1.9.7

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Trinta e oito semanas.

"O bebê está grande
e, por isso, pressionará
todos os seus órgãos."

Um forte beliscão.

Foi o que eu senti nos países baixos.

Ignorei para não acordar Lauren, pois ela mal havia acabado de pegar no sono e devem ser cinco horas da manhã ainda.

Ela merece descanso.

Chute. Forte e firme. Lá em baixo.

Estou ofegante. Está doendo, uma pontada de agonia crescendo.

-Amor, seus seios molharam  a cama de novo..- Lauren murmurou.

-Estou de sutiã, Lauren...- minha voz parecia um fiasco.

-Os absorvente encheram de novo....?

-N-não. - choraminguei apertando o lençol da cama.

Ela levantou a cabeça, os cabelos bagunçados, Lauren vestia o seu pijama de unicórnio, um macacão de corpo inteiro.

Semi-serrei os olhos.

Ela puxou de mim o lençol e olhou para minhas pernas..

Em outras circunstancias, eu estaria constrangida, mas, Porra! Me filho quer sair!!

-Okay. Respiração cachorrinho. Nós já treinamos isso..- ela falava enquanto ela própria fazia a tal respiração.

Eu nunca senti tanta vontade de bater  nela, como sinto agora.

Lauren saiu, correndo para o closet e saindo de lá com as  três bolsas, descendo a escada e me deixando só.

Estou desesperada,  acho bom ela não ir pro Hospital e esquecer de levar o principal : EU!

Ela voltou....

Alívio.

Me ajudou a levantar e descemos as escadas.

Papai e mamãe estavam lá embaixo e pareciam já estarem passando a informação para os pais de Lauren.

Bom.

Entrei no carro. Lauren entrou no banco do motorista.

-Laur, não é melhor deixar o papai fazer isso?- perguntei nervosa.

- Eu só levei cinco multas. Eu sei dirigir, relaxa.

Respirei fundo, segurando em minha barriga e me concentrando em não surtar.

Lauren tirou a carteira de motorista a dois meses...

Bateu o carro da mãe dela, quebrou um poste de luz e quase foi parar na delegacia.

Okay,  estou me esforçando para confiar...

Ela está correndo. Ultrapassando os sinais. Porra. Eu vou morrer.

Eu vejo o prédio do Hospital .

Estamos chegando.

Obrigada Deus.

-O freio, Laur..- falei. Ela vai quebrar as portas de vidro do Hospital. - Lauren freia o carro! LAUREN PUXA O FREIO! OH MEU DEUS, EU VOU PARIR!- chorei .

O carro estava dentro da recepção.

Lauren abriu a porta do carro para mim.

-Camz, bateu sem querer..- explicou-se.

- Não encosta a mão em mim. - vociferei.

O enfermeiro se prontificou a me empurrar na cadeira de rodas para o quarto preparatório.

(...)

- Se você sair de novo de perto de mim,  eu vou acabar com você!- falei, beliscando seu braço.

- Eu fui trocar de roupa! Percebi agora pouco que estava de pijama, as pessoas olharam estranho. - fez .


- Eu tô com raiva,  Lauren, NãO FaZ EsSa cArA PrA MiM!!

-okay, okay. - rendeu-se - desculpe.

(...)

Todos esses meses, empolgada, animada e ansiosa para segurar meu bebê nós braços...

E agora eu vou terminar isso é com a força do ódio!

-Devagar, Camz, está doendo!- Lauren implorou novamente.

-Ele está saindo, querida. Força!- a médica mandou.

-AAAH!- Lauren gritou. - QuEbRoU! QUEBROU!

E então meu filho chorou.

Chorei emocionada e o peguei no colo.

Uma enfermeira estava olhando as mão arroxeada de Lauren, que estava sendo abalada por outra ao meu lado.

Ela olhou pra mim, eu olhei em seus olhos.

Eu a amo.

E acho que consegui me vingar, vejo isso nos seus olhos lacrimejados.

Sorri.

Ela sorriu de volta.

- Vocês já tem um nome para esse lindo menino.

Sorrimos juntas e orgulhosas, olhando para o pequeno.

- Lucas Cabello Jauregui. - dissemos.

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Fim   

Haverá um bônus  (minúsculo) igual ao tamanho normal dos capitulos.

My Girl ¹Onde as histórias ganham vida. Descobre agora