matemática da mochila para conferir se eu não havia esquecido de fazer a lição. - Acho que ele nem vai na minha festa, pensei em chamar o Guilherme. - me refiro ao meu primo de dezenove anos.

- Acho que você deveria convidar o Erick. - opina - Você não deveria deixa- ló fora da sua festa.

- Não quero correr o risco dele não aceitar.

- Se eu te perguntar uma coisa você promete não ficar chateada? - ela abre um sorriso sem graça.

- Desembucha.

- Você gosta do Erick?

- Que pergunta boba, mas é claro, crescemos juntos.

- Não desse jeito, mas como homem. - ela percebe que ainda não entendi sua pergunta e completa. - Como um cara que você quer beijar na boca loucamente.

- Não! - exclamo.

- Tem certeza? - insiste.

- Somos apenas amigos e ele nem ao menos me ver como mulher.

- E se enxergasse?

- Isso nunca aconteceria.

- Nunca diga nunca.

Sem pensar muito, lancei meu estojo que repousava sobre a mesa em direção à minha amiga. Um gesto impulsivo, mistura de brincadeira e descontração, enquanto víamos a reação dela diante da surpresa inesperada.

- Vai estudar que você ganha mais! Não vai querer levar uma advertência. - dou uma espiada na Marilda que estava escrevendo alguma fórmula maluca no quadro.

- Seus olhos dizem o que sua boca não tem coragem de dizer. - provoca

Desde os meus doze anos, tenho percebido uma sensação peculiar em relação ao Erick. Apesar de reconhecer que ele provavelmente me vê apenas como uma amiga, luto contra essa emoção fora do comum, ciente de que pode ser apenas uma fase temporária da adolescência.

- Não inventa, substituta do Erick.

As palavras de Laís ecoaram em minha mente, e percebi que ela tinha razão; era hora de convidar o Erick. Contudo, a logística era desafiadora, já que só conseguiria encontrá-lo em casa no final de semana.

Ao longo da semana, consumi ansiosamente o que restava das minhas unhas, uma expressão visível da tensão que se acumulava enquanto pensava no convite para Erick.

Ao longo da semana, consumi ansiosamente o que restava das minhas unhas, uma expressão visível da tensão que se acumulava enquanto pensava no convite para Erick

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Decidi me aventurar a pé até a casa de Erick no sábado, já que a distância de apenas dois quarteirões não apresentava nenhum obstáculo significativo. O caminho, repleto de expectativas, revelava-se sem impedimentos.

- Quanto tempo Alana! Como estão os seus pais? - sou recepcionada por Renata, a mãe de Erick.

- Estão bem. Seu filho tá em casa? - vou direto ao ponto.

- Está lá no quarto, fique a vontade.

- Obrigada. - dou um sorriso singelo.

Um suspiro profundo escapou de meus lábios antes de eu bater na porta do meu amigo. A sensação de nostalgia invadia enquanto percebia quanto tempo tinha passado desde a última vez que estive ali.

- Alana. - Sua voz causava arrepios.

- Erick. - digo tentando não gaguejar. - Preciso te fazer um convite, sei que está encima da hora e que já é sábado que vem, mas eu queria...

- Sábado que vem? - ele me interrompe.

- Sim.

- Eu não posso, eu e os rapazes vamos a um festival de rock.

- Você não pode remarcar? - minha voz quase falha.

- Não, eu não posso, estamos planejando isso há meses.

Meus ombros, outrora erguidos com a animação, agora curvam-se sob o peso de um fardo invisível, como se a tristeza tivesse transformado a firmeza em resignação.

- Você é um idiota! - as palavras escapam da minha boca.


- Alana? - ele me olha assustado. - Aconteceu alguma coisa?

- Pensei que éramos amigos. - sinto algumas lágrimas dançando pelo meu rosto.

Tuas palavras, antes tecidas com fluidez, agora se desintegram em fragmentos de angústia, escapando entre os espaços vazios de uma mente tumultuada pela aflição.

- Você é minha amiga! - ele exclama.

- Se eu fosse sua amiga você não esqueceria do meu aniversário!- rebato, antes de sair correndo da casa dele.

3 motivos clichês para amar você Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu