- 6 horas? Foi rápida - ele sorri sarcástico.

- Ainda não. Tendo três suspeitos e preciso das fixas deles para estudos. Mike, Filippo e Luigi - Lorenzo ergue a sobrancelha.

- Suspeitos?

- As gravações da câmera de segurança no corredor do quarto da Jô foram apagadas. Tô investigando quem tem acesso as gravações.

Lorenzo me encara incrédulo.

- Então tenho que checar também - seu olhar passa a ser pensativo em direção a mesa.

- Melhor não - aconselho -. As paredes aqui tem ouvidos. Se tiverem trabalhando em mais de um, podem dar um jeito de nós despistar. Ninguém aqui desconfia de mim.

- Não estão em grupos - Lorenzo garante. Seu olhar volta para mim - É arriscado demais.

Meu marido se levanta e vai até uma grande estante de inox. Abre uma enorme gaveta e procura por algo, tirando três pastas logo depois.

- Aqui - me entrega, olhando em meus olhos -. Bom trabalho, até agora.

Sorrio e me viro para sair da sala.

- E Sofia - ele chama assim que abro a porta para sair. Paro e me viro para olhá-lo -. Você tem 18 horas.

- Estou ciente.

Então saio, batendo a porta atrás de mim.

***

16 horas. Eu tenho exatamente 16 horas para descobrir quem está traindo Lorenzo.

Fiquei com medo de continuar minhas pesquisas em casa e acabar sofrendo algum atentado como fizeram com Jô. Então pedi ao motorista para me levar ao shopping.

Fui para uma livraria e procurei uma mesa mais reservada para continuar meus estudos.

Abro as pastas, um caderno para anotações e meu Notebook.

Pesquise sem pressa, Sofia, você tem tempo. Não dê espaço para erros.

Digo a mim mesma. Seja quem for, é inteligente o bastante para trabalhar sozinho e desviar o foco dele. E, provavelmente, tenta ser próximo de nós, para ficar por dentro de nossos passos e dar as informações a Anton.

Abro a primeira pasta.

E lá vamos nós...

***

5 horas. Tenho exatamente 5 horas para descobrir quem está traindo Lorenzo.

Fecho meu notebook. Minha cabeça parece que vai explodir. Mas tenho certeza de quem está por trás disso tudo.

Pego meu celular e ligo para Silvio, o motorista.

- Senhora Merluzzo? - atende.

- Oi, já pode vir me buscar.

- Estarei aí em 20 minutos.

- Te aguardo no estacionamento - desligo.

Pego as minhas coisas e saio da livraria, procurando não entrar em pânico. Eu poderia fazer umas comprinhas até o Silvio chegar, mas não tenho cabeça para isso.

Dez minutos se passam que estou esperando, mal vejo a hora de chegar em casa e salvar a Jô.

Mas o que acontece em seguida me faz sentir um gelo na espinha.

Noto o entrar de um carro bem suspeito no estacionamento. Tem o mesmo padrão dos carros de Lorenzo; vidros e coloração negra, motores silênciosos e janelas fechadas. Mas sei que não se trata dos carros do meu marido. Ele não tem nenhum sedã nesse modelo.

Assim que o carro vira para estacionar, aproveito o ponto cego deles e jogo os materiais de pesquisa usados na livraria, que estão na minha bolsa, dentro da lixeira mais próxima e corro para dentro do shopping para despistar.

E como o suspeitado, poucos metros antes de eu entrar no shopping, minha cabeça é coberta por um saco preto de pano e eu sou agarrada e arrastada para algum lugar. Mas não sem antes deixar minha bolsa cair, dando uma pista ao Silvio. Assim, quando ele chegar, saberá que eu fui levada.


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Maldito MafiosoWhere stories live. Discover now