Capítulo 2

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Helena narrando

Acordei desnorteada com o despertador vibrando. Toda manhã é assim, esse sufoco pra eu acordar, eu odeio acordar cedo ,puta que pariu.

Peguei o celular e fiquei trocando mensagens com os boys. Não queria levantar dali nem a pau.
Estava toda empolgada quando vi o furacão de preto entrando em meu quarto gritando.

- Você ainda está deitada aí?

- Poxa mãe, libera. Não tô afim de ir para o colégio. - fiz uma carinha convincente.

- Nem vem menina, já te deixei faltar duas vezes semana passada.

Revirei os olhos e me levantei. Minha mãe veio me dar um abraço de despedida.

- Beijo, se comporta viu? - ela disse sorrindo.

- Eu não sou um bebê pra me comportar. - sorri.

- Mas age como se fosse.

- Mãe, por que esse look todo preto? É velório?

- É a cor da campanha menina. Agora bye que já está no horário.

Ri e tomei coragem de ir tomar banho. Tomei banho, vesti aquele uniforme horroroso e de mal gosto colocando um casaco por cima pra ver se melhora, calcei meu tênis, dei uma penteada no cabelo e desci com as mochilas em mão.

- Bom dia paizinho. - falei dando um abraço em meu pai que tomava café.

- Bom dia filha. Você está quase no horário de ir.

- É eu sei. - suspirei. - Já vou indo que ainda tenho que passar na casa de Iza.

- Ô garota, vai tomar café não?

- Não pai, depois eu como alguma coisa, beijo.

Senti saudades da presença de Vera. Ela estava demorando de chegar por causa do filho dela preso. Tinha muita pena de Vera, com um filho bandido que além do desgosto de ficar arrumando confusão, ainda deixou a filha nas costas dela.

Fui andando olhando o pessoal que começava abrir as lojas, os bares, tinha gente que já estava ouvindo funk bem alto à essa hora da manhã.

- Iza. - gritei na porta da minha prima.

A gente estudava juntas desde ano passado. Izabele era filha de minha tia Rafaela, eu amava essa piranha, com ela vivia muitas loucuras.

- Af, mal dia. - falou emburrada.

- Ih, qual foi mal comida? - ri.- Que mal humor.

- Tô mesmo.

- O que aconteceu?

- Vei, Nathan me trocou por aquela lambisgóia da Tâmara na frente de todo mundo. - falou triste.

- Porra, eu vou matar aquele filho de uma mãe.

- Não vale a pena.

- Eu que digo que não vale a pena você se desgastar por causa desse moleque. Você sabe muito bem que minha tia e CL não iam aprovar.

- Af esquece isso.

- Tudo bem. Vamos estudar que nós ganha mais.

- Até parece, você gostar de estudar. - riu.

Andamos o caminho todo conversando. Apesar do desânimo de minha prima eu tentava animar um pouco.

Chegamos no colégio e começaram os olhares das que nos odeiam. Convenhamos, sou muito odiada e adorooo.

As aulas hoje foram mais rilex, os professores só deram as notas da prova e cá entre nós, me fodi legal. Meu pai pode nem sonhar essa nota.
Ele sempre quis me colocar em um desses colégios de riquinho, eu que fiz birra de tudo quanto é jeito pra não ir. Tá maluco? Se já não me dou bem com essas vagabundas daqui do morro imagina com as patricinhas nojentas.

- Minha vida amorosa está uma bosta, e a escolar não está diferente.

- Vei, relaxa. Vai dar tudo certo.

- Sei nem como tu consegue ficar de boa com a pressão que tem na sua vida.

- Oh fazer o quê... Meu pai é chato pra caralho mas é meu pai.
- Eu sou uma droga! Tanto que nem meus pais verdadeiros me quiseram.

- Ah para caralho! Nem vem com teus drama, ja conversamos sobre isso. Minha tia é sua mãe de verdade, não interessa o sangue.

- Desculpa, você tem razão. Eu não falarei mas essas coisas, minha mãe me ama como ama Guilherme.

- Também acho viu. Agora vem aqui dar um abraço, e você será sempre minha prima. - abracei ela.

- Te amo Lena.

Iza foi para casa dela e eu caminhei para minha. Estava andando de boa, quando Heitor esbarra em mim.

- Aí caralho, olha pra onde tu anda. - falei nervosa.

- Ih chata, feia. - ele resmungou.

- Todo criança.

- Me respeita que sou seu tio. - riu.

- Sua tia sou eu, seu idiota!

- Vou para sua casa almoçar.Cadê minha avó?

- Ela foi trabalhar.

- Vou te acompanhar, não quero esses moleque da boca mexendo contigo. - ele me segurou pela cintura.

- Não já basta meu pai. - reclamei.

- Ih fica quieta pirralha.

- Pirralha o quê, eu sou mais velha que você.

- Alguns meses. - revirou os olhos.

Fui o caminho todo com esse chato me enchendo. Encontrei Ruan filho de Guilherme na rua, dei um abraço nele e sorri.

- Oi priminho. - falei

- Oi Helena. Qual a boa?

- Nenhuma. -sorri.

O amigo gato de Ruan me meteu um susto por trás. Juro que fiquei toda MOLHADA. Ele era bem mais velho que eu, tinha por volta dos seus vinte, ou vinte e dois anos. Mas tinha um cavanhaque, uma carinha de bandido que vou lhe contar.

- Igor. que susto!

- Meti um susto na princesinha? - riu.

- Haha engraçado mas eu tenho o que fazer. Vamos logo Heitor. - disfarcei meu interesse.

- Calma, deixa eu só fazer uns bagulho... Aliás pode ir indo eu vou depois falar com meus avós.

- Hum sei bem o que você vai fazer! - o olhei desconfiada.

- Não se mete nisso.

- Grosso.

Dei um abraço em Ruan e dei um tchau envergonhado a Igor. Eu estava caidinha por esse boy, meu Deus se meu pai descobre tô morta. 
Por falar em senhor Coringa ,  iria conversar com ele sobre Heitor, esse menino todo dia se droga. Só deixa  ele. Começa com maconha depois vai pra drogas piores.

Cheguei em casa e não tinha ninguém. Minha mãe no evento de moda, meu pai na boca, e Vera com o filho no hospital. Pelo menos tem almoço pronto pra mim.

Almocei fuçando o celular.  Tinha umas notificações sem importância, mas o que me chamou atenção foi a notificação de Igor me seguindo no insta. Fiquei doidinha, esse boy era o sonho de consumo das minas aqui. O único problema é que ele é chave de cadeia, e pra uma menina como eu que só vive presa, tá difícil...



Terceiro livro, haha, comentem♥

Amor Bandido III Onde histórias criam vida. Descubra agora