Bônus | O nascimento

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Olá fofuras!

Estou repostando o primeiro bônus por conta de um problema no wattpad.

Beijos!

****

Pov - Donna

Quando decidimos ter um bebê eu não imaginei que me rasgaria por dentro na hora de nascer, parece até que não cuidei direito dela esses nove meses, a criança não tem compaixão.

- Rápido Bruce! - Grito do sofá - Ela vai nascer aqui.

- Eu disse a você que deveríamos ter ido ontem para o hospital. - Ele me lembra descendo as escadas, tão nervoso quanto eu. - Você nunca me ouve, ainda bem que já estava tudo pronto.

- Ela só deveria nascer daqui dois dias, quem errou a data não fui eu. - Reclamo enquanto ele me ergue.

- Ainda bem que ainda consigo te carregar, o Jimmy já está aí na frente com o carro, não é seguro eu dirigir agora. - Caminhamos para fora.

- Queria tanto... aí... queria tanto que a Callie estivesse comigo. - Tento respirar enquanto as contrações aumentam, Jimmy está com as portas do carro abertas e um enorme sorriso no rosto - Para de rir Jimmy, a menina tá forçando a passagem. - Bruce me acomoda no banco de trás.

- Pronto amor, espera só dois minutinhos enquanto pego as malas lá dentro. - Ele sai apressado.

- Calma Donna, com a Callie foi a mesma coisa, mas vale a pena, nosso menino nasceu saudável, a Lucy vai ser uma linda garotinha e como terão idades próximas serão muito amigos.

Callie é minha melhor amiga, nos conhecemos na faculdade, ela e Jimmy já namoravam na época e me apresentaram Bruce, nos tornamos um quarteto inseparável. Tanto que decidimos ter filhos na mesma época, conguimos, David tem dois meses e minha pequena Lucy está me matando nesse momento na intenção de nascer.

- Bruce! Se demorar o Jimmy vai fazer o parto. - Grito e Jimmy me olha assustado. - Alguém vai fazer esse parto... Jesus... Apressa ele.

- Anda logo Bruce! - Nosso desesperado amigo grita e meu marido aparece derrubando coisas e tropeçando. Eles colocam as coisas no carro, se acomodam e finalmente partimos para o hospital.

- Callie queria vir, mas David ainda está muito pequeno e ontem estava com cólicas. - Jimmy diz me olhando pelo retrovisor enquanto tento o método respiração cachorrinho.

- Eu... entendo. Bebês são... dolorosos. - Gemo a última palavra.

- Calma amor, estamos chegando. - Bruce diz segurando minha mão. Olho pra ele. Temos vivido bons momentos desde que nos conhecemos. O primeiro beijo, a primeira declaração, a primeira vez, nosso casamento, viajens, muito amor. Sempre, nunca deixamos faltar amor, e nem mesmo o dia em que recebemos a notícia de que eu estava grávida nos encheu de amor como hoje, é a concretização dele. Meus olhos marejam, ele me beija os lábios - Eu sei, nossa primeira filha.

- Pode substituir esse... anda com esse carro Jimmy... esse primeira por única. - Digo quando sinto uma dor me partir.

- Chegamos!

Finalmente. Mil coisas passam pela minha cabeça enquanto me encaminho para sala de parto, é uma nova vida. Ser mãe vai além de colocar essa coisinha que já amo com todas as minhas forças no mundo, vai além de pagar contas. Ser mãe é ter uma pequena extensão sua vivendo fora do seu corpo, e nesse momento a felicidade que eu sinto se mistura ao medo. Não vou poder protegê-la como agora, enquanto está em minha barriga.

Quando chego na sala de parto, Bruce entra já com uma roupa especializada, nem me dei conta do momento em que nos separamos. As dores estão tomando minha consciência.

- É agora meu amor, nossa garotinha está chegando. - Ele se põe do meu lado e segura minha mão. Os olhos marejados assim como os meus.

- Pronta Donna? Quando eu pedir você empurra. - Ouço a voz do médico. - Agora.

Agora. Tudo começa agora. Empurro com toda minha força, a mesma com que prometo amar e cuidar da minha filha, repito o movimento mais quatro vezes e escuto seu choro ecoar pela sala. Choro com tudo que sou, é um amor tão grande que não consigo descrever. Bruce chora comigo, meu marido, achei que não amaria ninguém como o amo e agora minha bebê me ensina que esse novo tipo de amor é bem maior.

- Nossa garotinha amor... - Sua voz está embargada e nem precisa continuar. Eu sei tudo o que quer me dizer. A enfermeira coloca minha filha em meus braços, Bruce se aproxima e ficamos como idiotas admirando sua beleza.

- Olha que coisinha mais linda amor. Bem vinda ao mundo minha florzinha, espero que sua vida seja cercada de felicidade, eu e o papai vamos fazer de tudo pra ser. - Acaricio seu rostinho, meu marido me beija a testa enquanto suas lágrimas escorrem. - Você vai ser forte e corajosa. E amor nunca irá te faltar Lucy.

***
- Tem certeza que está tudo pronto? - Pergunto ao meu marido pela milésima vez quando ele está abrindo a porta de casa.

- Tenho amor, eu arrumei a torneira no banheiro do quarto dela.

- Esse é meu medo, nós sabemos que você não tem muito talento pra arrumar coisas. - Entramos em casa, eu com Lucy nos braços e ele com as malas. Ficamos dois dias no hospital, apenas para ter certeza sobre nossa saúde e finalmente estamos em casa.

- Eu sei das coisas. Você que nunca acredita no meu potencial, quer ajuda? - Ele pergunta quando vamos subir as escadas.

- Eu consigo carregar nossa filha Bruce. - Aviso.

- Ingrata. - Ele resmunga.

Chegamos ao corredor, tem uma pequena poça de água aglomerada na beirada da parede. E ela está saindo do... Olho para meu marido que está olhando fixamente para água. Ou ele ainda não entendeu o que aconteceu ou está apenas evitando me olhar.

- Bruce...

- Acho que tem alguma goteira aqui em cima, mais tarde vou tentar arrumar. - Ele diz andando até a porta do quarto.

- Bruce! Não choveu.

- Você estava trancada num hospital, não sabe. - Ele responde entrando no cômodo, eu o acompanho com Lucy no colo. - Droga. - Ouço seu sussurro quando chego a porta do quarto.

Inundado. É assim que se encontra o quarto da minha filha, inundado. Eu devia saber, sempre insisto pra chamar um profissional, mas ele só chama depois de deixar pior.

- Eu conserto... - Ele me olha exitante.

- Não. Você vai chamar um encanador, enquanto eu espero lá em baixo com a minha filha. Só subo aqui quando esse quarto estiver impecável. - Dou as costas e saio do quarto. No fundo tenho vontade de rir, sempre fico brava quando ele faz algo assim, mas também me divirto bastante. Desço as escadas.

Quando chego a sala Callie está entrando com David no colo.

- Oi. - Ela me sorri. - A porta estava aberta e só fui entrando. Trouxe o David para conhecer a nova amiguinha.

Callie foi me ver no hospital os dois dias, Jimmy ficava com David enquanto ela me visitava, é a primeira vez que as crianças se encontram. Sentamos as duas no sofá, colocamos os dois lado a lado e sorrimos uma pra outra.

- Olha Lucy, esse é o David. - Aproximamos os dois. - Espero que o amor de vocês seja tão grande quanto o de nós quatro, e que sempre, não importa o tempo, estejam juntos.

Série Amor Furtivo - Antes do Sim - RETIRADOWhere stories live. Discover now