— Pode dizer.

— Se não, você vai encontrar alguém. 

— É o que todos dizem...

— E é verdade mesmo. — ela disse com toda a certeza que tinha dentro de si.

— Ah, sei lá. — falei, querendo deixar o assunto de lado.

Selina olhou para uma vitrine e parou.

— É esse vestido aqui que eu queria. Não é uma graça?

— É sim, sua cara. — disse ao olhar, mas na verdade eu nem tinha notado muito, minha cabeça só estava preocupada com Mark, Mark e Mark.

Então, entramos na loja e Selina comprou o vestido no tamanho que serviu depois de experimentar vários no provador. Hoje, ela estava usando um casaco marrom, saia preta e botas, pelo frio que estava fazendo. Afinal, estávamos entrando no inverno.

Passeamos um pouco pela cidade, estávamos no centro. Passamos em frente ao prédio em que eu trabalhava.

— Você trabalha em um lugar super elegante e com cara de poder. — ela comentou comigo.

— E você não sabe o que aconteceu... — comecei, prestes a contar toda a briga que eu tive com o meu chefe.

— Meu Deus! — Selina ria depois que contei o fim da história. — Não acredito, Artie, você é impossível. Eu te venero.

— Eu tive que fazer isso. — eu ri. — Acho que ninguém, até hoje, teve a coragem. Outra coisa, mesmo que eu pudesse ser demitido eu não teria medo e faria também. Não ia aceitar ser rebaixado e humilhado assim em emprego nenhum.

— Você está certo. Se todos fizessem isso, acho que seriam obrigados a mudar. 

Finalmente, a noite estava chegando.

— Sel, eu preciso ir embora agora.

— Ah, sim, o jantar com Mark, né...

— Aham.

— Olha, Artie, te desejo o melhor, como já tinha te falado antes.

— Obrigado, Sel. — suspirei. — Acredita que ele nem me mandou mensagem hoje?

— Nossa, sério?

— De novo. E não é a primeira vez que faz isso.

— Nem a terceira e nem a décima, né, amigo.

— Pois é. Ele nem pra me desejar um feliz aniversário do nosso namoro.

Selina fez uma cara de dó para mim e me abraçou forte.

— Te amo, menino. Depois me conte tudo, tá bem?

— Tá bem, eu também te amo. — sorri. 

Cheguei em casa umas 18h. 

— Quer saber? Vou ligar pra ele. — decidi, falando sozinho comigo mesmo.

Dois homens, um coração (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora