— Já, hoje cedo. Eu vou para o corredor, por favor me ajuda. Por favor.

Esfrego minhas têmporas, exausto. A mulher só precisa dizer o meu nome para drenar a minha energia.

— O que você quer que eu faça, Vivian? Não posso mudar a lei. É triste que essa lei ainda exista, mas eu não posso mudá-la. — digo honesto.

— Eles me pediram para pensar na minha última refeição. Eu não posso fazer isso.

Penso em ligar para a Julia e concluo que é o máximo que eu posso fazer. É estranho conversar com uma Vivian sóbria, a última vez foi na concepção da Gwen. É estranho lidar com medos reais dela. É estranho só conversar com ela. Aviso o que vou fazer e faço. A advogada soa profundamente doente.

— Peter, eu não sei se posso te ajudar no momento. Me desculpa. Eu tô doente pra caramba e o Pierre não me atende.

— O que aconteceu com o Dustin? — Pergunto, me questionando quem é Pierre, mas é claro que não vou perguntar isso.

— Aconteceu que ele é um idiota. Eu voltei para Atlanta. Me diz o que você precisa e eu vejo o que faço.

Conto e ela assobia.

— Eu costumaria atender casos assim, mas como te defendi contra ela prefiro não me envolver. Vou te passar o contato do Pierre, está bem? Ele provavelmente está namorando agora, mas... — Ela para de falar para tossir da maneira mais bizarra existente. É como se ela estivesse cuspindo a faringe. — Mas vai te retornar depois.

Preocupado, pergunto se há algo que eu possa fazer por ela. Ela pede que eu contamine o Dustin com a mesma gripe que ele passou para ela, e que, claro, acometeu ela com mais força. Um gemido medonho ecoa pela linha.

— Não, não há nada que você possa fazer, na verdade. Mas obrigada por se preocupar, diferente de certos maridos. Te aviso caso haja uma brecha na lei. Se mantenha longe do perigo e nunca seja o Dustin. — Ela desliga e eu fico olhando para o fone. E eu não faço ideia de quem diabos é Dustin ainda.

Volto para perto da Gwen, que achou um monte de tintas da minha mama no quintal e olha com nojo para o líquido há muito vencido.

— Ei liebe, o papa precisa conversar com você. — Preciso esclarecer a situação da mãe dela, antes que um jornal faça isso.

Ela larga o pote e olha pra mim. A atenção dela me faz ser cauteloso.

— A sua mama...

— Ela não vai me levar de volta, vai? Po favor. — Implora, os olhinhos brilhando com o medo.

Sorrio e nego.

— Não, você vai ficar comigo até sair para a faculdade. Gwen, a sua mama fez coisas muito ruins. Ela machucou muitas pessoas e isso não é certo, richtig? O que ela fez tem um nome. Crime. Crime é a coisa mais errada que você pode fazer, e quando um é cometido, é necessário pagar por ele. Os crimes que ela cometeu, de acordo com a lei atual, só tem um pagamento.

Não consigo continuar. Não consigo dizer para a minha filha que a mãe dela vai... vai... merda, Vivian.

— Papai? Você não vai terminar de falar?

Provocando Amor - Série Endzone - Livro 4Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora