Capitulo 18

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Assim que chegamos em frente à porta do meu quarto, abri a porta e Carol vem ao meu encontro.
Carol: Alice o que você es...príncipe Aaron?
Eu: Oi Carol, eu só vim deixar o caderno.
Carol: Sim, senhorita. Ela pega o caderno e se afasta.
Eu: Então vamos?
Digo olhando para o príncipe.
Aaron: Claro.
Fecho a porta e nós dois começamos a caminhar sem rumo.
Eu: Alguma ideia para onde iremos?
Aaron: Sim.
Eu: E vai me dizer pra onde?
Aaron: Não. É surpresa.
Eu: Detesto surpresas.
Aaron: Mas vai amar essa.
Eu: Como sabe disso?
Aaron: Só sei.
Eu: Até parece que você me conhece.
Aaron: Realmente, não te conheço, mas quero.
Diz me olhado de forma diferente.
Eu: Quem vê nem acredita que você é o mesmo de ontem. Só faltava você me xingar a alguns dias e hoje está aqui, todo educado e legal.
Ele ri.
Aaron: Eu disse que posso ser um cavalheiro quando quero, só não era com você. - diz piscando. - mas tenho que admitir, eu te julguei mal. Não é atoa que meu irmão te adora.
Eu: É, to vendo como você tem dubla personalidade. Costumam chamar isso de bipolaridade, melhor procurar um médico.
Ele ri.
Aaron: Você não perde uma oportunidade, não é.
Eu: Não.
Finalizo nossa conversa com um sorriso vitorioso e com uma pitada de ironia.
Enquanto o príncipe caminha pelo longo corredor, eu apenas o sigo, sendo assim, consumida pela curiosidade de onde iremos.
...
Já estamos andando a um tempo considerável e até agora não chegamos a nenhum lugar.
Eu: Seu passeio surpresa é me fazer caminhar sem fim até me cansar? Isso é mais um castigo que um passeio!!
Aaron: Calma mocinha, você é muito apressada, já estamos chegando.
Ele para em frente à uma enorme (e por acaso, a única daquele corredor) porta e se vira para mim.
Aaron: Agora preciso que coloque esse lenço.
Diz me estendendo um lenço preto.
Eu: Pra que?
Aaron: Deixa de ser teimosa e coloca, você vai gostar do que vai ver quando tirá-la.
Eu: Não sei não...
Aaron: Vai logo.
Eu: Tá...mas não me mate ou faça indecências com a minha pessoas.
Ele ri e continua:
Aaron: Você tem uma imaginação fértil...e sei que adoraria me ver sem roupa.
Diz com um olhar malicioso.
Eu: Não sonhe.
Finalizo a conversa colocando o lenço sobre meus olhos.
Sinto o mesmo abrindo a porta, já que a luz invade o local. Percebo que estamos ao ar livre devido ao vento que faz meus cabelos voarem, a luz que é tão forte que passa pela venda e ao cheiro de flores, que invadem meus narizes.
Me assusto quando o príncipe coloca suas mãos em meu braço e me guia para fora.
Eu: Não me deixe cair, senão...
Aaron: O que você vai fazer, me bater?
Eu: Bem que é uma boa ideia.
Aaron: Quero só ver.
Continuamos andando por um tempo, Aaron fez questão de me colocar em posições que me fazem tropeçar toda hora. QUE RAIVA!!!
Eu: E aí? Por quanto tempo vou ter que ficar com isso na cara.
Aaron: Nenhuma. Pode tirar.
Ele me solta e eu desamarro o lenço.
Ao acostumar minha visão com a forte luz do lugar, vejo um lindo jardim, até mais lindo que o jardim da frente. O lugar não é enorme, mas lindo. Há um vasto campo e no meio uma cascata rodeado de flores de diversas cores. No fundo é o começo da floresta que fica atrás do castelo.

Eu: É lindo...
Aaron: Eu adoro vir aqui para refletir. Minha mãe me mostrou esse lugar quando pequeno e desde sempre venho aqui. Esse é o meu canto para fugir dos problemas de príncipe.
Eu: Entendo. Não deve ser fácil ser o primogênito.
Aaron: Não é. Desde meus 15 anos, venho focando todo meu tempo em como governar o reino, para quando chegar minha vez, eu faço correto, igual meu pai fez.
Eu: Eu acho legal, mas não sente falta de ser...adolescente?
Aaron: Eu...vamos sentar?
Diz pegando meu pulso e me puxando.
Fico tão surpresa pela sua repentina ação que nem o impedi.
O mesmo me leva até um banco. O lugar é tão incrível quanto o resto do lugar. Em sua volta há uma trepadeira linda e em sua frente um lindo jardim de rosas.

Ele se senta e eu faço o mesmo.
Eu: Agora para de fugir e me responda.
Aaron: Você é bem mandona em... e sem noção. Sabe que está falando com um príncipe e futuro rei, né?
Eu: Nesse momento estou falando com um jovem de 23 anos super carregado que precisa confessar o que sente, isso sim.
Aaron: Tá é?
Eu: To, agora para de enrolar e responda.
Aaron: Tá. Eu sinto falta de ser adolescente, contente?
Eu: Eu não preciso estar contente, você precisa. Então eu que te pergunto, está contente?
Aaron: Sim. Eu gosto da minha vida, mas...
Eu: Mas?
Aaron: Eu gostaria de poder ter feito coisas mais normais quando mais novo, como ir em festas, curtir com os amigos, ficar com as meninas...igual ao Éric.
Eu: Sabe, você não precisa deixar tudo isso. Eu sei que agora é meio tarde, mas não significa que você precisa desistir da sua vida pelo governo. Tire um tempo para você de vez em quando. Saia com os amigos para beber como pessoas normais, veja televisão, jogue um futebol.
Aaron: Não sei se é o correto, preciso me focar no futuro do reino.
Eu: Olha, eu não te conheço muito, mas já vi que você é super responsável, o governo estará bem em suas mãos, mas agora que seu pai ainda é o rei, aproveite para se divertir mais.
Aaron: Não sei.
Eu: Bom, se precisar de ideias para o que fazer ou conselhos, me procure.
Aaron: Ok. Mas e você, me fale mais sobre sua vida.
Eu: Bom, eu sou adoro desenhar e costurar minhas próprias roupas.
Aaron: É, eu vi. Você é boa, muito boa. Afinal, se não fosse não desenharia o vestido da minha irmã. Ela amou. Só falou do vestido.
Eu sorrio.
Eu: Fico feliz, fiz com muito carinho.
Aaron: Me fale mais. Como é sua vida no distrito 3?
Eu: Boa. Eu moro com minha tia e meu tio e seus filhos, Sofia e Lucas. Nós temos uma casa boa e temos dinheiro o suficiente para vivermos bem.
Aaron: Porque não mora com seus pais?
Eu: Eles morreram a alguns anos. Aí fui morar com a melhor amiga da minha mãe.
Aaron: Eu sinto muito.
Eu: Tudo bem.
Aaron: Se você não se importa, como eles morreram?
Eu: Houve uma invasão de rebeldes na região e meus pais acabaram ficando no meio da guerra entre eles e os guardas.
Aaron: Eu...eu sinto muitíssimo.
Eu: Tá tudo bem.
Digo limpando um lágrima solitária que temia em sair.

Sob o encanto de um príncipe. Onde histórias criam vida. Descubra agora