Dependency • Chris and Eva

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   "Esse não é você." Balanço a cabeça em negação, com as lágrimas voltando a escorrer pelo meu rosto. Toda minha raiva é descontada quando começo a dar socos em seu peito. "Não é!" Bato mais. "Não é!" Começo a soluçar ainda desferindo socos. Christoffer me para, agarrando meus punhos. Me encostando novamente no banco, desmonto. "NÃO É!" Digo pela última vez, começo a chorar de soluçar e levo minhas mãos ou rosto.

  "Eu não entendo...." Digo tentando o olhar, mas é tão difícil fazer isso. "Você estava comigo por que então?" Fungo. "Para se divertir?" Rio sarcástica. "Não me venha com mentiras, Christoffer. Sei que foi muito mais que isso."

   "Não vou negar que por algum tempo acreditei que tinha algo mais. Mas não tardou para perceber que você era só mais uma." Ele respira fundo, como se não se importasse nem um pouco. "Planejava terminar isso já, mas agora com você fazendo esse drama, nem vou ter o trabalho." Chris arruma seu cabelo.

   Antes que eu pudesse raciocinar, já comecei a falar. "Christoffer, me diz a verdade, me diz o que está acontecendo." Rio desacreditada. "Duvido que essa seja a história toda." O problema principal volta a minha mente. "Por que você está metido com essas coi...." Mas ele não me deixa terminar.

   "Eva." A distância da sua voz me faz querer pega-lo pelo rosto e obrigá-lo a voltar ser o meu Christoffer, não consigo me controlar e cansei de tentar. "Pelo mínimo que eu tenho de consideração a você, saia do meu carro." Ele aponta para a porta. "Antes que você acabe descobrindo mais coisas de que não gosta."

Quase sou capaz de notar um tom de sofrimento na sua voz, e pelo canto de olho juro que consigo ver seu nariz vermelho, coisa que acontece quando ele está quase chorando.

Mas não tenho tempo de fazer nada.

"SAI. AGORA." Seu braço se estende sobre mim abrindo a porta. "Pelo seu próprio bem."

Não sei como, mas meus pés conseguem funcionar. Atônita. Antes de sair do carro, olho para o menino que meia hora atrás estava emaranhado na minha cama junto comigo, o menino que me fez sentir alguma coisa depois de muito tempo, o menino que jurava conhecer, o menino que infelizmente não é quem eu pensava ser.

Seus olhos, infelizmente tão familiares, estão virados para o voltante que sua mão está segurando, os nós de seus dedos brancos de tanto aperta-los, não sei se de raiva, ou se está apenas descontando a vontade de fazer algo ruim comigo. Seu maxilar travado, igual todas as vezes em que fora confrontado. Acho que ele esperava me enganar por mais um tempo, sei lá. Não vou fingir que conheço o criminoso sentado a minha gente, porque eu não conheço.

De algum jeito algo não parece estar certo.

Talvez seja eu.

Talvez seja meus sentimentos.

Ele não espera eu fechar a porta por completo para arrancar o carro. Pelo o que parece horas eu fico apenas lá, parada no meio da rua, tentando entender o que tinha acabado de acontecer comigo. Só desperto do meu transe quando um carro buzina chamando minha atenção, eu estou na sua frente. Acho que não me importaria se ele passasse por cima.

Rio. Não sei de que, apenas sinto uma tremenda vontade de rir. A buzina volta a soar mais vezes e finalmente decido andar para a minha casa, mas em pequenos passos, porque tenho medo de desmontar se for mais rápido.