Provocando Amor - Série Endzone - Livro 4

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Largo a almofada e encaro ele.

— Como você consegue ficar tão calmo em uma situação dessas? Não te dá ódio ver alguém destruindo a vida de outra pessoa assim?

— Dependendo da situação, sim. Mas eles são adultos, ele fez o que fez por querer, ela foi embora por vontade própria também. Ninguém os obrigou a nada.

Aponto meu dedo no rostinho bonito dele.

— Você está tranquilo demais, e trabalha para a polícia. Desembucha, o que aconteceu? O que fez a minha amiga sumir tão rápido, e o que fez o namorado dela nem mesmo procurá-la?

Ele suspira fundo e balança a cabeça.

— Não é meu segredo pra contar, Noelle. É pior do que qualquer um pode imaginar, e acredite em mim quando eu digo que ele fez o que pode... e fez o certo.

Enrugo o nariz, curiosa. Ele passa o dedo pela pele enrugada, rindo pela Gwen fazer o mesmo quando quer algo.

— Se eu disser que faço o que você quiser para me contar, vai falar o que foi?

A cabeça dele cai pra trás em uma risada.

— Tentadora essa proposta, gata, mas não, eu não vou. Que tipo de pessoa eu seria se contasse um segredo de outrem para você?

— Você parece tanto um agente às vezes, é assustador. Pode entrar em qualquer instituição policial, garanto que vai ser o cara mais premiado de todos.

— Eu não gosto dos agentes, mas obrigado.

Vou perguntar a razão para ele não gostar dos agentes, mas a Gwen entra correndo na sala e apontando para uma foto no livro de receitas.

— A vovó disse que você já foi lá, é verdade? — Lá é a Torre Eiffel, meu parquinho dos fins de semana na infância.

— É verdade, sim.

— Papai! — diz estupefata — Ela já foi na Torre Miffel!

Ele inclina para o livro, indicando o nome da torre com o dedo.

— Eiffel, vê? Torre Eiffel. E é muito legal que ela conheça uma das sete maravilhas do mundo moderno, não é?

A criança assente animada, e diz que quer conhecer o mundo todo um dia, mas não termina de listar os lugares que quer conhecer porque minha mãe chama ela de volta.

— Eu não consigo olhar pra Gwen sem pensar no filho da Lindsay. Será que ele vai ser fofinho assim?

— Não vai ser como ela, ao menos que eu eduque a criança também, o que não vai acontecer. Mas fofinho... talvez. Só acho triste para o bebê nascer com uma mãe tão instável emocionalmente.

Chateada pela minha amiga, pergunto se ele sabe mais dela e pode me contar.

— Está bem. O meu chefe disse que acha que ela está em quadro depressivo, no entanto, o que é compreensível na situação dela. Ela está com ele, mas o Kyle não disse em qual das vinte casas que tem no país. Eu fico muito triste por ela, mas caramba, é uma situação muito delicada.