Chegando cada vez mais perto do destino, ela fitava a cidade. Haviam lojas, muitas tendas, mercadinhos e lojinhas de bazar. Mas ainda era bem diferente de suas recordações mais antigas. A unica coisa que permanecia igual, era a grande arvore de Figo no centro da pracinha principal. Conforme o senhor passava, ele cumprimentava a todos e todos davam um olá ou aceno a ela também. Isso fez Filipha se sentir a vontade, pois na cidade grande as pessoas não eram assim. Elas só abriam a boca para xingar você na rua por esbarrar nelas ou eram gentis para ter gorjeta. Talvez fosse essa humanidade que ela fugia por tantos séculos. Isso a fazia se sentir mal, pois ela não se sentia capaz de matar pessoas dali, ao menos, não depois do que aconteceu na outra vez. 

- Cheguemo! - Disse o senhor, fazendo barulho e parando a caroça. 

- Muito obrigado senhor? - Perguntou ela, querendo saber o nome dele. 

- Berenicio de Sant. Amorerrinha. - Falou ele tirando o chapeu, sendo isso um simbolo de respeito. 

- O senhor, é um Sant. Amorerrinha? - Perguntou ela chocada. 

- De sangue! Meu tatata tatata tataravô bisavô sexto nasceu de uma relação escondida com a criada do Ferdinando Amorerrinha. Minha vó era criada também mas a família pra que ela trabaiava foi assassinada e  então ela arrumou trabaio em um puteiro e conheceu meu falecido avô  que casou com ela e tirou minha vó da miséria. Ma ela tava doente e morreu, me deixando com ele. Sou Amorerrinha de Santista. - Falou ele, cotando a história que Filipha não sabia ter acontecido dessa forma. 

- Bom, foi um imenso prazer conhecer o sinhó! Fique com Deus e me deixe ajudar o sinhó com um dinheirinho. - Agradeceu ela, querendo pagar a carona mas ele se recusou. 

- Fiz de bom grado! Compre um pão e uma boa gelada. 

- Agradeço, mas o senhor tomaria comigo? - Perguntou ela, intrigada com a generosidade da qual ela não estava mais habituada. 

-Boa viagem minina! - Falou ele, partindo com a caroça sem deixar a vampira lhe pagar. 

       Filipha seguiu andando, mas se sentia estranha com tantos olhares estranhos para ela. Foi até uma lojinha de bazar, onde entrou. Escolheu algumas roupas que apesar de novas eram baratas na sua opinião. Foi até o trocador, despiu-se quase por completo. Ficando de lingerie. Vestiu o short curtinho jeans, com uma fivela de cinto, uma camiseta verde xadrez sem manga fazendo um nó para mostrar a barriguinha sexy. E  incluiu uma bota de cobói, colocou as meias, a bota e um chapéu castanho escuro de vaqueira. Riu de si mesma. Tirando uma fotografia no espelho, de corpo todo, mandando para Stevan pelo celular. 

       Guardou suas coisas todas, jogando na bolsinha mágica. Foi até o caixa e pagou suas roupas deixando um sorriso na cara da funcionária ao receber não 60 euros, mas sim 500. Ela seguiu o caminho, cumprimentando a todos com um belo sorriso. Ela se sentia bonita e parte daquele lugar. Quando ela se distanciou das pessoas, assumiu sua forma de Ravena e voou para seu real destino. Era perto mas ela se confundiu um pouco, porém uma enorme surpresa a fez recuar e se transformar antes de pousar no chão, atrás de uma árvore alta. 

        A casa grande era um museu em memória da história da cidade. Estava aberta a visitações, mas não havia ninguém ali fora. Ela continuou andando, em direção a casa. Ao entrar, percebeu que havia uma catraca que pedia um cartão. Uma senhora a chamou e a informou. Ela comprou o bilhete de dez euros e entrou. Lá dentro, estava tudo em redomas de vidros e com etiquetas. Havia muita coisa destruída pelo tempo, mas ela se lembrava de tudo como era exatamente, há mais de mil anos atrás. 

Flashback

       Rosemary não era mais a mesma garotinha assustada de um dia atrás. Ela havia se transformado em vampira de verdade, pois ela se alimentou de um humano. Assim que ela acordou em sua casa, estava tudo destruído e sua família tinha sido assassinada. Ela tomou um banho e jurou a si mesma que não chamaria Rosemary se não vinga-se sua família matando aquela criatura horrenda. 

Vamp: O INÍCIO  - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora