Capítulo 1

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Janeiro, 23, 1597

Eu não sei bem o porque que estou fazendo isso, nem tão pouco sei até quando poderei fazer isso, mas escrever parece ser a única coisa que me faz relaxar em meio a todos esses acontecimentos dos últimos meses.
As coisas so pioraram depois que Margareth foi queimada, a caça so aumentou, o medo que tenho de ser descoberta só aumenta. Eu tentei avisá-la que as coisas não estavam indo bem, tentei alertá-la que tinham iniciado uma caçada a nossas irmãs, mas eu não consegui. A encontraram no bosque justo no momento em que ela estava fazendo uma simples poção de cura para seu pai, que estava muito adoentado, logo a acorrentaram, como um animal, como se ela não significasse nada.
Então a levaram junto com as nossas outras irmãs para Salém, onde elas foram jogadas numa prisão, o último lugar que nossas irmãs capturadas iam, antes de serem levadas para a fogueira.
Todas as vezes que fecho meus olhos eu a vejo, gritando por ajuda enquanto o fogo a consumia, eu só queria ajudá-la, só queria fazer aquilo tudo parar, lembro-me de como ela me encararou, do jeito que fixou seus olhos em mim, da maneira que consegui ver no seu olhar sua vida esvaindo pouco a pouco.

Janeiro, 27, 1597

Ja faz alguns meses desde que a caça foi iniciada, e as coisas só estão pior, mais e mais irmãs estão sendo capturadas e jogadas na fogueira, eu estou cansada de me esconder, cansada de tudo isso.
Eu preciso fazer algo, por todas as minhas irmãs, por Margareth. Já esta anoitecendo quando ouço passos perto da cabana que estou escondida desde o início da caça, eu estou com tanto medo, e se eles me pegarem? e se eles entrarem aqui? como poderei explicar esse grimório e essas ervas, eu tenho que escondelos.
Nesse momento escuto vozes do lado de fora da cabana, chego mais perto da porta para tentar compreender o que eles estão falando, "Vamos pegar essas malditas, eu recebi denúncias que elas estão escondidas aqui no bosque!" quando escutei isso, senti meu estômago embrulhar e uma imensa falta de ar, como se centenas de pedras caíssem sobre meu peito, eu estava com medo e sabia que tinha que fazer alguma coisas ou eles me levariam para ser queimada, eu não podia ficar alí sem fazer nada, foi ai que lembrei de um simples mas poderoso feitiço de proteção, peguei então as coisas necessárias para o feitiço e me escondi atrás de um armário velho e empoeirado, me concentrei expulsando todo aquele sentimento de medo e canalizando todos os meus pensamentos para o feitiço, então começo, Qui lingua malum uirus in spinam animae in corde, non in mea me mediis interposuerim circulus tutela.
Então ouvi um montado de vozes novamente, "Vamos, elas devem está mais na frente!". Me senti aliviada, pois por muito pouco não fui descoberta, mas minha felicidade durou uns 5 minutos até eu ouvi uma voz firme e grossa dizendo "Podem ir na frente eu alcanço vocês, vou dá uma olhada dentro dessa cabana!.

The Dark Hunt: A caçada (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora