Prólogo

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     Alemanha, Dezembro de 1932

"Querido Diário,

Quero te agradecer por estar me ouvindo quando o mundo inteiro está contra mim...

A Alemanha está passando por um período sombrio na história e ele já se aproxima. Mas na minha opinião, os dias sombrios não precisam ser anunciados por um ditador paranoico feito o Hitler. Esses dias se revelam quando menos esperamos,sendo possível usar seres humanos como portadores de uma ideologia totalitária.

Sabe diário, as vezes eu me pergunto, em que dia chegará a paz mundial? Onde podemos encontrar senão por apenas acordos políticos e de negócios?.Eu odeio a política.Eu odeio a humanidade e o seu sistema hipócrita. Hoje mamãe estava estranha, quieta e aflita, só que em momentos assim sua primeira atitude seria orar a Javé pedindo a ele forças e muita paciência - mas até a sua paciência de orar já acabou-. Ás vezes eu me sinto um peixe fora d'água. Na escola, com meus colegas, sinto meu coração pulsar de desespero em uma canção silenciosa esperando o tão sonhado dia da "liberdade alemã".

Você deve estar se perguntando onde está o meu pai, é engraçado lembrar de como o retrato aqui nas primeiras páginas deste livro, um homem bom e sábio que amava a Deus e era fiel a sua família. Papai adorava fazer cócegas na minha barriga até eu dormir me ensinando a orar e nunca perder a minha fé e desde então, nunca mais sinto medo do escuro, do monstro debaixo da cama ou de qualquer outra coisa. Mas eu lembro das últimas palavras dele antes de partir "Tudo exigirá um sacrifício da sua parte Hannah, quando você entender que ninguém mais estará do seu lado, sua fé será colocada em prova e ela será a sua única esperança."

Meu pai foi assassinado e sabia disso, mas isso não é o fim da história...

Ontem a noite nossa floricultura foi atendada por alguns dos manifestantes nazistas. A sirene nem havia acabado de tocar e nossa casa foi marcada por sangue. As letras pintadas pelo rubro deram a impressão do horror que estava sendo causado nas cidades alemãs. Minhas pernas tremiam misturados pelo pavor e o choro da minha mãe antes que eu pudesse ver aquela gravura "VIVA A ALEMANHA" Não poderia escrever pra você, simplesmente eu não conseguia e eu sinto muito.

Urias trouxe mais mantimentos, vou terminar aqui.

                                          Hannah S."

Hannah - Conto (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora