— E-eu não sabia que você era a mãe, senhorita...

— E isso importa? Não sou eu quem estou estudando, mas sim uma criança que é a pessoa mais doce e pura que já conheci. Uma criança, que deveria receber o mesmo tratamento, já que isso é uma escola para forjar humanos. Uma criança, e isso já basta para vocês criarem o mínimo de coragem para protegê-la.

A mulher se afasta murmurando que vai chamar a professora e buscar a Gwen, e eu arqueio uma sobrancelha.

— Sua filha, uh?

— A menina me deu um band-aid quando eu bati a cabeça na semana passada. Já fui inocente a este ponto, e dei um band-aid para uma pessoa que havia sido baleada. Eu não posso deixar fazerem com ela o mesmo inferno que fizeram comigo na França. Só tive coragem de voltar para a escola aos dez anos, após seis estudando em casa. Se para isso ela precisa de uma mãe, então estou bem aqui.

Nem discuto, o olhar dela é feroz demais para eu, um mero mortal, ousar falar algo. Ela cansa da demora, e vai ela mesma atrás de um responsável da escola, e eu fico esperando a coisa mais preciosa da minha vida aparecer. A Gwen aparece no colo da professora de artes.

— Eu não quero a mamãe, tia. Quero o papai. Eu tô com o papai agora, a mamãe vai ficar muito bava por eu não ter feito nada. — chora.

Liebe. — chamo — Eu estou bem aqui, mein Schatz.

— A tia disse que a ma-mamãe tava aqui. — soluça, vindo para o meu colo e quase choro junto com ela.

— É a Noelle, liebe. A mamãe está presa ainda.

Ela chora o resto das lágrimas antes de dormir no meu ombro, esperando a Noelle voltar. Ela volta com as mãos cheias de tudo que comprei para a festinha da Gwen.

— Se ela não vai comer, ninguém vai. — resmunga.

— O que você estava fazendo?

— Deixando bem claro que a minha família não apoiaria mais um lugar onde a hierarquia social é mais importante que o humanismo. Eu sou a prova do quão errado isso é, olhe para mim! Traumas de infância que me perseguem até hoje, me fazendo ser agressiva e perder oportunidades. Não vou deixar isso acontecer se posso impedir.

— Tudo que vejo é uma futura veterinária e uma namorada incrível, não consigo enxergar mais que isso.

Ela para de marchar para me beijar, o que é difícil já que sou mais alto e estou com uma criança no colo, mas ela consegue.

— Você é um pai, mecânico e detetive incrível. E claro, o melhor namorado que existe. E agora temos uma festa a fazer para a nossa filha.

Sorrio.

— Você é um inferno de uma mãe boa. Em que momento decidiu que ela era sua?

— No momento que ela precisou ser minha. Que saco, crianças deveriam ser mais legais hoje em dia, elas têm literalmente tudo que a gente sonhava.

— Nós também tivemos tudo que nossos pais sonhavam, ter não é a chave. Ser é.

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Provocando Amor - Série Endzone - Livro 4Where stories live. Discover now