Tomou um banho demorado e quando estava saindo, teve outro enjoo e acabou voltando para banheira. Sentia que se estomago pedia comida, mas ela tinha que se alimentar direito. Feijão e alface não era um exemplo de alimentação. Terminou o banho e com muito cuidado, saiu da banheira. Enfiou-se na toalha e se secou. Sua barriguinha segurava uma vida. Seu primeiro bebe. O fruto do amor dela e de seu amado. Eles seriam tão felizes... 

           Contendo o nervoso, Allie se limitava a chorar e relembrar os bons momentos deles. Lembrou do primeiro enjoo enquanto se vestia. Estava na meia estação, nem frio nem calor, primavera com momentos de friozinho na noite. Colocou uma calça leve, uma blusinha e uma lingerie confortável. De volta a cozinha, ela preparou uma soja bem leve e gostosa de mandioca com frango desfiado e brócolis. Comeu assistindo televisão, um filme de comédia. Tirou a mesa, lavou a louça e guardou a sobra na geladeira. Conferiu a casa trancada e foi para cama. Allie arrumou o lençol e uma mana fina. Enfiou-se na cama e tentou ler um livro, mas a noticia recente da morte de seu amor ainda a deixava atormentada. Allie deixou o livro de lado e ficou ouvindo música da playlist da primeira vez que eles ficaram juntos de verdade. Ela ficou chorando e recordando os momentos por mais de três horas, quando pegou no sono. 

Oito meses depois

        Allie estava chegando em casa com Jonathan quando ouviu o som de carro e buzina. Era o Opala dos irmãos Sivan. Na direção, Oliver completamente sozinho no carro. Ele desligou o carro e enquanto saia e o trancava.  Allie abria a casa, deixa a bolsa do bebe e o ovinho com Jonathan dormindo, ao lado do sofá.  Oliver andava em direção a detetive, com aquele seu jeito conquistador e bad boy. Seu coração acelerou, tentando acreditar na possibilidade de Noah aparecer do nada. 

- Oi Allie. - Disse ele, meio sem jeito, dando um cumprimento de mão nela. 

- Oi Oliver. Como vai caçador? 

- Bem e a senhora, prendendo muitos bandidos? - Brincou ele, fazendo-a rir. 

- No momento não. Estou cuidando de John. 

- Quem? O bebe? - Perguntou ele sem jeito. 

- Sim. Meu filho. - Disse ela, esperando ele cair a ficha. 

- Bom, fico feliz que você tenha seguido a vida. Noah ficaria feliz. - Falou ele sem jeito. 

- Ele é filho de Noah. John é seu sobrinho, Oliver. - Disse ela, de braços cruzados. 

- O garotinho? Sério? poxa! Porque não me contou? Eu teria vindo, visitado vocês... - Disse ele tentando ser legal, mas sentindo que ela queria esconder a gravidez. 

- Eu sei, mas achei que seu trabalho era complicado. Mas entra, ele está dormindo. - Ela convidou-o a entrar. 

            O Caçador aceitou o convite e a acompanhou. Do lado de dentro, algumas coisas mudaram. Havia um bercinho com rodinha e brinquedos no canto da sala. Um cesto de roupa limpa dobrada em cima do sofá. Allie foi até a cozinha, abriu a geladeira e pegou uma cerveja. Deu a Oliver que aceitou e abriu-a, dando um bom gole. 

- Não está tão diferente do que eu lembro. - Comentou ele, se sentando a mesa. 

- Eu gosto de mater as coisas iguais. - Brincou a detetive, tomando um copo de leite. 

- E o trabalho, tudo bem por Chicago? E o Bruce, ainda trabalha por aqui? - Perguntou ele, pensando em mais tarde dar uma passada na casa dele. 

- Está tudo tranquilo. Não, infelizmente Bruce faleceu na mesma noite que vocês foram embora aquela primeira vez. - Disse ela. 

- Eu não soube. Nossa. Como ele morreu? 

- Pois é. Overdose. Foi encontrado no Hotel Cortez. 

- Cortez? - Perguntou ele intrigado. 

- Isso. - Confirmou ela. 

- Bom, obrigado por me dizer. - Falou ele meio sem jeito, desanimado com a noticia. 

 - Opa! Acho que alguém acordou. - Disse Allie, indo até o som de chorinho. 


         Oliver fitava a detetive pegar o bebe com toda prática e carinho. O bebe estava sonolento, mas se mexia. Ela o levou a té ele, oferecendo para esse pegar no colo se quisesse. Oliver se sentia estranho nisso, mas aceitou. Ao pega-lo no colo, percebeu o quanto era pequeno e parecido com o irmão. ( Poxa vida! Você tem uma família linda mano, tenho que trazer você de volta. A todo custo! ) Pensou Oliver, deixando uma lágrima cair no bebe que voltou a dormir. 

          Ele ficou segurando o sobrinho algum tempo, tentando recompensar o tempo perdido. Ele queria que a situação fosse diferente. Naquele segundo, prometeu a Jonathan que traria seu pai de volta, para esse crescer com uma família e perceber o quanto ele era amado. Lamentou ter que ir, mas deixou o bebe repousando no ovo. Terminou a cerveja e se despediu de Allie, dizendo a ela que manteriam contato e que era para ela ligar mesmo. Nem que fosse para dizer que o menino saiu das fraldas. Allie riu e disse que telefonaria toda semana. Oliver então partiu novamente, pensando o quanto gostaria de trocar de lugar com o irmão. Preferia estar morto e que o irmão pudesse ter uma vida comum e feliz. Ao entrar no carro, ligou uma música no rádio e chorou relembrando todos os momentos com o irmão, lembrando de Allie e do sobrinho. 

        Conforme o carro se afastava pela estrada, Chicago ficava mais distante. Allie sentia saudade de Noah e ficou feliz pela visita de Oliver. Abraçou seu filho, cantarolando uma música de Guns and Roses que sabia que o amor de sua vida gostava. Deixou Jonathan no bercinho e se sentou no sofá, lendo um livro. Assim, era sua rotina entre limpar a casa, cozinhas, tomar banho e ler alguma coisa quando o bebe dormia. Ela adorava ser mãe. Considerava o melhor presente de sua vida e sentia Noah olhando por eles onde quer que ele estivesse. Só desejava que ele estivesse bem e em um lugar tão bom quanto seu coração. 


Vamp: O INÍCIO  - Livro 1Where stories live. Discover now