Progresso

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Estou cansado, mas estou bem

não estou morto

Consegue ver? Olhe como eu danço!

Acho que fiquei pra trás, mas eu ainda ando

Meu pulmão vai estourando

e ainda fumo um maço

Tô pra lá de saudável! Tô rindo de chorando

Meu nariz sangrando, mas eu aguento o murro

Sou pedra

Digo mais: sou aço

Resisto ainda que todo chamuscado

O que não me morto me deixa mais leve, mais livre, mais louco, mais alto

Mas eu ando – tudo bem se meu passo deixa rastro

e que ele é rubro, cor de sangue


É o progresso

O trajeto gozado, coberto de porra

de MINHA porra

Os trejeitos gozados de quem já se afundou em toda essa roda de querer que não

para – não para, gira, gira loucura!


É progresso, tanto progresso

que quando penso dentro de mais um comportamento mecânico, automático

não há sentido, nem graça

e só no poema tem alguma rima 

Visões do VácuoWhere stories live. Discover now