Prólogo

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     Os enormes portões de ferro estavam abertos e retorcidos, não havia mais viva alma no purgatório que Lucien construíra com tanto zelo durante todo aquele tempo. Um mundo construído no limbo para abrigar as almas de seus seguidores, mas não apenas destes. 

       Algo mais obscuro se escondia entre aquelas lápides e mausoléus que agora estavam em frangalhos. Os anjos haviam destruído tudo e aos poucos aquele mundo estava se dissipando, mas ainda havia uma chance. Ele precisava passar pelo portão antes que tudo o e todos que estivessem ali deixassem de existir. 

     Uma mão magra e pálida emergiu do que restou do túmulo onde Lucien construíra seu ninho. Ele estava livre. 

       Rafael estava em seu posto quando viu um anjo raro se aproximar. Apenas em momentos muito delicados ele saía de seu refúgio, em eterna meditação. Imediatamente ajoelhou-se em reverência. O anjo aproximou-se flutuando em sua túnica branca e tocou no centro da própria testa. 

- Uma coisa terrível aconteceu - Rafael ouviu a voz o anjo sem que este sequer movesse os lábios. - Reúna os outros guardiões. Todos eles. Ele esta livre. 

- Mas isso é impossível - pensou em voz alta. 

- Ele está livre, e seu objetivo é terrível. Precisam voltar ou o mundo humano estará condenado. É o dever de todos vocês. 

- O que precisamos fazer? - perguntou resiliente. 

- Encontrem Serena. - então em uma luz branca e brilhante o anjo desapareceu. 

- O que aconteceu? - Cassiel perguntou se aproximando. - Porque eu me lembro de tudo? Porque me lembro do que vivemos no mundo humano? O que o anjo da anunciação veio alardear? - Rafael encarou o amigo com os olhos arregalados. 

- Lúcifer. Ele está livre. - respondeu por fim. 


        

O sorriso de SerenaWhere stories live. Discover now