beauty & the beast {taekook}

one rose

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Os jardins floresciam e o sol ajudava e indicava a direção a que as flores deveriam crescer. Seja a favor ou contra a luz.

Era o primeiro dia da primavera e ela tinha aparecido a horas. Não quis mais um dia de férias. Deixou-o para o inverno, que teve uma época trabalhosa. Talvez não conseguisse aguentar mais os comentários dos humanos que diziam que estavam cansados daquele frio e que mal podiam esperar pela primavera. Ele parecia estar bem-disposto, porque não se quis vingar dos humanos e trabalhar mais uns dias. O próprio inverno estava farto dos humanos. Seres parvos que pensam só porque querem, há sol ou chuva.

A primavera chegara com as flores de cerejeira a florescerem e levou consigo o sol que vestia umas nuvens. Não demasiadas. Apenas as suficientes para não dizerem que estava demasiado calor. Trouxe consigo pássaros da estação e despertou animais sonolentos que passaram o inverno a dormir. As gotas da chuva da noite anterior escorregavam nas folhas das plantas e a luz do sol a bater nas plantas, faziam o cenário mais bonito. A natureza é bonita, mas o humano é demasiado egoísta e quer ser o mais bonito, destruindo a natureza.

O sol obrigava as pessoas de usarem roupas mais leves, mas por precaução, levavam um chapéu-de-chuva, nem que servisse de bengala.

A primavera obrigava a que as pessoas seguissem em frente e aproveitassem aquele dia de calor, mas as pessoas continuavam presas ao passado e às chuvas da estação anterior, tendo medo de que a qualquer momento começasse a chover. Não era isso que acontecia, não só nas estações, mas em qualquer situação da vida? Que se esqueça a chuva que salvou de secas, que impediu incêndios dos loucos, que tirou a sede aos animais da rua e os lavou. Que se recorde das cheias e inundações, dos acidentes - em que a chuva apenas foi um ajudante -, das gripes e dos planos cancelados, devido a nevões e chuvas torrenciais. O inverno dura demasiado pouco tempo, na verdade. Não há tempo suficiente para que a chuva lave as almas sujas das pessoas.

Dizia-se que a estação do amor tinha chegado, sem atrasos. Sinal que o amor também chegaria a horas, estava prestes a bater à porta do coração das pessoas. Pelo menos, era nisso que acreditava. Humano, idiota. Destruía o amor e ainda se acha no direito de o ter. Mata-o e pensa que ainda tem condições de andar a bater às portas. Andou de muletas e de cadeira de rodas, mas agora estava acamado. Era raro quando se levantava da cama. O próprio amor tinha medo do ser humano. Ainda o matavam de vez. Quer-se amar alguém e não se ama a si mesmo. Quer-se ser amado, quando não se ama a si mesmo.

Pelo menos, as pessoas ainda acreditavam nele. Algumas. Mesmo não percebendo que é idiota querer amar alguém e não se amar a si mesmo. Que é normal as mesmas duas pessoas se amarem quando há sete biliões de pessoas no mundo. As pessoas acham banal quando vêem casais, mas não vêem o quão bonito é duas pessoas se amarem ao mesmo tempo, no meio de tantas pessoas. Simplificaremos ainda mais. O amor perdeu-se até com os sonhos, onde as pessoas desistem do que as fazem feliz. Também o amor pelas coisas que se faz se perdeu. Já não importa se o sonho de alguém é se cantor, ou dançarino, ou escritor. Ignora-os, deita-os fora, engana-te. Apenas o sonho de alguém ser médico, advogado, ou polícia se aceita. Ama algo que te traz dinheiro, não que te faça a alma feliz. A chuva não consegue lavar as almas infelizes. Parece que as torna ainda mais infelizes, como se não tivessem a chorar sozinhos. Houve alturas em que o inverno quis ser como a primavera, porque as pessoas o fizeram odiar-se - quão odiável é o humano que faz uma estação odiar-se?- e quis ser tão bonito como ela, mas quando ela lhe explicou que ela apenas acontecia, por causa dele e era preciso a sua chuva para as suas flores e que o humano era demasiado sujo, ele amou-se.

A primavera teve a quantidade certa de chuva para que as flores já tivessem a florescer e naquele dia, casais já se enchiam em ruas de árvores de cerejeira e tiravam fotografias. Mas as árvores de cerejeira não eram as únicas. Outras flores nasciam e floresciam com grande beleza.

Parecia que ia ser uma boa primavera. Parecia que iam ser uns bons dias de venda para quem se aproveitava da primavera, como a mãe de Kim Taehyung. Taehyung ajudava a sua mãe a vender flores, numa loja envidraçada que dava para as pessoas a andarem com pressa para os seus trabalhos, mas bem localizada. A loja estava sempre impecável e até no inverno tinham clientes. As pessoas da zona já conheciam aquela loja e quem já tinha pisado os pés dentro daquele espaço, quis comprar todos os dias flores. Principalmente, quem tinha interesse em rapazes.

Taehyung era alto, tinha o cabelo castanho e alguns dias estava ondulado, outros apenas estava liso e dividido para os dois lados, outros o cabelo caia sob a sua testa, mas não importava como estava o seu cabelo, as raparigas acham-no sempre atraente. Os seus lábios rosa tinham um sinal no lábio inferior e quando ele sorria, fazia um retângulo tão bonito que fazia o coração das pessoas derreterem, como um gelado num dia de verão. Na ponta do seu nariz, tinha outro sinal e o seu nariz estava no padrão de um nariz bonito, sem ter um pequeno alto, não era arredondado e a sua ponta não era arrebitada para cima. Ainda tinha outro sinal na sua bochecha e outro sinal mesmo na linha inferior do olho direito. Taehyung tinha sinais na sua face e mesmo que para algumas pessoas seja sinal de imperfeição, Taehyung parecia ter sido esculpido.

No entanto, esse não era o negócio principal de Taehyung, mas uma casa de cafés, chás e outras bebidas caseiras tão belamente decoradas que pareciam quadros, pequenas peças de arte. Taehyung colocava tanto amor que talvez o seu negócio fosse conhecido por todos da zona e estava sempre com clientes. O negócio de Taehyung não tinha estação, então não havia épocas altas ou baixas, o que ajudava a sua família e assim conseguia pagar os seus estudos na universidade.

A porta de vidro abriu-se e um rapaz com um caderno na mão entrou, fazendo com que uma pequena campainha soasse. Taehyung que estava de costas para a porta, a arranjar um conjunto de giras-sóis, olhou para trás.

"Boa tarde." Taehyung deu um sorriso educado e o rapaz apenas acenou com a sua cabeça, educadamente. "Precisa de ajuda?"

"Apenas a ver." O rapaz diz e outra senhora entra na loja e Taehyung dá-lhe o seu sorriso retangular, pegando o outro rapaz desprevenido e deixando cair quase o seu caderno.

"Senhora Nam, como tem andado?" Taehyung perguntou e enrolou o seu braço à da senhora idosa. "Está melhor da sua saúde?" O rapaz pergunta e ouve atentamente o ocorrido na consulta da senhora, enquanto rouba alguns olhares ao cliente jovem.

"Preciso de uma flor que me faça sentir esperançosa, querido."

"Flores de amendoeira, senhora Nam. Penso que ficavam bonitas com gerânios. Ultrapassar dificuldades."

"Sim, sim. Penso que a minha menina as vai adorar. Que Deus a tenha." A senhora diz e Taehyung caminha arranja o conjunto de flores à senhora de óculos e que se tinha apoiar numa bengala. "Quanto é, meu querido?"

"Hoje, eu pago. É o primeiro dia da primavera e a senhora não teve um bom dia. Deixe-me recompensa-la." Taehyung diz e quando a senhora sai, Taehyung apanha o rapaz a encará-lo, mas ele desvia o olhar rapidamente e aponta alguma coisa no caderno. "Precisas de ajuda?"

"As flores têm significado?" O rapaz pergunta e Taehyung dá o mesmo sorriso que deu quando a sua amiga com umas quantas primaveras vividas entrou.

"Sim."

"Pode dizer-me as flores mais populares da primavera?"

"Tulipas, amor-perfeito, lírio, jacinto." Taehyung diz, enquanto estica os dedos à medida que vai dizendo as flores.

"Obrigado." O rapaz diz enquanto aponta no caderno. "Pode dizer-me uma flor que tenha um significado?"

"É claro. Se eu o souber." Taehyung dá um sorriso doce, mas o rapaz não olha sequer para Taehyung.

"Um pedido de desculpas."  Ele diz e olha, pela primeira vez, para Taehyung.

E como se bastasse, olhava diretamente para os olhos. Onde se encontram todos os segredos da alma.

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com muito amor, 
liesel