Capítulo 17 - A Dor é só o Princípio

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Lua de Sangue

Sem perceber;
Bem lentamente;
A noite sombria;
Recomeça novamente;


Corações desapontados choram por ter acreditado que haveria paz novamente. A tristeza toma conta da população de Lamberhurst.
As pessoas olham para os céus buscando apoio e salvação,lágrimas daqueles que perderam seus entes queridos anteriormente e tudo será em vão.

—O que vamos fazer ? –Diz uma mulher segurando seu filho que chora.

—Ele matou minha mulher! –Diz um homem enfurecido.

—Cidadãos de Lamberhurst! Eu peço-vos calma,nós mataremos a fera,mas preciso que esta noite fiquem escondidos em suas casas.

—Como em 1890? Não adiantou! Vocês são impostores,uma fraude! –Diz uma senhora já idosa.

—Silêncio! –Grita Sthefan e Charles ao meu lado.

—Façam isso! Agora não é uma escolha! Pensem em suas famílias, seus filhos,querem eles órfãs? –Digo seriamente.

Todos automaticamente se calaram,e entraram em suas casas.

Sthefan, Charles e eu fomos ao armazém em busca de suplementos.

—O que podemos pegar aqui? –Digo vasculhando entre os objetos.

—Procura coisas pontudas e de prata,não mata mas machuca. –Diz Sthefan.

Encontramos alguns objetos de prata e um punhal que viria ser útil.

Como uma sombra,a lua de sangue se aproxima.

Nós nos olhamos por um certo momento e percebemos que havia começado a escurecer.
O vento forte a balançar as árvores que vinham das profundezas da floresta.

—Teremos que estar prontos! –Digo com uma voz trêmula.

—Não poderei ficar,também sou um lobo,e vou me transformar, mas se precisar,grite pelo meu nome. –Diz Sthefan me olhando nos olhos.

Todos concordaram e ficamos a postos esperando a criatura aparecer,verificamos e todos os cidadãos estavam em suas casas,menos um.

—Pessoal! Vamos acabar com a fera nós mesmos. Olhem para essa caçadora e seus aliados! São pura fraude! Quem pode proteger a nós, somos nós mesmo! –Diz um homem gritando alto.

—Cale a boca ! –Ordeno a ele.

Pouco a pouco,todos começaram a sair de suas casas,e suas mãos empunhadas com tochas,foices e enchadas,era uma rebelião.

—Vamos matar o lobisomem! – Diz uma mulher,e todos levantam seus instrumentos.

—É perigoso! Vocês precisam voltar agora! –Digo ao ver a lua vermelha brilhar no céu.

Nenhum deles ouviram-me ,começaram a caminhar em direção às ruínas montanhosas no final da floresta.

Tentei os alertar e impedir, mas eram muitos,e estavam com revolta em seus olhares.
Charles e eu seguimos eles,para tentar os proteger,mas foi completamente em vão.
O vento batia em nossos cabelos e fazia ruídos por entres as folhas,o silêncio deu passagem para um alto uivo,era possível ver os rostos de apavorados do povo.

—Voltem! Voltem! –Grito tentando recuar a todos.

Os arbustos começam a se movimentar em um ritmo assustador,pessoas estavam chorando.

—Se apressem ! –Gritei.

Mas foi quando comecei ouvir gritos assustadores vindos das últimas fileiras da população, corro para verificar,e sim...É o lobisomem, ele ataca o povo violentamente. Sangue se espalha por toda a parte da floresta.

—Saiam depressa! –Diz Charles já desesperado.

O lobo se aproxima de nós com muita velocidade deixando um rastro de sangue enorme em suas garras.

Lua de SangueOnde as histórias ganham vida. Descobre agora