2 - Quando as coisas dobram

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Obviamente no dia seguinte tia Amberly e eu, contamos aos meus pais e avós sobre minha pretensão a seleção. Papai ficou furioso, essa história de seleção para ele era completamente absurda, afinal eu teria que trancar a universidade até terminar esse evento.

Embora essa fosse minha menor preocupação, já que nem mesmo sabia em que queria me especializar, ainda.

Mamãe me conhecia muito melhor que ele, pois sabia que quando estava determinada a algo, iria até o fim.

— Se realmente quer passar por isso, o que posso fazer? – riu mamãe.

— Como assim, Zo? A Audy terá que trancar a universidade! Tudo apenas para arrumar um marido? Que absurdo! – bradou papai.

— Não é por causa de um marido – me ofendi – Não é questão de casamento, e sim amor! Quero ter a chance de encontrar o amor, assim como vocês o encontraram.

— E qual problema em fazer isso de jeito normal? – questionou, ficando vermelho.

— Nunca fomos realmente normais, certo? E qual problema em tentar da forma que vocês o fizeram? Por que não posso? – o desafiei.

Ele me olhou, incrédulo, mamãe bateu em seus ombros tentando consolá-lo, sabendo que ele não sabia como contra argumentar. Meus avós pareceram um pouco incertos em concordar ou discordar da minha seleção, a princípio, mas depois do que disse sobre amor, se entreolharam, sorrindo antes de me abraçar.

— Com um coração tão lindo como o seu, sei que encontrará o que procura – declarou vovó.

— Só espero que não fique confusa ou isso se tornará um tormento, mas de coração quero o melhor a você Audy – alertou vovô, beijando minha testa.

— Não se preocupe, Maxon, nisso a Audy não puxou ao pai, ela não ficaria confusa a ponto de enrolar, por nada – debochou mamãe, papai apenas resmungou algo inaudível, fazendo todos rirem.

Aparentemente apenas eu não entendi a piada, mas não me importei.

Foi lindo ver tia Amberly, anunciar que a Grã-duquesa Audrey Silsbay-Schreave, estava disposta a iniciar a primeira seleção de garotos. Convidando todos os rapazes de dezenove a vinte e cinco anos a se inscreverem em suas províncias. As fichas poderiam ser retiradas nas prefeituras.

Impus a idade de dezenove a vinte e cinco, pois os homens demoram demais para amadurecer, estava acostumada com meus primos mais jovens, assim como os amigos da Isabella que viviam paparicando-a, todos uns idiotas, preferia que fossem no mínimo da minha idade para cima, pois as chances de encontrar um homem menos infantil, seria menor.

Naquele mesmo dia fiz meu primeiro pronunciamento no jornal de Illéa, uma tradição bem antiga, o qual no máximo havia aparecido alguma vezes ao fundo, me senti nervosa. Mas tinha o discurso na ponta da língua e tia Amberlly me encorajou bastante. Olhei para câmera, engolindo em seco, ergui meu rosto e falei com meu coração.

Meu vestido azul escuro, era longo, bufante, tomara que caia, ricamente ornamentado com detalhes dourados, bordados e outros aparatos que não sabia o nome. Nunca fui uma fã de moda. O colar em meu pescoço que ornava com o vestido perfeitamente, fazia a diferença me deixando mais "real", a maquiagem que fizeram não era muito pesada, mas colocaram alongador de cílios (disso não gostei muito, gostaria de parecer mais natural), mas tudo combinava muito bem, realçando o azul dos meus olhos.

Aquele traje fazia com que me sentisse digna da realeza, poderosa, linda e única.

Incrível o que roupa e maquiagem podem fazer... – pensei, comigo mesma.

Grã-Duquesa de Illéa - Spin-Off [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora