Prefácio

2.1K 180 66
                                    

E lá estava eu, com um sorriso estupido nos lábios enquanto olhava a montanha coberta de neve, a lua estava cheia e brilhante o céu coberto de estrelas, a vista era linda e o mais lindo ainda era o que estava preste a fazer. A cometer suicídio, uns diriam isso. Mais em minha defesa digo que estou curtindo as minhas férias á beça.

Estava vestido com roupas adequadas para o frio, e estava com um trenó algumas coisas para esquiar, sim eu pensava em subir a montanha o local onde fazia mais frio em toda Rússia e descer, sim, em plena noite.

Fitava o céu enquanto me preparava mentalmente para começar essa jornada, começo a ouvir alguns gritos que saiam em direção à floresta densa atrás de mim. Sei que deveria seguir com a minha aventura, mais fiquei curioso por saber o que estava acontecendo, provavelmente era só mais um adolescente bêbado mais mesmo assim eu fui ver.

Estiquei o pescoço enquanto me aproximava da floresta escura e medonha. Marquei alguns passos me arriscando a entra. Quando vi uma silhueta se aproximar muito rápido de mim. Seu corpo chocou contra mim violentamente, e eu a segurei para que nenhum de nós caísse.

A mulher tentava falar mais parecia nervosa e trêmula demais, balbuciava algumas palavras que não conseguia entender, abanava a cabeça de um lado para o outro e seus olhos assustados imploravam por ajuda. E talvez, de repente me ocorreu que ela fosse uma turista que se perdeu de seu grupo de exploração, ou uma gringa que entrou ilegalmente no país, deduzi que ela não era Russa, era escura o rosto belo os traços tão marcante que só o povo africano tinha, a pele escura macia, não era morena ou mulata era mesmo escura, aquela beleza rara, afrodiziaca das mulheres negra, as russas tem a pele muito pálida através do frio, são exageradamente brancas, não que na Rússia não tivesse negros, mais era óbvio que a mulher a minha frente era uma estrangeira.

Me perguntei se falaria em inglês ou francês já que conhecia muitos africanos que falavam esses idiomas fluentemente, mais ali olhei bem em seu rosto e me pareceu o certo não falar nenhuma dessas línguas, mais sim português. Seu rosto parecia adequado digno de uma deusa, uma rainha Angolana. Não sei exatamente o porque pensei em Angola, mais pareceu o certo falar em português com ela.

-Não vou machucá-la- Afirmei em português só para garantir. Percebi uma forte inspiração e soube que acertara.

A mulher a minha frente concordará no gesto rápido de cabeça. Enquanto eu a girava em meus braços.

Olhos castanhos escuros faiscavam um dourado sobre a luz da lua. O capuz do agasalho escorregou para trás, revelando seus cabelos negros cheio preso no rabo de cavalo bagunçado.

O cabelo dela não era cacheado nem liso, era crespo selvagem e me lembrava um esfregão bruto, parecia que se entrasse lá um pente agora o mesmo partiria, mais por incrível que pareça lhe ficava bem aquele cabelo natural e selvagem, a deixava mais linda e conjugava com seu belo rosto africano. Uma vontade imensa de tocar seu cabelo tomou conta de mim, apetecia-me afundar meus dedos lá e sentir a sua textura, parecia o certo naquele momento e me assustei com tais pensamentos.

Suas feições eram belas e delicadas, embora os olhos frios que me analisavam me diziam que não tinha nada de frágil. Aquela mulher era forte e delicada ao mesmo tempo.

Vi quando ela engoliu em seco, antes de seus lábios se abrirem.

-Por favor, me ajude. - disse ela, envolvendo o corpo com os braços numa tentativa de se proteger do frio. A verdade era que nesta parte da cidade fazia mais frio que o normal. As árvores a soprar, a montanha revestida de neve, aqui era um gelo.- Não deixe que eles me peguem.

Angolana.
Não deveria esta surpreso, embora algo naquela mulher fosse inesperado. A voz era doce mais assustada com uma pitada de arrogância e ordem que eu consegui detectar. Seu português era fluente, de pessoa estudada, o sotaque angolano estava ali, mais tinha algo mais.

A Juíza Onde as histórias ganham vida. Descobre agora