Capitulo 18

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Sem revisão.

Bati o pé no chão impacientemente, enquanto mordia os labios ansiosa para vê-lo, o policial que estava especado á porta olhava-me como se eu fosse louca, mais eu estava ansiosa demais por isso mordia os labios constantemente, andava de um lado para o outro.

Quando a porta abriu-se e o homem negro entrou não consegui evitar o sorriso bobo que nasceu em meus labios.

Balancei o papel que estava na minha mão no ar e sorri mais ainda.

-Está livre Dimitri.- Anunciei a ele sentindo os meus olhos lacrimejar, era o meu primeiro caso e estava saindo vitoriosa, ou quase, e mesmo sem querer sempre levamos os primeiros casos no lado pessoal, e Dimitri se tornou um amigo e tanto, a cada visita, cada conversa, cada olhar, ficamos mais ligados um ao outro.

-Que?- Ele perguntou sem acreditar piscando sem parar.

-Está livre Dimitri, o juiz autorizou que esperasses julgamento em liberdade depois de conseguir algumas provas da sua inocencia.

Sorri, como a muito não sorria.

-Eu não acredito.- Balbucio.- Não acredito.- murmurou recebendo o papel de minha mão e leu.

-Acredita, acredita. Daqui a nada todos perceberam que foste uma vitima desta armação...- Disse firme e vi o sorriso abrir em seus labios aparecendo as covinhas bonitas em suas bochechas.

-Você é demais.- Gargalhou gostosamente me apanhando de supresa num abraço caloroso que me tirou do chão.- Você é incrivel.

Senti as lagrimas descer em minha bochecha enquanto ria.

-Você é incrivel. Obrigado Ágata.- Deixou um beijo na minha bochecha que aqueceu-me, me senti estranha, suas mãos quentes e grandes foram para cada lado da minha bochecha e com o polegar acaricio minha face, senti a minha respiração ficar presa na garganta enquanto via seu olhar intenso sobre mim.

-Não chore.- Pediu aproximando mais a sua face da minha.

-Vão embora. Não sou obrigado a ver isso.-Disse o policial, furando aquela bolha que se formava entre nos. Me afastei dele envergonhada, limpei meu rosto tentando controlar minha respiração.

Dimitri limpou a garganta passando a mão no pescoço igualmente envergonhado.

-Eu, acho melhor. Hmm.

-Sim. Sim. Também acho.- Respondeu ele desnorteado.

Passamos na sala do delegado para assinar alguns papeis e saimos daquele lugar.

-Você quer comer algo, a algo que lhe faça falta?- Perguntei me sentindo uma tonta, lembrei-me do nosso primeiro encontro e sorri, quem diria que aquele homem rude e eu agora estariamos ali. Melhores amigos.

Dimitri enconstou-se no ferro ficando em silêncio, enquanto esperavamos o autocarro. Eu estava a economizar para conseguir comprar as fraudas de Tina que tinha acabado.

-Aconteceu algo?- Perguntei ao ver seu rosto sem nenhum resquisio de felicidade.

-Eu não tenho para onde ir.- Respondeu com a voz rouca, sem olhar na minha direção.- O tempo que eu fiquei preso não pude pagar o aluguer da casa e com certeza o senhório ja vendeu tudo que tinha lá dentro. Minha mãe está morta. Não tenho emprego. Não tenho nem se quer o dinheiro para pagar o autocarro.

O autocarro parou na nossa frente lotado, pessoas se esfregando um no outro, o cheiro de suor de todos se misturando pessoas se pisando, pessoas gritando para deixar um espaço.

-Anda Dim. Eu vou pagar. Não se preocupe com isso agora. Falei com o meu pai e ele deixou você ficar lá em casa...

Sem deixa-lo responder o arrastei para dentro do transporte publico paguei e passamos pela catraca empurrando algumas pessoas, seria uma viagem longa, encontramos espaço para pegar no ferro e o carro começou a deslisar na estrada cheia de engarrafamento, estava sendo esmagada, sentia o perfume forte de pobre de alguns, quem toma banho de perfume se sabe que vai andar de autocarro?

A Juíza Onde as histórias ganham vida. Descobre agora