❁ ninety-five ❁

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m a t t h e w

Abri os olhos lentamente, e a luz extremamente clara do sol que entrava pela janela incomodou meus olhos. Enquanto eu apertava os mesmos, que ardiam como o inferno, lembranças da noite anterior invadiram minha mente, e um pequeno sorriso surgiu em meus lábios. Quase que imediatamente, tateei a cama em busca de Evie, e me dei conta de que estava sozinho.

Suspirando, me levantei e fui em direção ao banheiro, onde fiz minha higiene matinal rapidamente. Fiquei me encarando no espelho por um tempo. Minha cabeça doía um pouco, e meu cabelo estava completamente bagunçado. Balançando a cabeça em negação, peguei meu celular e desci em direção a cozinha, onde Evie estava tranquilamente comendo panquecas.

Assim que a mesma me viu, suas bochechas ficaram vermelhas, e não consegui segurar a risada. Era bem provável que Evie ficasse envergonhada depois de ontem. Ela parecia exatamente o tipo de garota que evitaria o assunto ao máximo.

— Bom dia para você também, Matthew. – ela diz, e rola os olhos. – Por que está rindo? Por acaso tem algo no meu rosto?

— Ah, pode crer que tem. E são duas bochechas extremamente vermelhas. – respondo brincalhão, e ela franze as sobrancelhas. Me aproximo dela, e deixo um selinho em seus lábios, antes de ir até a geladeira em busca de um copo d'água. – E bom dia para você também, Evie. Dormiu bem?

— Maravilhosamente, e você? – ela pergunta, e eu abro um sorriso malicioso. – Deixa de ser ridículo, meu Deus. Vou trocar de roupa, já volto. – ela anúncia, e se levanta.

— Você sabe que pode ficar sem, se quiser. – digo, prendendo o riso.

— Matthew!

— Parei, juro. – ergo as mãos para o alto, como se estivesse me rendendo. Evie revira os olhos, mas apesar disso está segurando o riso.

Me sento para comer, e desbloqueio a tela do celular. Há algumas ligações perdidas de minha mãe, e várias notificações dos meus aplicativos. Mas antes que eu pudesse ver qualquer uma delas, recebi uma ligação de Cameron.

Atendi quase que imediatamente.

— O que você quer, Dallas? – pergunto, enquanto termino de engolir a panqueca.

— Saber aonde você está, talvez? Você sumiu do mapa, cara. – ele ri, e eu reviro os olhos. Várias vozes se misturam ao fundo, e ouço o grito abafado de Maju.

— O que está acontecendo aí?

— Nada. Aonde você está?

— Mas que saco. Por que você quer saber? – bufo, e dou um gole no suco. – Estou na casa na praia dos meus pais.

— Ótimo, chegamos aí em meia hora. – Cameron diz, e desliga o telefone. Não consigo nem questionar nada, então apenas bloqueio a tela do celular, e volto a comer.

• • •

— Você pode passar esse protetor direito, por favor? Eu não quero ter queimaduras de terceiro grau. – Luna diz, e Gilinsky revira os olhos, enquanto espalha o protetor por toda a extensão das costas da namorada.

Dou risada, e balanço a cabeça negativamente.

— Vocês dois. – Jack aponta para mim e para Shawn. – Vocês tem sorte de não terem namorada. É um saco.

— Ah, é? – Luna questiona, irritadiça, e se levanta bruscamente. – Ótimo.

— Não foi isso que eu realmente quis dizer, eu só... – Gilinsky começa a dizer, mas ela sai andando em direção as meninas, nos deixando a sós.

— Você acha que nós realmente temos sorte? – Shawn questiona, enquanto cutuca a areia. Dou de ombros, e apoio os braços atrás de mim, sustentando o peso do meu corpo.

— Não sei. Talvez sim, talvez não. Mas acho que eu gostaria de sei lá, tentar alguma coisa com a Evie. – digo, e sinto minhas bochechas esquentarem quando ouço a gargalhada de Mendes.

— É sério isso? Você abominava relacionados até meses atrás, Espinosa.

— As pessoas mudam, Shawn. E você mais do ninguém sabe disso. – digo, e ele franze o cenho.

— O que você quer dizer com isso?

— Nada. – dou de ombros. – Mas esse não é o ponto. Acho que talvez eu poderia dar o próximo passo em relação a Evie. – mordo o lábio inferior, sentindo meu coração acelerar.

Era completamente ridículo, mas a possibilidade de ter algo sério com Evie me deixava animado e nervoso até demais. Mas a verdade é que eu estava completamente apaixonado por ela, e não queria ficar nem um segundo longe dela.

— Que seria?

— Pedi-la em namoro.

— Ah, meu Deus! – a voz animada de Arabella se faz presente, e nos viramos ao mesmo tempo, encontrando a garota parada atrás de nós. – Você vai pedir a Evie em namoro? – ela pergunta, e apesar de o tom de voz estar baixo, me pergunto se alguém de nós está ouvindo a conversa.

— Acho que sim. – encolho os ombros, e Arabella se senta de frente para nós na areia.

— Okay, temos que planejar isso. Vai ser perfeito! Eu já tenho várias ideias. Sempre acontece nas fanfics, e dá super certo.

— Qual o seu problema? Você quer fazer um pedido de namoro inspirado em algo que leu escrito por uma garota de doze anos que é apaixonada pelo ídolo? – Shawn diz, e ela fecha a cara.

— Eu é que pergunto qual o problema. E garotos também escrevem fanfics, para sua informação.

— Foda-se, isso não vai acontecer.

— Ah, vai sim. Eu me propus a ajudar, então quem manda em tudo sou eu. Ou você aceita, ou cai fora, Mendes. – ela abre um sorriso debochado.

Respiro fundo, criando coragem para apartar a briga que provavelmente duraria horas.

— Okay, vocês já podem parar de discutir.

— Nós não estamos discutindo. – os dois falam em uníssono, e eu dou um sorriso frouxo.

— Merda, que seja. Eu não ligo para briguinha inútil de vocês, mas prestem atenção: quem vai planejar tudo sou eu. Vocês podem ajudar com uma coisa outra, e só.

— Mas... – Arabella começa a dizer, e eu apenas balanço a cabeça em negação.

— Mas nada. Agora, façam o favor de calar a boca. Se a Evie desconfiar de algo, eu juro que mato vocês dois.

Me levanto, e começo a andar em direção a Evie, que sorria e acenava animadamente para mim.

Não consigo conter o sorriso que toma conta de meus lábios ao vê-la, pensando que ter tomado essa decisão – de pedi-la em namoro – tinha sido a melhor coisa já feita por mim.

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oi meus amô

𝐝𝐫𝐮𝐧𝐤 ❀ 𝐦.𝐞𝐬𝐩𝐢𝐧𝐨𝐬𝐚Onde as histórias ganham vida. Descobre agora