Dependency • Chris and Eva

032||Trigger

"Posso?" Pergunto apontando para eles.

O casal se entreolha e a menina sai de cima do menino e se senta apenas em uma de suas pernas, e me olha maliciosa me puxando pelo braço pra sentar na outra perna. Nem penso duas vezes e já me sento, ela nem espera eu me acomodar e me puxa pelo pescoço juntando nossas bocas.

Sou capaz de sentir o gosto de morango na sua língua assim que ela invade minha boca com urgência. Suas mãos começam a apertar meu corpo inteiro e já começo a pensar que a menina é um polvo com a quantidade de dedos me tocando, mas logo me lembro do menino em qual estou sentada. Solto uma risadinha no meio do beijo em que ele toma como uma pausa e me puxa pelo pescoço para beija-lo a menina não contesta, muito menos eu.

O loiro me beija com tanta intensidade que manda estímulos por todo meu corpo, e quando a menina afastou meu cabelo e começou a beijar meu pescoço pareço ter entrado em estado entorpecente.

Se isso for um sonho, por favor Deus, não me acorde.

Mãos delicadas invadem a parte de cima do meu biquíni e começam a massagear meu peito, solto um gemido no meio do beijo que cada vez fica mais e mais intenso. Levo agora a minha mão para a barra do shorts dela. Mas antes que possa fazer algo uma voz me desperta.

"Vão para um quarto logo, Eva." Uma Chris me olhando muito preocupada, mas muito bêbada para fazer alguma coisa diz enquanto nós três olhávamos para ela.

Com minha boca praticamente adormecida a mando um beijo estalado logo depois de concordar com a cabeça. Dou um selinho na menina que agora com os olhos abertos reconheço ser a Megan, do segundo ano. E puxo os dois pela mão.

Aos tropeços subimos o restante da escada e começamos a tentar abrir as portas dos quartos até acharmos finalmente uma aberta. Com risadinhas minhas e da Megan nos jogamos na cama enquanto o menino tranca a porta. Ela sobe em cima de mim e começa a me beijar e levo minhas mãos a sua bunda fazendo força para nossas intimidades se encontrarem. Ela geme separando nossas bocas e com uma das mãos arranca meu biquíni e leva sua boca para um dos meus peitos. Fecho os olhos sentindo todas sensações que me estavam sendo proporcionadas, quando sinto a cama abaixar, olho para o lado e o menino loiro com olhos verdes se aproxima e começa a desabotoar o shorts da Megan.

A peça voa pelo quarto e ele se ajeita entre as minhas pernas de barriga para cima, pra ficar de frente para a intimidade da Megan que começou a rebolar na cara dele logo descendo sua mão para minha, por baixo da calcinha, ela começou a me acariciar de uma forma que eu sabia que não era sua primeira vez fazendo isso. E tentando ao máximo controlar meu corpo e meus gemidos tento descer a minha mão para a calça do menino, mas não consigo alcançar. Porém ele não parece se incomodar que seu corpo não está sendo tocado então decido ajudar Megan a me masturbar, meu coração começa a bater de foram descontrolada.

Mas como em um flash eu abri os olhos.

Comecei a não me sentir bem, as paredes daquele quarto me pareciam familiares mesmo sem eu nunca ter estado aqui, as mãos passeando pelo meu corpo ficaram pesadas e pareciam me machucar. As pessoas pareciam borrões de um passado que eu já tentara esquecer, de um passado feio, seus rostos pareciam se dividir entre se divertir com o meu horror ou me olharem assustados.

Minha visão escureceu.

E eu comecei a me sentir presa em meu próprio corpo.

Sensação que prometera a mim mesma que nunca voltaria a sentir.

Mas cá estou.

Minha mente começa a girar, minha garganta ameaça fechar e lágrimas ficam prestes a cair. E me desgrudo deles em um movimento só.

"Continuem vocês..." Sorrio tentando me acalmar. "Eu preciso sair daqui." Digo e pego a parte de cima do meu biquíni.

O olhar nos rostos deles eram de decepção e confusão, enquanto seus olhares pesavam em mim, me levantei da cama e comecei a me arrumar desajeitadamente e limpei uma lágrima caiu.

Megan se virou pra mim com o menino por cima dela e me perguntou:

"Tá tudo bem, Eva?"

Eu limpo outra lágrima em meio a vários pensamentos e sorrio forçado.

"Esta sim." Aliso minha saia. "Continuem aí e me desculpem." Não sou capaz de ouvir a resposta deles porque corri para a porta.

Desço as escadas e esbarro nas pessoas até a saída, não consigo identificar o rosto de ninguém por conta das lágrimas que agora caíam sem parar e minha respiração entrecortada me fazia ter tonturas. Já no saguão do prédio pego meu celular que estava na bolsa e digito o número com dificuldade, tentando respirar, mas o ar não entrava de jeito nenhum. Meu peito subia e descia em uma tentativa falha e desesperada.

"Alô." A voz sonolenta da Noora soava do outro lado.

"Noora me desculpa estar te ligando agora." Falo rápido e com muita dificuldade. "Mas eu não to conseguindo respirar." Desabo ainda mais e minha amiga solta palavras que não consigo entender. "Acho que está acontecendo de novo." Através da ligação sou capaz de ouvir passos.

"Eva, fica calma eu estou indo para aí." Ela diz com a voz falhando por estar andando. "Senta, senta e tenta se acalmar." Sua voz me diz para ficar calma, mas dá para perceber que a mesma não está.

"Você tá na festa do Drew, certo?" Sou capaz de ouvir a voz do William atrás da ligação.

"Aham." É a única coisa que consigo dizer em meio às lágrimas.

"Já to indo, Eva. Me espera." Ela desliga a ligação, com a batida de uma porta.

Tento achar algum lugar para sentar, mas aqui não tem bancos. Decido me encostar na parede e respiro fundo e consigo fazer uma determinada quantidade de ar entrar em meus pulmões, os fazendo se acalmar um pouco. Mas meu corpo continua tremendo.

Não sei quanto tempo passa, nem quantos estranhos já passaram me olhando, uns me julgando, outros com pena, mas não consigo ser capaz de me importar. Mas finalmente uma menina com cabelos loiros, quase brancos entra com os olhos preocupados. E quando me encontram soltam um sorriso pequeno, porém reconfortante.

"Me desculpa." É a única coisa que consigo dizer antes de chorar.

Ela me envolve com seus braços e me diz que está tudo bem, que eu estou bem. Falando que me ama e que eu não preciso pedir desculpa.

"Eu não acredito que aconteceu de novo." Digo limpando meu rosto que deve estar uma bagunça, assim como o todo resto.

"Noora, eu tinha me prometido que isso nunca mais iria acontecer." Seu olhar é familiar e consegue me acalmar, nem que seja um pouco.

"Eva, não tem como controlar esses ataques de pânico." Ela diz calma me olhando sorrindo.

"Não é sua culpa, nunca foi e nunca será." Minha amiga me segura pelos ombros fazendo com que eu a olhe.

"Mas porque eu fico me colocando nessas situações que só me lembram de como eu me machuquei." As lágrimas insistem em voltar mas eu tento as espantar, assim como a tremedeira que se persiste.

O olhar em seu rosto é amigável e parece que o azul me consola, ela está triste, eu consigo sentir.

"Vamos pra casa." Ela diz me abraçando de lado e me levando para fora do prédio. "Eu vou cuidar de você."

***

genteeee como assim dois capítulos em menos de um ano????? Vai chover hauahauah