Capítulo 4

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Boa Noite!!!! Hoje é um dia muito especial, a meia noite, começa a pré-venda de Um Amor como Vingança. Eu sonhei muito com isso, tenho que agradecer a cada uma de vocês. Foi aqui, ganhando o carinho de vocês, é que me incentivei a ir em frente com esse sonho. Obrigada!!!


Serena

Assumir meu posto? Qual é meu posto? Parece que ele quer muito mais uma mãe do que uma babá. Quando subi pelo elevador elegante eu tinha certeza que seria escorraçada, não passou pela minha cabeça ser contratada. Mexicana, jovem, com um currículo de duas linhas, nome e endereço.

O homem é bonito feito o diabo, tem um tom arrogante, cínico, mas não estou aqui para ser sua babá, então ele pode ser como quiser. Me ergo sem saber direito como agir, posso ir até lá fora e dispensar a candidata, mas não sei o que fazer depois disso.

Me recuso a perguntar a ele, não vou dar esse gostinho ao homem a minha frente. Ele parece esperar por uma Serena desesperada, não sou eu. Penso no salário, mil dólares? Mil dólares é muito dinheiro. Nunca ganhei tanto assim na vida, acho que nunca juntei mil dólares.

— Com licença. – Digo a ele que me olha de um modo petulante. Deixo seu escritório. A sala é elegante, tudo o grande apartamento é fino e discreto. Nada colorido, não consigo pensar em uma criança vivendo em um lugar tão sem cor.

— Senhora. – Digo a mulher que me olha de modo distante. Não é nada divertido dispensar alguém. – Quero agradecê-la por ter vindo, infelizmente a vaga foi preenchida, mas ficamos com seu telefone, para o caso de alguma necessidade.

Estendo a mão, ela aperta desanimada, meu coração dói um pouco, me sinto meio culpada, como se estivesse roubando sua oportunidade, mas essa sou eu, a garota que deu todas as economias para o namorado se casar com outra.

— Obrigada por me receber. – Ela diz um tanto confusa. Alfred surge como que por milagre. Acompanha a mulher até a saída, o pequeno Andrew continua absorto. Sua atenção toda no cavalinho de plástico, um brinquedo tão simples para um garotinho tão rico.

Precisamos conhecer a casa e organizar espaços, tenho que buscar minhas coisas e entregar meu velho quartinho. Contar as meninas e fazer esse pequeno sorrir e quem sabe comer um pouco, ele parece tão magrinho.

— Alfred, eu vou trabalhar aqui agora. – Aviso ao homem de terno e ar austero. Ele apenas balança a cabeça uma única vez, como se tal frase não merecesse um comentário. – Já que vou ficar, podia me dizer seu nome.

—Alfred, senhorita.

—Mesmo? Seu nome é esse? Não é uma brincadeira? Por que todo mordomo de filme se chama Alfred, até o mais famoso, sabe qual? O do Batman.

— Não, senhorita, não conheço.

—Jurava que era uma piada. – Digo a ele.

— Não fazemos piada por aqui, senhorita.

—Bem, quem sabe me ajuda a conhecer a casa, me mostra o quarto dele e o meu, me dá umas dicas de como tudo funciona por aqui.

—Sinto senhorita, mas não trabalho para o senhor Fitzalan, trabalho para a senhora Brigitte Fitzalan, mãe dele, foi apenas um empréstimo de emergência.

— Você foi emprestado? – Só mesmo nesse mundo de milionários é que se vê coisas como emprestar pessoas. – Ele que não se atreva a me emprestar para ninguém.

— Fique tranquila senhorita. Não está em meus planos abrir mão de você. – O homem surge na sala, a voz ecoa pelo ambiente firme, ele é o tipo que ocupa espaço, que não passa despercebido. – Pode ir, Alfred, obrigado pela ajuda, boas férias. – O homem meneia a cabeça e desaparece. – Estou indo para o escritório. – Sou comunicada.

Série Paradise - Serena (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora